As
coligações são muito boas para ganhar uma eleição, mas muito ruins para
harmonizar uma administração, principalmente quando elas são feitas entre
grupos heterogêneos politicamente.
Costumo
chamar a atenção do grande público para a dificuldade que se tem de avaliar em
uma coligação quem efetivamente mais contribuiu para a vitória. Se o partido
“A”, “B” ou “C”. O inferno, para o eleito, é compor sua equipe de trabalho.
O
Prefeito eleito de São Gabriel por não ter uma identificação partidária, era
filiado ao PSDB quando este partido estava na administração estadual; migrou
para o PT quando este ascendeu ao poder federal e ao estadual, não tem vivência
partidária em nenhum dos partidos da coligação e muito menos, digamos, no grupo
político nômade que se juntando à coligação acabaram por lhe garantir a
eleição. Confiar em quem? No PT que lhe deu guarida, mas que ele não conhece?
No PPS, quase propriedade de dois ou três? Ou no grupo nômade que lhe garantiu
a eleição? A resposta, naturalmente, só pode ser dada pelo atual Prefeito.
O
Prefeito de Porto Alegre, que a imprensa não diz que cooptou quase todos os
partidos para lhe apoiar, está em maus lençóis para formar sua equipe de
trabalho eis que certos companheiros do seu partido não admitem trabalhar em
uma mesma secretaria com componentes de outros partidos.
O
Prefeito de São Gabriel, com o discurso forte na campanha de “chega dos
mesmos”, deve ter ânsia de vômito quando é obrigado a nomear no primeiro e nos
demais escalões figuras surradas “dos mesmos” em paga do apoio negociado nos
bastidores da campanha. Sempre tive e espero continuar tendo um bom
relacionamento com o senhor Prefeito, mas não é por essa razão que deixarei de
tecer considerações administrativas e políticas sobre sua gestão. Conheço
administração, a política, a politicagem, os bons e os maus políticos e os
aproveitadores que estão sempre do lado que ganha independente de que lado é.
Aí reside o perigo. O Poder é que nem M ou M, pois todos os dois atraem as
moscas.
Senhor
Prefeito, se cuide e abra os olhos. A Prefeitura não é a Santa Casa.
Não
sei se o Senhor tem vocação para mártir ou para mágico, mas sobreviver
administrativa e politicamente no meio desse emaranhado no qual se meteu é
preciso muita mágica e sabedoria.
A
primeira o Senhor já perdeu: Engolir “os
mesmos” que tanto combateu na campanha política afetou sua credibilidade.
Não votei no senhor, mas pela vontade da maioria, e vivemos num processo de
maioria, legitimamente o Senhor é o meu Prefeito e em sendo assim para
respeitá-lo como a maior autoridade do Município é imperioso que o senhor se
respeite honrando suas propostas. Na qualidade de cidadão e de contribuinte é o
mínimo que espero de sua parte.
O pouco que se pague por uma coligação ou
um apoio o preço é sempre alto, desmoralizante e devastador. É ultrajante, mas
verdadeiro.
Não
gosto de precipitações por isso avaliarei a nova gestão somente após 31 de
março de 2013. Mas desde agora desejo toda sorte de sucesso, pois não faço parte
da grande mídia que torce para que se instale o caos no Brasil.
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