Estou abordando este assunto a pedido de um cidadão com o qual convivo nas esporádicas horas do cafezinho, após o almoço, no HSBC.
Há quem diga que um dos grandes negócios nos dias de hoje é a exploração do instituto de beleza para cães e gatos. A rentabilidade, dizem, é muito boa ultrapassando o ramo de sindicato, para quem explora, e o da decantada sucata. A bicharada está se enfeitando e conquistando as passarelas que até então eram reservadas aos humanos.
A que se deve o fenômeno? Porque certas pessoas estão substituindo o afeto humano pelo afeto principalmente de cães e gatos? Fuga? Depressão? Modernismo? Cada um que dê sua própria resposta.
Gosto de cachorros. Tenho dois que são os guardiões da residência, mas nenhum vai aos institutos de beleza e a sua maior mordomia é o porão da casa. Entrar no seu interior nem pensar; tomar banho, só de chuva; usar brincos, franjas, pintar unhas é uma ofensa para o Baco e o Baruc, pois nenhum é boiola.
Alguns exageram na dose, pois além de tratar os bichanos como filhos dormem na mesma cama e os acariciam como se fossem aqueles. Outros colocam nos animais nomes de pessoas o que confunde e constrange visitas.
Certa vez a cachorra de uma senhora escapuliu... Lá vai o marido procurá-la. Ao confrontar com uma parada de ônibus onde uma moça esperava o coletivo avistou a cadela que fazia festa por estar solta e lascou... Fulana (disse o nome da cadela) vai já para casa senão te pego e te arrebento a pau. Foi uma loucura, pois a moça que sem saber tinha o nome da cadela saiu em desabalada carreira rumo à casa dos pais com medo de apanhar sem nada ter feito àquele furioso cidadão. Imaginem a confusão entre os vizinhos. É o que dá colocar nome de gente em bicho.
A dedicação aos animais contrasta com a indiferença de certas pessoas ao seu semelhante. Condomínios em muitos casos precisam adequar seus estatutos para permitir a convivência dos condôminos com cães e gatos nas áreas comuns dos edifícios. E logo surgem os conflitos entre os proprietários dos pequenos e dos grandes animais. Síndicos enlouquecem... E tem lei para carregar os bichanos em ônibus. Já imaginaram um passageiro levar um arranhão de um gato? Imaginem a dificuldade que terá o infeliz de provar perante sua mulher de que foi um gato e não uma gata quem provocou a lesão. Outros culpam o pobre gato pelo arranhão da “gata”.
A preferência compulsiva dos humanos pelos animais aumenta a indiferença ao seu semelhante talvez pelo fato de que os ditos irracionais não reclamam por dinheiro e dificilmente se rebelam diante dos maus tratos. São surrados e logo após vêm beijar a mão do algoz. Estamos, sem sombra de dúvidas, vivendo em um mundo cada vez mais perverso. Até quando?
### Certos demagogos falam muito na educação de forma genérica, mas esquecem de esclarecer que ela deve começar no âmbito familiar com a formação moral da criança desde seus primeiros passos. E a superproteção patrocinada pelo Estatuto do Menor e do Adolescente provocou ou provoca a desagregação familiar.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
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