Entre ter dinheiro e ser rico
naturalmente que preferi a segunda opção. Não conheço maneira mais comum de ser
pobre do que acumular a riqueza material. Em um primeiro momento parece que
estou sendo contraditório, pois para a grande maioria ser rico é ter dinheiro,
é ter grande patrimônio material, é ser abonado, ter fortuna, etc.
Penso
de maneira diametralmente oposta. Sou rico porque as pessoas me admiram pelo
que sou, pelos meus valores éticos, pelo meu caráter, pela minha lealdade e até
mesmo pela maneira um pouco grosseira de me expressar. Sou rico porque vivo em
paz comigo, tenho saúde, dois olhos para enxergar, duas pernas para caminhar,
dois braços para abraçar todos aqueles que gostam do calor humano e tenho
energia positiva para ajudar os desanimados, os que ainda não encontraram as
respostas para suas interrogações. Muitos passam, não vivem.
Lembro
que estou vivendo sessenta e oito (68) anos de dificuldades, de incompreensões,
de discriminações, mas como o amigo João Alberto Souto me disse que os sábios
nasceram para compreender e não para serem compreendidos, não desisto de
desempenhar o papel que o destino me reservou.
Tenho
ao longo dos anos procurado mostrar que a pessoa humana é produto do que pensa
e que se ela não pensa não desenvolve e muito menos desenvolve quem depende
dela. O mundo é cíclico e por essa razão haverá no futuro, distante ou não,
radical mudança no comportamento humano.
A
educação foi a grande riqueza que meus pais deixaram aos filhos. Não sou polido,
fino, porque a luta pela sobrevivência me tornou um homem duro, mas sou educado
embora quando a situação exija saiba ser extremamente mal educado.
Na
sociedade na qual fui criado predominava a formação moral do indivíduo, os pais
eram rigorosos na transmissão dos conceitos de dignidade e do nome da família,
hoje substituídos pela sociedade que enxerga o ser humano simplesmente como um
consumidor em potencial. É a famosa sociedade de consumo que impôs a nova regra
que rico é aquele que tem dinheiro para consumir, consumir e consumir.
Sou
rico porque conquistei, com meu esforço, com minhas atitudes e cumprindo com
minhas obrigações, o respeito da minha comunidade, o que para mim é um tesouro
inestimável.
Sou
rico porque sei conviver com o abastado, com o pobre, com o branco, com o preto
e sem discriminação com quem quer que seja; sou rico porque não invejo ninguém;
sou rico porque mantenho intactas todas as minhas convicções e finalmente sou
rico porque tenho a consciência de que do meu comportamento depende uma
sociedade mais organizada, disciplinada e desenvolvimentista.
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A coletividade não sabe o que ocorre nos bastidores da Santa Casa, mas diz
saber tudo o que acontece no Brasil. A Santa Casa é mantida também com dinheiro
público (convênio com o município, verbas parlamentares) e por essa razão uma
dispensa ou pedido de demissão de um funcionário não é suficiente para
esclarecer possíveis irregularidades, se é que aconteceram. Pairam dúvidas
sobre o episódio e isso não é bom para a instituição e muito menos para a Mesa
Diretora.
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