(Publicado no Jornal Tribuna do Povo, em 13.01.1995)
Parece-me, à distância, que assumiu a Presidência da
República um homem sensato e realista. Não votei nele, o PFL me impediu. Ao
pronunciar em seu discurso de posse, a frase que dá o título a esta coluna, o
sr. Fernando Henrique demonstrou estar consciente de que as mudanças ocorrem
quando a grande maioria do povo de uma Nação assim o quer. O diabo é que o povo brasileiro não quer mudanças. Como acreditar
em mudanças quando o presidente da mesa dos trabalhos da posse era o sr.
Humberto Lucena? Este fato deslustrou a solenidade. O Presidente do Congresso
foi denunciado como corrupto antes das eleições de 3 de outubro, mas apesar
disso foi reeleito pela maioria dos eleitores do seu estado. Reconhecidamente
corrupto, mas mesmo assim foi aclamado pela maioria. É de se preocupar.
Embora não tenha votado no sr.
Fernando Henrique, ele é meu Presidente como o é de todos os brasileiros e como
tal o ajudarei dentro das condições que possuo nas mudanças, para melhor, que
precisam acontecer neste mal amado Brasil. “Sem que o Congresso aprove as
mudanças na Constituição e sem que a opinião pública se mobilize, as boas
intenções morrem no discurso”. Ao pronunciar estas palavras confessava,
veladamente, o Senhor Presidente sua impotência para carregar o fardo das
reformas sozinho.
Concordo com a afirmativa do
Presidente mesmo porque na minha coluna no Tribuna do Povo há tempos venho
batendo nessa tecla. Não se melhora um país votando em demagogos,
aproveitadores e criminosos. O País será grande ou pequeno, rico ou pobre de
acordo com o pensamento do seu povo. É preciso que o brasileiro adquira o
sentimento da “energia coletiva”. É
preciso que o brasileiro escolha melhor seus vereadores e seus prefeitos porque
é no município que, efetivamente, se iniciam as mudanças. É ilusão pensar que o
Presidente da República e o Governador do Estado, por mais bem intencionados,
serão capazes de tamanha transformação. Não, a mudança tem de começar por cada
cidadão e cada cidadã. Nada de criar falsas expectativas para não se
decepcionar depois.
A tarefa é nossa e não devemos
transferi-la para ninguém. O Brasil é um país muito estranho. O honesto é
chamado de bobo enquanto o ladrão é chamado de “vivo”; A vigarice e a
contravenção são fontes de riqueza enquanto o trabalho é fonte de
empobrecimento. O que tem de ser mudado é a mentalidade. Os três poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário são exercidos pelos homens e por isso
muitas vezes falham. Quando se inicia o ano de 1995 reafirmo minha velha
convicção: quando a maioria da sociedade é séria, os três poderes funcionam
harmonicamente e são bons; quando a sociedade em sua maioria é podre tudo o que
emana dela exala mau cheiro.
Comenta-se que em São Gabriel tem
vereador que se vende por dinheiro de banana. O crime de quem se vende é pior
do de quem compra baseado no velho ditado: proposta não é ofensa. Impedirá o
sr. Fernando Henrique futuras negociatas na gaiola de ouro de São Gabriel?
Acredito que não. Os eleitores precisam votar em quem tenha mais caráter e
melhor preparo moral e intelectual. Se o comentário da compra e venda de votos
na Câmara Municipal for verdadeiro, deve existir também a figura do corretor
(aquele que ganha comissão pelo agendamento do negócio).
Quando o eleitor mistura alhos com
bugalhos normalmente acontecem essas anomalias na vida pública. A culpa é
sempre de quem escolhe. Como é que o Presidente vai engrandecer o país com esse
tipo de gente?
A convocação está feita, mas será que
teremos defensores da idéia?
Mais de dezessete (17)
anos se passaram e tudo está no mesmo lugar. E as mudanças?
### OBSERVE o que se passa na vida: quando você necessita de alimentos, é só
você que pode comer. Ninguém pode
fazê-lo por você. ASSIM TAMBÉM NINGUÉM PODE CURÁ-LO.
Você é a
única pessoa capaz de curar-se, de fazer seu corpo revigorar-se e libertar-se
das enfermidades.
Emita
pensamentos positivos de saúde e expulse de seu organismo todas as moléstias (anônimo).
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