1 – Como apoiador do atual governo, como o senhor vê a administração de Rossano e o desenvolvimento de São Gabriel?
Resposta: Não sou apoiador incondicional da atual administração, pois ela mantém os vícios das anteriores. Cargos de Confiança e Secretarias em excesso, política de aluguéis, etc. Procuro, na condição de cidadão, colaborar com o desenvolvimento do município. Sou um crítico feroz das coisas mal feitas e por essa razão não sou olhado com bons olhos pelas pessoas que querem transformar obrigação em favor. Bem administrar é uma obrigação de todo e qualquer homem público embora muitos tentem convencer a maioria de que estão fazendo um favor ao povo. Apóio toda e qualquer administração desde que seja comprometida com os interesses da comunidade e aja dentro das normas constitucionais. Cumpro com minhas obrigações independente de quem seja o gerente de plantão. Não sou atrelado a ninguém, pois defendo um projeto para São Gabriel e A ou B ou C defendem um projeto pessoal. São Gabriel como de resto outros tantos municípios do interior não desenvolvem porque se transformaram em arrecadadores de grupos empresariais alienígenas e os são-gabrielenses não investem no município. Onde está a Cooperativa Rural Gabrielense? Onde está a Cooperativa Mista Agro-Industrial Gabrielense (Comaig)? Onde está a Cooperativa Tritícola? Onde foram parar tantas outras empresas genuinamente são-gabrielenses? A questão é gerencial, pois outros fazem sucesso nos mesmos ramos onde fracassamos. O desenvolvimento só virá com a discussão de comportamentos e de idéias e não de homens e nomes.
2 – O Senhor já colocou seu nome à disposição do partido (PP) para participar de uma chapa majoritária nas eleições passadas. Em algum momento o senhor achou ou acreditou que teria apoio do partido?
Resposta: Exerci um direito. Ter ou não apoio depende mais dos outros do que de mim. Apoio não se pede, se recebe. Pedir apoio leva ao comprometimento. A intenção era fazer com que o Partido olhasse para si e não para os outros. A omissão não é o meu forte. Sou realista, conheço o sistema e sabia que para aderir à minha proposta administrativa moralizadora os adeptos seriam muito poucos. Na minha proposta não tem balcão de compra e venda de cargos e muito menos troca de favores. Valeu a experiência. Os apoios recebidos me surpreenderam, imaginei-os bem menos. Estava preparado. Nada me surpreende, pois entendo a todos. Aos que me apóiam e aos que não me suportam. Estou preparado para o que der e vier.
3 – Como formador de opinião tem questionado e apresentado algumas denúncias administrativas e descumprimentos de Lei na Câmara de Vereadores. Na sua opinião o que está faltando para os Vereadores?
Resposta: Vergonha na cara. O exercício de um mandato não deve se restringir ao simples reforço salarial. A finalidade do mandato é proporcionar o bem estar coletivo e os vereadores, com rara exceção, exploram o recurso coletivo para proporcionar o próprio bem estar.
4 – O povo está acenando para mudanças no Cenário Político de 2012 e o manifesto está posto através de bandeiras pretas. O senhor acredita que o sentimento do povo é verdadeiro? São Gabriel precisa mudar, na sua opinião, de administrador?
Resposta: Não. É muito cedo e o povo é induzido. Essas manifestações são próprias daqueles adversários cristalizados e descontentes por falta de atenção pessoal. Acreditaria nessa manifestação se defendesse a coletividade como um todo. Quem fala na recuperação do Rio Vacacaí? Quem se manifesta contra os escândalos da Câmara de Vereadores? Quem questiona os gastos da Prefeitura com publicidade? Quem se importa com a limpeza da cidade? Quem discute a péssima remuneração de nossos professores? E por aí vai. Mudar de administrador? A alternância no poder seria saudável no município se ela não acontecesse, há tempo, entre os mesmos dois homens. A sociedade insiste em não criar alternativas válidas e com inconteste credibilidade para nova opção. Os partidos não querem, pois as cúpulas decidem sempre pelos seus interesses e nunca pelos da coletividade. Os grandes responsáveis pela repetição de nomes, sem sombra de dúvidas, são as cúpulas partidárias. Sair Rossano e entrar Baltazar e vice-versa não considero mudança.
5 – Como é sabido existem pessoas trabalhando para apresentar uma via de mudança e foi criado o Grupo Estratégico Por Uma Nova São Gabriel. Como o senhor enxerga essas pessoas?
Resposta: Com muito respeito. Pode ser o início de um movimento desde que não se deixe contaminar pelas vaidades e propósitos pessoais. A gravitação em torno do Baltazar ou do Rossano desmoralizou a maioria dos pretendentes de ser a peça chave da mudança. A maioria esqueceu de criar um caminho próprio e foi tipo boi para o abatedouro autoliquidar sua pretensão maior ao aceitar ser coadjuvante ora de um ora de outro. Não se cria liderança com publicidade paga; não se cria liderança servindo ora a Deus, ora ao Diabo ou a quem está temporariamente no poder. O preço pago será muito alto. É o que está pagando essa gente. Quando era verdadeira: quando estava com o Baltazar ou quando estava com o Rossano? A maioria esqueceu de criar credibilidade em torno de si. Mas é um direito tentar e isso terá sempre o meu respeito.
6 – O Bereci Macedo vai colocar o nome à disposição do Partido, como fez, a exemplo das eleições passadas?
Resposta: Uma afiliação partidária pressupõe direitos e obrigações. Não é minha idéia, mas não fecho a porta para nada. Um fato novo, um nome que me empolgue ou a presença de um de quem não goste poderá me levar à planície. Já fui diversas vezes candidato e a maioria do eleitorado me rejeitou em todas elas. Aprendi a lição, mas o futuro é incerto. Portanto...
7 – Considerações finais...
Agradeço a oportunidade. Esta é uma manifestação pessoal, estritamente pessoal. Mas é sincera. Acredito que do debate entre idéias divergentes pode nascer a solução dos mais variados problemas. Procurei não atingir individualidades, pois elas não estão no contexto das discussões. Procuro, de todas as maneiras, esclarecer o povo, a comunidade sobre os seus direitos e suas responsabilidades, pois de um povo consciente nasce um país forte e saudável. Todos nós temos responsabilidades na constituição de uma sociedade moderna onde prevaleça a ética tão necessária a uma boa convivência. Oxalá Deus proteja a todos. Obrigado.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
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