É o tempo de vida da nova administração municipal que
ainda não disse a que veio. Está, para qualquer observador mais atento, sem
articulação e sem respaldo político uma vez que foi eleita por um arranjo que
se aproveitou do desgaste político de quem pretendia a segunda reeleição.
A diferença entre administrar um
pequeno hospital que, embora particular/privado, é movido por verbas públicas e
uma Prefeitura é abissal. Quando aquele vai mal a culpa é dos administradores
públicos que não lhe estendem sustentação financeira e quando vai bem é mérito
do provedor.
Acredito que o senhor Prefeito ainda
não percebeu que deixou de ser o Provedor de ontem e para ser, hoje, o
administrador de um Município com todas as dificuldades que ele não reconhecia
naquele passado não tão distante.
Nos poucos debates dos quais
participou afirmava alto e a bom som que se eleito iria melhorar a gerência
municipal e qualificaria a saúde.
Foi eleito, mas não melhorou a
gerência municipal e muito menos qualificou a saúde. Mas foi eleito e mesmo sem
o meu apoio o senhor é meu Prefeito também. Não torço contra, pelo contrário,
minha consciência de cidadão exige que o ajude como sempre ajudei aos demais. E
o farei.
Conheço o povo, esse povo que acredita em promessa mesmo sabendo que é impossível de
cumpri-la e por essa razão logo após a posse de quem ganhou se decepciona e
passa a torcer contra.
Essa estagnação, para mim, não é
novidade e muito menos surpresa, pois já escrevi que a administração pública,
em todos os níveis, que destina sessenta por cento (60%) de sua arrecadação
líquida para gastos com pessoal (ativo e inativo), em torno de vinte cinco (25)
na educação e quinze (15) na saúde está terminantemente impedida de fazer
investimentos, exceto com endividamento.
Por outro lado, de longe, a
impressão que se tem é que o atual Prefeito está entre a cruz e a espada: a cruz é representada pelo PT que, se
supõe, não confia no mesmo, pois é egresso do PSDB; a espada é representada
pelo responsável pela sua eleição e sua turma que, se supõe, a colocam na sua
garganta não lhe permitindo qualquer movimento brusco sem o risco da degola.
De outro lado a insistência na construção de um templo
para o índio Sepé Tiarajú na ilusão de transformar São Gabriel em um centro
turístico está esvaziando sua administração em vista de tantas outras
prioridades das quais a cidade necessita.
Cada um é responsável pelos seus
atos, mas fazer tal aventura, que beira irresponsabilidade, com recursos
populares é deveras arriscado e comprometedor. Nossa cidade está muito longe do
pólo desenvolvimentista do RS e não será somente essa obra que atrairá um
contingente de turistas para visitação.
Para essa ousadia falta à nossa
comunidade total infra-estrutura. Seria o mesmo que um cidadão ter somente
um dente de ouro e mais nenhum que lhe ajudasse a mastigar um bom
churrasco. É de se pensar bastante sobre o assunto.
A administração é difícil e atritiva
principalmente quando seus componentes olham primeiro para o
interesse individual em detrimento do coletivo. Está na hora de iniciar os
trabalhos, pois quatro anos passam céleres e o tempo perdido não se recupera.
### A turba quer administração responsável? Então que exija a implantação
do PARLAMENTARISMO. É, sem sombra de dúvidas, o sistema ideal, mas o povo
também precisa ser responsável, educado e consciente de que ele é o grande
patrocinador de tudo o que acontece no país, de
bom ou de ruim.
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