sexta-feira, 9 de agosto de 2013

GASTOS EQUIVOCADOS


 

 

            O acréscimo de mais dez por cento (10%) na multa de quarenta por cento (40%) sobre os depósitos do FGTS do empregado dispensado sem justa causa foi criado no ano de 2001 para compensar os prejuízos ocorridos com os planos Verão e Collor 1.

            O citado acréscimo de dez por cento (10%) não beneficiou aos empregados demitidos, mas sim foram utilizados para recompor as contas do próprio FGTS.

            Não há razão que justifique manter tal ônus aos empregadores visto que a finalidade de sua criação já foi atendida.

            Aprendi quando freqüentava os bancos escolares, principalmente no estudo da contabilidade, que orçamento nada mais é do que a fixação das despesas e a previsão das receitas. Era, porque agora não é mais. A modernidade tão endeusada e em nome de quem se faz tantas besteiras modificou muita coisa que dava certo no passado.

            Uma verdade não se pode negar: como se gasta mal neste Brasil. Não só a administração pública, pois isso vale para a iniciativa privada e para as pessoas físicas. Prioridades são invertidas na aplicação dos recursos, trazendo prejuízos consideráveis para todos.

            O Poder Legislativo (Senado, Câmara Federal, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais) custa uma soma extraordinária e desnecessária de recursos financeiros, os quais poderiam ser muito bem utilizados em benefício da maioria. Mas acontece justamente o contrário: se sacrifica a maioria para remunerar uma casta minoritária de, salvo escassa exceção, aproveitadores.

            O Brasil é o país onde se gasta muito onde se deveria gastar pouco e se gasta pouco onde se deveria gastar muito. As conseqüências estão aí.

            O grito das ruas que tantos inconsequentemente aplaudem nada mais é do que um movimento daqueles que cada vez mais querem conforto e vantagens pessoais desde que outros paguem por eles.

            Passe livre, meia-entrada, bolsa família, financiamento a custo quase zero, preços diferenciados para idosos, enfim, uma enormidade de benefícios que certamente onerará alguém.

            E essas mesmas pessoas que tudo querem e nada dão são as mesmas que criticam os administradores pela alta carga tributária que reina no país. Há poucos dias conversando com um cidadão de sucesso em suas atividades comerciais, papagaio da televisão, o mesmo reclamava acintosamente do custo Brasil e da quantidade de impostos, taxas e contribuições que oneram sobremaneira a produção. Cansado de ouvir aquela aula em uma matéria na qual tenho bons conhecimentos falei: Mas tu não podes reclamar, pois se estás bem na vida é porque tens o privilégio de exercer uma atividade isenta de impostos. Os leitores que imaginem qual é a atividade. Eu fico profundamente ofendido quando esses lacaios vêm me dar aula de economia.

            É por essa razão que o custo Brasil é alto, mas não é só pelo auxílio a quem precisa, mas principalmente é pelas benesses a quem não precisa.

            ### O Brasil é mesmo um país de sérias contradições, senão vejamos: Muitas entidades de classes se reuniram para exigir uma política limpa e elaborar uma minuta para a reforma. Esquecem-se, porém que suas políticas classistas, salvo honrosas exceções, estão para lá de podres. Se política é suja o que dizer de quem a produz? Não esqueçam disso. Primeiro que cada uma cuide de sua casa e depois das dos outros.

            Os partidos políticos são fracos porque poucos afiliados enxergam que certos dirigentes não trabalham pelo Partido, mas sim o usam na busca de brilho e vantagens pessoais. Mas alguém enxerga.

       

           

           

           

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