quarta-feira, 12 de novembro de 2014

DIÁLOGO RASTEIRO


 

 

            A história de São Gabriel exige melhor qualidade no debate entre seus líderes; a população de São Gabriel exige maior respeito das ex-autoridades e das atuais autoridades nas discussões das respectivas propostas; e, finalmente São Gabriel exige que se debata um projeto para o seu desenvolvimento e não um bate boca estéril que depõe contra a grandeza daqueles que o produzem.

            São Gabriel precisa crescer e para tanto necessita da união de todos para que num ambiente de paz e de entendimento consiga seus objetivos.

            Todos afirmam que trabalham pelo bem da coletividade, mas é muito difícil de acreditar, pois se assim fossem caminhariam na mesma direção. Porque acontece exatamente o contrário? Não será porque cada um tem um projeto pessoal para si e para os seus e não para a coletividade?

            A cidade está há muito tempo abandonada e a cada dia fica mais feia e menos acolhedora. Mas as autoridades são legítimas, embora umas sejam omissas quanto às suas responsabilidades e outras extrapolem suas prerrogativas.

            O Poder Executivo e o Comando 6º BE, ambos desrespeitando as normas legais e extrapolando seus poderes, anarquizam com o trânsito na Rua João Manoel ante a omissão do Poder Legislativo que não ousa se manifestar contra a arbitrariedade do Senhor Prefeito porque os beneficiados são alguns militares.

            Mas o Poder Legislativo, representado por parte expressiva de seus quadros, se manifesta com energia, raiva e ódio quando outras ilegalidades do Senhor Prefeito beneficiam a Associação dos Aposentados e outra sociedade civil. Qual a diferença, quanto à legalidade e a imoralidade, entre a cessão de parte da Rua João Manoel e a cessão de um terreno para a Associação dos Aposentados se todas as duas não tramitaram na Câmara de Vereadores e nenhuma foi por ela aprovada?

            Ou foi porque o Prefeito anterior atendendo o interesse da maioria expressiva da coletividade liberou toda a Rua João Manoel para o trânsito de veículos? Ou foi porque o atual Prefeito se considera militar e atendeu ao pedido esdrúxulo do Comandante do 6º BE, o que representa uma agressão à comunidade são-gabrielense?

            Qual a razão da minoria de prepotentes se beneficiar de privilégios que agridem e prejudicam a maioria? A maioria talvez seja composta de covardes e de submissos que não têm consciência da sua força coletiva.

            Está na hora da coletividade exigir de seus líderes lucidez, desprendimento e grandeza para entenderem que são líderes para se sacrificar pela maioria e não sacrificar a maioria pelos seus caprichos rançosos e ilegais.

            Está na hora de todos aqueles que dizem trabalhar pelo bem desta terra sentar à mesa e cavalheirescamente tratarem das divergências que emperram o desenvolvimento do município. Os grandes homens sabem conviver com as divergências; os pequenos morrem afogados no fel produzido pelo próprio ódio e pelo seu sentimento de inveja e rancor.

            Será que não existe nenhum líder suficientemente lúcido que se proponha a mediar um encontro para por fim a esse diálogo rasteiro que envergonha os protagonistas e toda a coletividade desta maravilhosa terra de São Gabriel?

            Será que não se envergonham do seu próprio comportamento? Haja estômago.

           

           

           

           

           

           

           

           

           

           

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