sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

AS SUCESSÕES E AS DÍVIDAS




 

            Cada vez que é eleita a oposição ao grupo dominante que administrava o executivo em qualquer das suas instâncias a ladainha sobre os famosos restos a pagar ou sobre as dívidas herdadas é uma praxe dos que assumem o novo mandato.

            Nos dias de hoje é normal o endividamento dos municípios eis que as gerências são na sua grande maioria políticas, o que provoca despesas desnecessárias, mas que são quase obrigatórias para enaltecer a figura do administrador.

            A tomada de financiamento em longos prazos para a realização de obras necessárias, mas nem sempre prioritárias faz o gerente de plantão comprometer as administrações futuras na obrigação de saldar as obrigações assumidas em nome do Município.

            Os restos a pagar, são, assim também como as dívidas, uma obrigação do Município, do Estado ou da União e como tal cumpre ao novo gerente honrá-las e não de quem o administra.

            Para evitar essa ladainha ridícula é que todos se esforçam pela reeleição e quando esta não é mais possível tentam eleger um companheiro para ser o sucessor, pois dessa maneira nada é levado ao conhecimento do grande público, mesmo existindo os famosos restos a pagar ou dívidas.

            Dia 31 de janeiro corrente será eleita a nova mesa diretora da Santa Casa de Caridade de São Gabriel. Não tenho conhecimento se haverá mais de uma chapa concorrendo, mas o certo é que a situação quer permanecer. Neste caso não haverá ladainha quanto às dívidas da Santa Casa, mas se porventura uma outra ganhar e for empossada, saia da frente porque assim como o Município a Santa Casa também as tem, o que é normal.

            A Presidente Dilma é o melhor exemplo que posso apresentar. Agüenta firme as maracutaias herdadas do Luiz Inácio e afirma que não é uma herança maldita. Mas imaginaram o incêndio que seria provocado se o José Serra fosse o vitorioso?

            O choro do Prefeito eleito não procede, pois ele sabia que o Município tinha dívidas, mas mesmo assim fez acordos com Deus e o Diabo para ganhar a eleição. Só lhe resta trabalhar para provar que sua administração será diferente das demais porque até o presente momento a impressão que se tem é de que está amarrado pelos compromissos assumidos “com os mesmos”. Pelo menos é o que se constata pela revolta de quem diz que sempre esteve ao seu lado e hoje está preterido por nomeações que não obedecem aos requisitos da boa administração e representam uma agressão aos contribuintes. Até quando caminhará de mãos dadas “com os mesmos”? É a pergunta que se faz.

            As nomeações de militares da reserva ou reformados, a nomeação de aposentados que já têm a sobrevivência garantida para cargos em comissão iguala o perfil da atual administração ao das anteriores. E muitos são-gabrielenses se mandam para Vacaria ou outro destino.

            ### CORREÇÃO: Na edição passada comentei que 0,887hectares estão sendo desapropriadas na Chácara da família Assis Brasil. Não são 0,887, mas sim 1, 7385 hectares. Para quem afirma que o Município está falido e não atende as prioridades da comunidade fica difícil justificar tal ato. Fica a interrogação: Quem serão os maiores beneficiados com tal desapropriação? Fica difícil de entendê-la como um dos primeiros atos da nova administração quando ainda nem tomou conhecimento dos crônicos problemas que afligem a municipalidade. No prazo de vinte (20) dias é impossível se inteirar de tudo. Nem com mágica. A desapropriação, se supõe, começou a ser programada tão logo foi proclamado o resultado da eleição. Ou não?

            Entendo precipitada a decisão, independente de quem são os proprietários da área. Se meus amigos ou não, pois ela contraria o discurso da “terra arrasada” dos novos administradores.

            Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

 

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