Não
estava na minha programação voltar a ocupar este espaço no mês de junho, pois
estava fazendo contatos pessoais com os diversos segmentos da coletividade para
fazer avaliações dos porquês das dificuldades do nosso desenvolvimento.
No exercício da minha profissão fui
e sou inflexível na defesa dos interesses das instituições, das empresas e dos
patrimônios que estiveram e que estão aos meus cuidados e sob minha orientação
técnica. Justamente por ser correto e trabalhar dentro da ética e dos
princípios técnicos e científicos que a boa gestão exige tive muitos dissabores,
principalmente com meus superiores que na maioria das vezes queriam tirar
proveito próprio dos cargos que desempenhavam na organização. É óbvio que as
exceções existem, mas as exceções viraram regras e o cumprimento das regras se
tornou exceção. Sempre me prejudico, mas honro o juramento que fiz quando
recebi meu diploma, honro o colégio em que estudei e honro sobremaneira os
professores que tive.
Nos contatos que fiz durante esse
curto período de afastamento constatei, e confirmei minhas convicções de que
vivemos em uma sociedade extremamente corruptora, pois mais de noventa por
cento (90%) das pessoas contatadas, pertencentes às diversas classes sociais,
não querem saber de disciplina, de seriedade e muito menos estão dispostas a
prestigiar os corretos.
Ouvi de muitos a seguinte expressão:
com o seu discurso sério o senhor não
vai a lugar algum, pois o povo gosta dos mentirosos, pilantras, vigaristas,
aproveitadores e de todo o tipo de irresponsáveis. Esses sempre dão razão ao
povo, ao contrário do senhor que o quer esclarecer. Eis aí, caros leitores,
a grande causa da péssima qualidade da gerência de nossas instituições e de
nossa anarquia coletiva.
A Constituição Federal diz que a
administração pública obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, etc., mas na prática o que se vê é o contrário, basta qualquer
funcionário sem expressão ir passear em Brasília e o carnaval publicitário nos
jornais locais, com direito a foto, é escandaloso.
Tenho, e não é de hoje, a firme
convicção de que a causa maior é o povo ou a maioria do eleitorado e a
conseqüência é o tipo de político escolhido. Na semana passada ao divergir de
uma eleitora de São Gabriel quanto às causas dos péssimos políticos eleitos que
predominam nos palácios e que são escolhidos legitimamente pela maioria dos
eleitores, quase fui linchado. Por quê? Porque perguntei em quem ela vota.
Apesar de resistir em responder, acabou reconhecendo que vota em um dos piores
políticos que gravita na política do Rio Grande do Sul.
Isso mesmo, vota no pior, no
aproveitador, no mentiroso, mas ao mesmo tempo exige políticos sérios. E na
condição dessa eleitora existem milhares ou milhões por esse Brasil. Isso
ultrapassa o limite da estupidez para não escrever o que realmente penso desse
tipo de gente.
Os exemplos são fartos e estão bem
perto de nós, mas são difíceis de serem compreendidos, senão vejamos: quem os
financiadores preferem os bons ou os maus? Respondam.
Um
empresário precisava contratar um contador. Apresentaram-se três candidatos. A
pergunta era a mesma para todos: quanto
é dois mais dois? O primeiro respondeu, quatro. O senhor é muito preparado,
mas não me serve; o segundo como não poderia deixar de ser, também respondeu,
quatro. Também não me serve. A resposta do terceiro foi a seguinte: o que for melhor para o nosso interesse
patrão. Foi o escolhido, mas lá adiante o empresário quebrou e sabem quem
comprou sua empresa? O contador escolhido pelo mesmo.
Prestem atenção, o eleitor quebra,
mas o político escolhido sempre fica bem.
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