terça-feira, 4 de outubro de 2011

30 ANOS SEM ALDO LIMA

Há trinta (30) anos escrevi esta página que ora transcrevo: Domingo, dia 04 de outubro, perdeu o esporte amador de São Gabriel, bem como toda a sociedade gabrielense, uma de suas figuras mais ilustres.

Ilustre não pela posição de destaque que ocupava à testa de qualquer entidade, mas sim pela retidão de caráter, pela simplicidade no agir, pela sinceridade no falar e pela pureza de sentimentos para com todos.

Pelas qualidades acima, hoje inexistentes até nos homens que comandam os destinos do mundo, o ALDO do Palmeiras, tornou-se um IMORTAL GABRIELENSE.

IMORTAL para o esporte através do Palmeiras do qual foi fundador, dirigente e jogador; IMORTAL para os amigos através da paz contagiante do seu sorriso, da ingenuidade das suas atitudes e da humildade do seu íntimo.

Lamentavelmente, no mundo deteriorado no qual vivemos, os puros, os justos, aqueles que lutam com denodo pela Paz, pela Justiça e pela Verdade só são reconhecidos quando nos faltam.

Triste inversão: enquanto nós não aproveitamos os bons, Deus os chama e cá ficamos a mercê de inescrupulosos, maus e falsos que a tudo destroem na ânsia de conseguir seus propósitos pessoais e nem sempre lícitos.

ALDO ROBERTO LIMA, gratificante foi tua passagem entre nós e podes ter a certeza de que teu exemplo frutificará porque ainda existem os que acreditam na Moral, na Justiça, na Paz e na Verdade princípios que sempre defendeste e que foram os sustentáculos da tua curta existência.

Nas “peladas celestiais”, nas “corridas dos anjos” e na “marcação” dos que chegam para a invernada de Deus haverás de velar por nós até o dia em que unidos pela morte, mais uma vez, possamos fundar no éden o “PALMEIRAS DA ETERNIDADE”.



Ao recordar Aldo Roberto Lima, um vibrante incentivador do esporte amador, principalmente do futebol, lembro de tantos outros que com sua abnegação, determinação, prazer e parcos recursos financeiros próprios foram por longos anos, enfrentando todo o tipo de dificuldade, os responsáveis pela educação de muitos jovens que se transformaram em bons adultos através da prática do esporte.

Eles foram muitos, mas em reconhecimento à contribuição de todos ao município e à educação cito Adalberto Mendonça (Botafogo); Adroaldo de Mello (Guarani); Plácido Goulart (Olaria) e Zeferino Alvarez (Independente).

Eram homens modestos que sempre beneficiaram o esporte sem nunca terem se beneficiado com o esporte.

Aos domingos, com o saco de fardamento às costas, em uma carroça ou em um caminhão, eram os meios de locomoção da época, eles reuniam, nos seus respectivos clubes, a meninada para a integração entre bairros e localidades feita através do esporte. Na conversa que mantive com o senhor Algenor Bastos de Mello ele disse: “naquela época não tínhamos os recursos, mas tínhamos futebol”. E hoje? Caro Algenor, nós pagávamos para jogar e jogávamos muito (os amadores), hoje se ganha muito e se joga pouco (os profissionais).

Os citados acima são de uma época, da minha época, outros os antecederam com os mesmos propósitos e merecem a mesma consideração, não os cito para não cometer injustiças, pois existiram antes de mim. Não há que se falar em futebol nesta cidade sem falar nestes imortais.

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