segunda-feira, 28 de outubro de 2013

JUÍZES E VEREADORES


 

            Dos primeiros precisamos de muitos e temos poucos e dos segundos precisamos de poucos e temos muitos. É uma inversão extremamente danosa aos interesses da coletividade. Todos reclamam da morosidade do judiciário, mas poucos fazem a comparação entre as obrigações de um e outro poder.

            Tomando-se por base um município do porte de São Gabriel é inconcebível a existência de quinze (15) vereadores e de somente dois (2) juízes, levando em conta a responsabilidade, a carga e o tipo de trabalho a que estão obrigados uns e outros.

            Auxilio-me, para melhor esclarecimento aos leitores, do que foi publicado a respeito da ineficiência da Justiça no Brasil, no Jornal do Comércio, edição de 18, 19 e 20 de outubro de 2013, na coluna Espaço Vital, de Marco Antonio Birnfeld.

            Somente em 2012, o acúmulo de processos sem sentença chegou a 70%. Ou seja, de cada 100 ações em tramitação no Judiciário brasileiro, apenas 30 foram julgadas.

            As verbas do Judiciário são crescentes, mas a maior parte se destina ao pagamento de pessoal, enquanto parcelas menores vão para a modernização do serviço. Em 2012, por exemplo, as verbas para pagar o já inchado quadro humano alcançaram R$ 57,1 bilhões, contra R$ 53,3 bilhões em 2011. Do total orçamentário, 88% foram gastos com o pagamento de pessoal; apenas 4,5% destinaram-se à informatização de varas e cartórios.

            Resumindo: O judiciário gastou com pagamento de salários e afins quase 20 vezes mais do que o aplicado em ações de modernização administrativa. Talvez esteja aí uma pista para explicar a razão do engarrafamento de 70% dos processos. Férias de 60 dias, recessos, feriadões e alguns casos de juízes “TQQ” (juízes que só trabalham terça, quarta e quinta) também.

            Esses dados, segundo o colunista, são de uma pesquisa do Conselho Nacional de Justiça, e como tal merecedora de crédito.

            Estamos entre a cruz e a espada, pois o Legislativo peca pelo excesso de pessoal que nada faz e excesso de legisladores que não legislam e o judiciário peca pelo número inexpressivo de juízes, em comparação com aqueles, com alguns trabalhando bastante e outros que pouco ou nada produzem.

            Penso que deveríamos ter mais juízes e menos legisladores, pois não dá para comparar a importância de uns e de outros.

           

            ### Na matéria que escrevi sobre o Restaurante Panorama, por falta de espaço, deixei de mencionar os solícitos e eficientes empregados que na realidade são os responsáveis diretos pela qualidade dos serviços prestados naquele ambiente. Não tenho o número exato deles, mas são em torno de vinte (20), todos profissionais categorizados que proporcionam aos frequentadores momentos de descontração e excelente gastronomia. Assadores, cozinheiros (as), doceiros (as), garçons e garçonetes, caixas, cada qual no seu setor se esmeram em oferecer um ótimo atendimento a todos. Não tenho estrutura financeira, mas se a tivesse abriria um restaurante para tê-los sempre comigo.

Acredito em uma solução honrosa que satisfaça todas as partes diretamente envolvidas, Prefeitura e Proprietário, e os terceiros indiretamente prejudicados: os funcionários que perderão seus empregos e os clientes/frequentadores de tão agradável estabelecimento. Por favor, acertem suas diferenças para que o Panorama continue sendo uma referência na gastronomia de São Gabriel.

           

           

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