quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

UM PAÍS SEM NORMAS

Assim é visto o Brasil pela maioria dos países investidores do chamado primeiro mundo. Inicialmente poderíamos levar isso como uma ofensa, mas pensando e analisando com maior profundidade a afirmativa acima veremos que  quem assim pensa está coberto de razão.
As Constituições Federais dos outros países norteiam as administrações por séculos e séculos; no Brasil as administrações norteiam a Constituição Federal  a seu bel prazer, bastando para isso dar empregos a determinados corruptos eleitos por uma maioria não menos corrupta; nos outros países o crime, quando é descoberto, é punido; no Brasil, dependendo do criminoso, é impune e muitas vezes aplaudido. E assim sucessivamente.
No mundo dos negócios é impossível planejar. O que é bom hoje, pode ser ruim amanhã e vice-versa, exceto àqueles que estão inseridos no grupo dominante ligado ao poder. Uns anoitecem pobres e amanhecem ricos ; outros anoitecem ricos e amanhecem pobres.
O Real foi criado dia primeiro de março de 1994 com o malsinado nome de URV que valia CR$ 647,50. Em quatro meses o inflacionaram em 324,71%, pois em 30 de junho de 1994 eram precisos CR$ 2.750,00 para comprar o que em março do mesmo ano custava CR$ 647,50. O Real foi pré-inflacionado.
O mandato presidencial era de seis anos; baixaram-no para cinco; agora para quatro. Quando de seis, era longo; agora de quatro, é curto. Os defensores da reeleição querem eternizar-se no poder, pois com a Rede Globo na mão e um povo de décimo mundo isso é barbada.
O Presidente da República, o Risadinha II, goza de seus compatriotas, ofende-os, principalmente, quando está no exterior.
A Medida Provisória se tornou um instrumento ditatorial.
O trabalho honesto é desestimulado; o desemprego uma realidade.
Quem recebe dinheiro grosso da administração federal é a mídia (comunicações) e os Bancos.
A instrução está falida; a saúde, idem; a seguridade social, nem se fala. Mas os emprenhados pelos ouvidos insistem em dizer que vai tudo bem.
A inflação, alardeiam, é menos de um por cento ao mês; os juros, quinze.
A todo o momento é criado um imposto, uma taxa ou uma contribuição onerando o grupo reduzido que quer trabalhar dentro da Lei.
A economia informal, a sonegação, a fraude, representam a alternativa para os safados que fogem de uma super tributação.
Os homens de bem fazem força para respeitar as autoridades; as autoridades fazem força para ser desrespeitadas.
Culpa de quem? Do povo, ou melhor, da maioria de uma coletividade passiva.
É por isso que sinto asco, nojo, repugnância dos covardes, dos omissos, alienados e coniventes. Estes são na realidade o cancro deste Brasil que o torna sem normas, sem futuro e fadado não a deitar, mas a dormir eternamente em berço esplêndido.

Quem pensa que este artigo foi escrito agora está completamente enganado. Ele é atual, mas publicado no dia 19 de julho de 1996, no Jornal Tribuna do Povo, em São Gabriel-RS. O povo é o mesmo e não quer evoluir, pelo menos a sua maioria. Os administradores de hoje eram os críticos de ontem, mas os críticos de hoje eram os administradores de ontem. Tenho razão ou não? Os leitores que decidam.

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