terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O PREÇO DAS COLIGAÇÕES


 

            As coligações são muito boas para ganhar uma eleição, mas muito ruins para harmonizar uma administração, principalmente quando elas são feitas entre grupos heterogêneos politicamente.

            Costumo chamar a atenção do grande público para a dificuldade que se tem de avaliar em uma coligação quem efetivamente mais contribuiu para a vitória. Se o partido “A”, “B” ou “C”. O inferno, para o eleito, é compor sua equipe de trabalho.

            O Prefeito eleito de São Gabriel por não ter uma identificação partidária, era filiado ao PSDB quando este partido estava na administração estadual; migrou para o PT quando este ascendeu ao poder federal e ao estadual, não tem vivência partidária em nenhum dos partidos da coligação e muito menos, digamos, no grupo político nômade que se juntando à coligação acabaram por lhe garantir a eleição. Confiar em quem? No PT que lhe deu guarida, mas que ele não conhece? No PPS, quase propriedade de dois ou três? Ou no grupo nômade que lhe garantiu a eleição? A resposta, naturalmente, só pode ser dada pelo atual Prefeito.

            O Prefeito de Porto Alegre, que a imprensa não diz que cooptou quase todos os partidos para lhe apoiar, está em maus lençóis para formar sua equipe de trabalho eis que certos companheiros do seu partido não admitem trabalhar em uma mesma secretaria com componentes de outros partidos.

            O Prefeito de São Gabriel, com o discurso forte na campanha de “chega dos mesmos”, deve ter ânsia de vômito quando é obrigado a nomear no primeiro e nos demais escalões figuras surradas “dos mesmos” em paga do apoio negociado nos bastidores da campanha. Sempre tive e espero continuar tendo um bom relacionamento com o senhor Prefeito, mas não é por essa razão que deixarei de tecer considerações administrativas e políticas sobre sua gestão. Conheço administração, a política, a politicagem, os bons e os maus políticos e os aproveitadores que estão sempre do lado que ganha independente de que lado é. Aí reside o perigo. O Poder é que nem M ou M, pois todos os dois atraem as moscas.

            Senhor Prefeito, se cuide e abra os olhos. A Prefeitura não é a Santa Casa.

            Não sei se o Senhor tem vocação para mártir ou para mágico, mas sobreviver administrativa e politicamente no meio desse emaranhado no qual se meteu é preciso muita mágica e sabedoria.

            A primeira o Senhor já perdeu: Engolir “os mesmos” que tanto combateu na campanha política afetou sua credibilidade. Não votei no senhor, mas pela vontade da maioria, e vivemos num processo de maioria, legitimamente o Senhor é o meu Prefeito e em sendo assim para respeitá-lo como a maior autoridade do Município é imperioso que o senhor se respeite honrando suas propostas. Na qualidade de cidadão e de contribuinte é o mínimo que espero de sua parte.

            O pouco que se pague por uma coligação ou um apoio o preço é sempre alto, desmoralizante e devastador. É ultrajante, mas verdadeiro.

            Não gosto de precipitações por isso avaliarei a nova gestão somente após 31 de março de 2013. Mas desde agora desejo toda sorte de sucesso, pois não faço parte da grande mídia que torce para que se instale o caos no Brasil.

     

           

           

           

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