Estou usando o exemplo do deputado Danrlei, mas poderia ser outro qualquer. Quando comentei o resultado das eleições/2010 escrevi: “O fracasso dos partidos políticos é evidente há muito tempo e se escancarou nesta eleição quando em dificuldade para apresentarem candidatos bons de votos dentre os seus afiliados saíram em busca de individualidades que estão em permanente contato com o eleitorado através da grande mídia. Prestem atenção, não estou afirmando que tais individualidades não prestam ou que serão maus parlamentares, mas sim que elas esvaziam a finalidade dos partidos e os desmoralizam porque não têm vida partidária”. Citei ainda a repórter e o palhaço que obtiveram, nos seus respectivos estados, votações extraordinárias. O eleitor não dá a mínima para os partidos, atualmente vota na pessoa.
Pois bem, com menos de um ano de mandato o Danrlei que fez cento e setenta e três mil (173.000) votos abandona o PTB e lidera, no RS, o PSD. O mandato é do Danrlei ou do PTB? Penso que do Danrlei, pois o PTB foi buscá-lo pela sua visibilidade perante o eleitorado como jogador profissional do Grêmio Futebol Porto-alegrense, e, além disso, ninguém pode afirmar que o montante de votos que elegeu o deputado era de filiados do PTB. O mandato é popular, não há como amarrar o eleito a determinado partido se os votos que o elegeram não pertencem a filiados daquele partido. O exemplo do Danrlei é mais do que suficiente para mostrar o perigo que ronda os partidos políticos quando saem em busca de pessoas com grande penetração popular, porém sem qualquer responsabilidade com a vida partidária.
Deixo claro que não quero atingir ninguém, mas simplesmente mostrar que em São Gabriel têm pessoas que fazem análises verdadeiras, frias e sem paixão. O mesmo raciocínio vale para o PSB local: ele não cresce é o Baltazar que o incha. Corrijo, nem é o Baltazar, mas sim sua vinculação com o secretário dos transportes e deste com o poder estadual que por sua vez é identificado com a administração federal. Querem localizar a carniça? Observem a sobrevoada dos corvos. Para muitos, política é sinônimo de cargos com boa remuneração. Não importa se com o partido A ou B. Lamento dizer isto, mas é uma verdade cristalina.
E o PSDB? Posso estar equivocado, mas penso que a atitude tomada não foi a mais recomendada para quem até ontem ocupava um cargo de confiança do partido. A desfiliação em massa, conforme noticiado na imprensa, se verdadeira, mais uma vez me dá razão quando afirmo que não existem verdadeiros partidos políticos e sim cúpulas dominantes.
E sobrou também para o PP. Este já há bastante tempo olhava para todos os lados e para todos os partidos, exceto para si mesmo. Não há nenhuma surpresa na transferência de alguns filiados para o recém criado PSD, pois é do conhecimento de todos que a convivência das alas existentes dentro do mesmo era irreconciliável. Neste caso, estritamente local, acredito que a decisão foi acertada e beneficiou a todos, tanto aos que saem como aos que permanecem.
E neste manancial de contradições e atitudes suspeitas os homens não percebem que podem acumular empregos com ótima remuneração, mas se tornam vis e desprezíveis.
Isso nunca foi política. Defino como gangsterismo na política.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário