sexta-feira, 14 de outubro de 2011

MISTURA INDEVIDA

Há uma generalizada inconformidade do povo em geral com a qualidade da classe política atual. Sou da opinião de que ela é paradoxal ou contraditória, pois quem transforma o cidadão em político ou homem público é a maioria da sociedade, ou seja, o eleitor através do seu voto.

É espantosa a preferência de uma expressiva parcela do eleitorado por pessoas que nada têm a ver com a política, mas que usam a sua fé e a própria política para obter extraordinário enriquecimento material. O bom pastor obrigatoriamente não será um bom político e este jamais será um bom pastor. Misturar religião com política é perigoso porque os mesmos homens vão dominar sua mente e o seu bolso.

O negócio mais rentável nos dias modernos é a comercialização dos nomes Deus e Jesus, haja vista as rádios, os jornais, os mais variados tipos de negócios lucrativos mantidos não pelas igrejas, mas pelos seus pastores, chefes ou donos como os queiram apelidar. Não está longe o dia em que haverá mais pastores do que ovelhas ou mais templos do que fé. Não fiquem raivosos com o que estou escrevendo, mas esta é uma constatação de quem acompanha a vida nacional. E quem duvidar do que afirmo olhem o programa político na TV. Fica difícil distinguir se é político ou se é religioso tal a mistura de pastores, vereadores, deputados, etc.

Temos ainda a preferência dos eleitores pelos candidatos que trabalham nos meios de comunicação em vista do contato diário que têm através, principalmente, do rádio e da TV pela abrangência que possuem. Tanto é verdade essa constatação que certos programas radiofônicos estão transformados em beijos e abraços. Estão parecidos com aquele orador que interrompe o próprio discurso e pede uma salva de palmas. Assim estão certos programas de rádio que são feitos para o apresentador distribuir abraços e beijos durante dez (10) minutos ou mais e uma música para os ouvintes. Qual a importância das amizades do comunicador para os ouvintes? Pensem. Cada um terá sua resposta. Já pensaram na chatice desta página se seu conteúdo fosse beijos e abraços para minhas amigas e amigos citados nominalmente? Ela pode ser chata de qualquer maneira, mas procuro transmitir uma conscientização de que se os políticos e homens públicos são maus a maior responsabilidade é de quem elege equivocadamente.

O objetivo deste artigo nada mais do que esclarecer o eleitor de que é perigoso pensar que um bom pastor, um bom comunicador, um bom artista ou qualquer boa pessoa será um bom político ou um bom homem público e em nenhum momento atacar qualquer individualidade. Maior tragédia do que a concentração da riqueza mundial nas mãos de poucos e concentrar o poder de decisão nas mãos dos mesmos. Este é o maior perigo que ronda o universo.

Estamos na véspera de uma nova eleição e corremos o risco muito grande de termos na câmara municipal a bancada das igrejas, a bancada das rádios e a bancada de qualquer coisa menos a bancada dos partidos políticos, pois efetivamente estes são meros instrumentos dos oportunistas que querem, entre beijos e abraços, uma vida melhor para si e para os seus com enorme prejuízo à coletividade. O eleitorado ainda não elegeu um homem com a coragem suficiente para trabalhar pela redução de honorários e do número de vereadores em São Gabriel. Quando isso acontecer será a confirmação de que os eleitores escolheram um político verdadeiramente comprometido com o bem comum que é a razão maior da existência do mandato popular.

A culpa, repito, não é dos escolhidos, mas de quem escolhe as pessoas erradas.

### O Cherini está perdido quando diz que é do PDT do Getúlio Vargas e do João Goulart. Todos os dois morreram antes da existência daquele partido. O Getúlio foi morto em 1954, o João Goulart morreu em 1976 e o PDT foi fundado em 1980. Portanto...

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