Os veículos de comunicação, grandes e pequenos, na sua maioria são movidos por generosas verbas públicas e disso decorre a sua falta de liberdade. A imprensa está muito mais submetida à censura dos interesses de seus exploradores do que a qualquer outra. Tudo gira em torno de quem paga mais.
Breno Caldas, bastante esquecido, pagou um preço muito alto por manter durante longos anos a única imprensa livre do Brasil. Há casos em que a imprensa torna poltrões em grandes homens ao tempo em que silencia toda uma comunidade. Assim tivemos no passado os Diários Associados e no presente as emissoras de televisão com predomínio da Rede Globo. Supostamente publicam o que interessa ao grupo e passam ao largo do que interessa ao grande público.
A imprensa abdicou de sua maior finalidade: A de bem informar. O maior exemplo disso são as Assessorias de Imprensa do Executivo, do Legislativo, de Conselhos de Classe, de Sindicatos, de Hospitais, etc.
Quem trabalha, por exemplo, na assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal ou da Câmara de Vereadores e tem uma coluna em qualquer periódico ou espaço na imprensa falada ou televisiva produzirá notícias que enaltecem os feitos do Prefeito e ou do Presidente, mas em nenhum momento mostrará seu lado perverso. Ele é funcionário público e jamais se insurgirá contra o poder de quem tem a caneta.
Para que o leitor do jornal, o ouvinte da rádio, o telespectador e os que não saem de casa sejam esclarecidos a coisa funciona mais ou menos assim: A notícia publicada sobre as atividades das entidades citadas acima é produzida pelas próprias assessorias de imprensa e não mais pelos repórteres dos diferentes órgãos da imprensa. Dessa maneira qual a assessoria que vai publicar o que não interessa ao patrão? Dois fatos pitorescos: 1 – Pesquisa de opinião da preferência popular sobre o serviço de exploração de abastecimento d’água e esgoto no Município: A pergunta feita; O (a) senhor (a) prefere a CORSAN ou outra empresa melhor para executar o serviço de abastecimento de água e esgoto? Eta perguntinha cretina. 2 – A manifestação empolgada de um colunista da administração municipal a respeito do vereador Rui Lucas cujo voto decidiu a pendenga.
A interrogação que se faz: O que estava sendo votado era o interesse da comunidade ou o do prefeito? Pela ovação ao Rui Lucas parece que o Prefeito ganhou e não a comunidade. Nessa questão não há como afirmar que esta é melhor ou pior do que a outra. A CORSAN está aqui há quarenta anos e a OUTRA que ganhar a licitação poderá ser melhor ou bem pior. Só o tempo dirá POR QUE NÃO HÁ COMO SE AVALIAR A CAPACIDADE DE QUEM NUNCA PRESTOU O MESMO SERVIÇO durante o mesmo tempo e nas mesmas condições financeiras. A CORSAN falhou, mas a Prefeitura e a Câmara de Vereadores falharam muito mais.
Qual a divulgação da imprensa ao Projeto de Lei do Deputado Luciano de Azevedo extinguindo a Pensão Vitalícia dos ex-governadores? Nenhuma porque sempre existe um governador preparando a reeleição.
Conheço essa área muito mais do que os senhores imaginam e por isso afirmo que a censura existente na imprensa é muito mais dos exploradores desse serviço do que mesmo do poder concedente. Esse comportamento tacanho é um dos responsáveis pela longa permanência das mesmas pessoas à frente das instituições que delas fazem o trampolim para chegar aos seus objetivos pessoais explorando a comunidade que deveriam proteger. Entenderam?
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
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