É de se estranhar a ênfase que certos veículos de comunicação estão dando aos “restos a pagar”, compromissos da União, da administração anterior para a atual como se tal fato acontecesse pela primeira vez na história do Brasil.
A Presidente atual tem sido discreta no exercício de suas funções e por ser do mesmo partido político do seu antecessor não reclama de nenhuma herança maldita, embora exista. Não sou apologista de mulheres no executivo, elas ficam por demais autoritárias e por isso feias, mas devo admitir que é a primeira vez, no
Brasil, que temos no comando da nação uma mulher com um diploma de técnica na área de economia e que por isso poderá fazer a diferença.
O curioso na história dos restos a pagar é que quem mais bate nesse tema é a imprensa e não a sucessora, o que se pode pensar ser uma articulação de pessoas interessadas em desestabilizar politicamente o governo.
Os Estados e os Municípios reclamam do seu endividamento e do seu crescimento e isso nada mais é do que o acúmulo dos restos a pagar que se sucedem de gestão para gestão.
Em recente manifestação (JC de 13, 14 e 15.05.2011) o atual Prefeito de São Gabriel afirma, no que está certo, que a Presidente Dilma paga a conta do companheiro. Ele, pelos mandatos que já exerceu e exerce paga ou pagou “restos a pagar” do seu adversário. Para quem não sabe os “restos a pagar” são de responsabilidade da União, dos Estados e dos Municípios e nunca da pessoa física que assume, normalmente através de um mandato eleitoral, a sua gerência. Cabe, pois aos sucessores nas respectivas administrações honrarem os compromissos assumidos pelos antecessores já que tais dívidas não são de caráter pessoal. Quando o sucessor é do mesmo partido político paga quieto, porém quando o antecessor é adversário é uma choradeira dos infernos e leva a culpa dos fracassos gerenciais do início de gestão. Fosse o Serra o atual Presidente e o Brasil seria um rio de lágrimas devido aos “restos a pagar”.
Ou o atual prefeito de São Gabriel recebeu a Prefeitura sem restos a pagar? Não foi isso o noticiado.
A imprensa quando faz críticas com fundamentos é benéfica, pois ajuda a corrigir erros e mostra novos caminhos que nem sempre estão ao alcance da visão do gestor público enquanto que a imprensa que só aplaude é prejudicial porque normalmente recebe verbas públicas e encobre vícios e defeitos que contribuem com o fracasso gerencial e a lesão do patrimônio popular.
A criação das assessorias de imprensa dentro das administrações públicas é o que de pior aconteceu nos tempos modernos, pois sendo seus ocupantes cargos de confiança têm a obrigação de só elogiar. Quem terá a coragem de criticar o pagador do seu salário? As matérias publicadas nos veículos de comunicação já vêm prontas de dentro dos palácios, assessorias de imprensa, e, por conseguinte jamais tratarão de assunto antipático ao autorizador da despesa. E quando os palácios não atendem algum interesse dos donos de veículo da imprensa começa a publicação de escândalos que visam atingir o grupo palaciano de plantão.
### Aplaudo todas as iniciativas de CPI inclusive a das terceirizações e outra do não julgamento do parecer desfavorável do TCE-RS sobre as contas do ex-prefeito Baltazar. Porém há a necessidade de uma CPI para saber por que a Câmara Municipal custa tão caro pela pouca utilidade que têm à comunidade. Quem fará CPI de quem quando supostamente todos precisam ser investigados?
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.
terça-feira, 17 de maio de 2011
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