terça-feira, 13 de agosto de 2013

SER IGUAL NÃO É PRIVILÉGIO


 


         Os que usam de má fé costumam dizer que a corrupção no Brasil começou com a administração do Luiz Inácio da Silva, ignorando todos os escândalos que sacudiram o país durante sua existência, desde a era Vargas, passando por Juscelino, pelo ciclo militar, pela administração Fernando H. Cardoso e não fugindo à regra de que o poder também é corrupto atingindo as administrações do Lula e da Dilma Roussef.

            Gostaria de estar escrevendo na defesa de um deles, lamentavelmente todos foram marcados por atos que os denegriram, com o consentimento ou não dos presidentes nos seus respectivos períodos.

            A grande diferença existente é o enfoque da grande mídia, da censura e inclusive dos tribunais quando do julgamento de uns e de outros. Neste caso o interesse em dar maior publicidade a um ou a outro escândalo depende de que lado estão os produtores das notícias. Mas que todos têm os seus desvios, disso não resta a menor dúvida.

            Penso que não é suficiente um praticar corrupção porque o outro praticou, mas o ideal seria um procurar ser melhor do que o outro pela integridade dos seus atos e pelo desenvolvimento sustentado primeiro da pessoa humana e em conseqüência disso do país. Porque a diferença entre uns e outros precisa ser feito pelos seus defeitos e em nenhum momento pelas suas virtudes?

            A sociedade que produz os líderes é a maior responsável por esse estado de coisas, pois com seu comportamento pouco recomendável aposta em quem tem maior visibilidade e maior poder financeiro para atender suas exigências também pouco éticas.

            Se contentar em ser tão podre quanto aos outros é simplesmente aceitar e adotar as coisas mal feitas. E esse é o mal que assola o Brasil do norte ao sul.

            Os partidos políticos são fracos porque a maioria dos afiliados não tem idéia do seu programa e do seu estatuto, pois nenhum, salvo exceção que eu não conheça, entrega a cópia dos mesmos ao eleitor que acaba de efetuar o ato de filiação.

            Em 1950, falavam em reforma, em 1960 falavam em reforma, em 1970 falavam em reforma, em 1980 falavam em reforma, em 1990 falavam em reforma, em 2000 falavam em reforma, em 2010 falavam em reforma e em 2013 estão falando em reforma, mas duvido que as mesmas aconteçam.

            E não acontecem porque a sociedade brasileira não as quer, pois uma verdadeira reforma implica em perda de privilégios, em rígida disciplina, em punições severas aos faltosos e tudo isso o brasileiro quer longe dele.

            O Brasil que os brasileiros adoram é aquele no qual noventa e nove pessoas chegam na hora marcada, mas são punidos pela espera a um faltoso atrasado; o Brasil que os brasileiros querem é aquele severo com os filhos dos outros, mas condescendente com os seus, etc. Enfim, as tais reformas nunca saíram porque desde 1950 este solo é habitado pelo mesmo povo e este não há como levar para outro planeta.

            A reforma verdadeira que o Brasil precisa é aquela que acontece dentro de cada um dos seus filhos e é por isso que tarda e não vem. Acredito que um dia virá e aqueles que lerem esta coluna hoje haverão de lembrar de mim quando eu já não estiver aqui.

            É por isso que lhes digo que ser igual, para mim, não é privilégio; eu preciso e quero ser sempre melhor: SER EXEMPLO, pois cada um é responsável pelas suas atitudes.

          

                 

Nenhum comentário:

Postar um comentário