sexta-feira, 28 de junho de 2013

SEIS (6) MESES


 

 

            É o tempo de vida da nova administração municipal que ainda não disse a que veio. Está, para qualquer observador mais atento, sem articulação e sem respaldo político uma vez que foi eleita por um arranjo que se aproveitou do desgaste político de quem pretendia a segunda reeleição.

            A diferença entre administrar um pequeno hospital que, embora particular/privado, é movido por verbas públicas e uma Prefeitura é abissal. Quando aquele vai mal a culpa é dos administradores públicos que não lhe estendem sustentação financeira e quando vai bem é mérito do provedor.

            Acredito que o senhor Prefeito ainda não percebeu que deixou de ser o Provedor de ontem e para ser, hoje, o administrador de um Município com todas as dificuldades que ele não reconhecia naquele passado não tão distante.

            Nos poucos debates dos quais participou afirmava alto e a bom som que se eleito iria melhorar a gerência municipal e qualificaria a saúde.

            Foi eleito, mas não melhorou a gerência municipal e muito menos qualificou a saúde. Mas foi eleito e mesmo sem o meu apoio o senhor é meu Prefeito também. Não torço contra, pelo contrário, minha consciência de cidadão exige que o ajude como sempre ajudei aos demais. E o farei.

            Conheço o povo, esse  povo que acredita em  promessa mesmo sabendo que é impossível de cumpri-la e por essa razão logo após a posse de quem ganhou se decepciona e passa a torcer contra.

            Essa estagnação, para mim, não é novidade e muito menos surpresa, pois já escrevi que a administração pública, em todos os níveis, que destina sessenta por cento (60%) de sua arrecadação líquida para gastos com pessoal (ativo e inativo), em torno de vinte cinco (25) na educação e quinze (15) na saúde está terminantemente impedida de fazer investimentos, exceto com endividamento.

            Por outro lado, de longe, a impressão que se tem é que o atual Prefeito está entre a cruz e a espada: a cruz é representada pelo PT que, se supõe, não confia no mesmo, pois é egresso do PSDB; a espada é representada pelo responsável pela sua eleição e sua turma que, se supõe, a colocam na sua garganta não lhe permitindo qualquer movimento brusco sem o risco da degola.

            De outro lado a insistência na construção de um templo para o índio Sepé Tiarajú na ilusão de transformar São Gabriel em um centro turístico está esvaziando sua administração em vista de tantas outras prioridades das quais a cidade necessita.

            Cada um é responsável pelos seus atos, mas fazer tal aventura, que beira irresponsabilidade, com recursos populares é deveras arriscado e comprometedor. Nossa cidade está muito longe do pólo desenvolvimentista do RS e não será somente essa obra que atrairá um contingente de turistas para visitação.

            Para essa ousadia falta à nossa comunidade total infra-estrutura. Seria o mesmo que um cidadão  ter somente um dente de ouro e mais nenhum que lhe ajudasse a mastigar um bom churrasco. É de se pensar bastante sobre o assunto.

            A administração é difícil e atritiva principalmente quando seus componentes olham primeiro  para  o interesse individual em detrimento do coletivo. Está na hora de iniciar os trabalhos, pois quatro anos passam céleres e o tempo perdido não se recupera.

 

            ### A turba quer administração responsável? Então que exija a implantação do PARLAMENTARISMO. É, sem sombra de dúvidas, o sistema ideal, mas o povo também precisa ser responsável, educado e consciente de que ele é o grande patrocinador de tudo o que  acontece  no  país,  de bom ou de ruim.

           

           

                         

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