terça-feira, 2 de julho de 2013

DESVIO DE ATENÇÃO



 

            A grande mídia é tão hipócrita quanto a maioria da população brasileira. O comentário é dela, não meu, de que após os protestos teremos ética na política e que os mesmos têm a finalidade de acabar com a corrupção pública.

            Ridículo, mal intencionado e completamente idiota é o defensor desse pensamento, pois segundo seu patrocinador a corrupção privada e popular pode campear solta por esse Brasil afora e os demais segmentos estão dispensados de praticar a ética nas suas atividades.

            Será que depois dos protestos os sonegadores deixarão de sonegar? Os motoristas deixarão de atender celular ao volante, de tomar chimarrão? Deixarão de dirigir alcoolizados? Os consumidores deixarão de consumir drogar? Os traficantes deixarão de traficar drogas? O jogo do bicho será legalizado? Os profissionais liberais passarão a dar recibos dos seus honorários? Enfim, haverá uma mudança de comportamento que nos levará a um Brasil melhor? Não sei.

            A insistência de que só os políticos precisam ter ética e de que se precisa combater somente a corrupção pública é o maior besteirol que alguém pode defender.

            Dar ênfase ao combate da corrupção pública é nada mais do que liberar ou defender a corrupção da iniciativa privada. Todos precisam ser éticos, principalmente quem escolhe.

            Expliquem-me como uma sociedade de anjos pode eleger demônios como seus representantes? Bons eleitores, se supõe, vão sempre eleger os melhores candidatos. E o que se vê?  Como atribuir todas as responsabilidades aos eleitos se eles são os escolhidos? Por favor, mudem esse discurso manjado de transferir responsabilidades. Assumam seus atos e admitam que se o Brasil não está melhor é porque poucos têm o comportamento necessário para tanto. As mudanças devem acontecer no íntimo de cada um e de todos, caso contrário não adianta berrar nas ruas.

            Os administradores são, em parte, responsáveis pelo caos que se instala no país porque não têm a coragem de dizer que o seu sucesso depende do comportamento da maioria no que tange ao cumprimento de suas obrigações, exigência dos seus direitos e uma efetiva participação coletiva na efetivação de melhoramentos para todos.

            O município é o nascedouro de tudo. Dou um exemplo: A coletividade vai permitir que a administração municipal leve adiante a construção do templo para o Sepé Tiarajú quando São Gabriel tem tantas outras prioridades? Onde estão as pessoas influentes da cidade? Porque não se manifestam? É proibido divergir civilizadamente de um projeto secundário?

            É necessário um debate. Onde estão as cinco (5) rádios desta terra? Onde estão os jornais? Ou vão deixar acontecer para depois criticar?

            O debate é necessário para esclarecimentos e o convencimento dos que têm resistência à execução do projeto. Ou vão deixar acontecer o que aconteceu com a data da emancipação política de São Gabriel alterada de (15.12.1859), sem qualquer fundamentação relevante, para (04.04.1846)?

            Entendo que é obrigação e direito de todo e qualquer cidadão participar da administração do seu município, e o Prefeito, os Vereadores e demais autoridades do município têm o dever de abrir o canal para essa participação.

            Esconder-se atrás do sofrível “não adianta” é reconhecer sua covardia ou sua falta de vontade de tentar mudar a situação. O Brasil para mudar precisa de todos e não somente da minoria representada pelos detentores de mandato. Esta minoria é escolhida pela maioria, portanto...

 

           

           

           

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