sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O PALPITEIRO E O ESTADISTA


 

 

            É notório o esforço que faz a grande imprensa do país em ridicularizar o ex-presidente Luiz da Silva e em enaltecer o também ex-presidente Fernando Cardoso. Em que pese o seu grande esforço ela tem imensa dificuldade para atingir seus objetivos já que a situação dos dois é completamente diferente e quando a própria imprensa quer fazer comparação entre os dois a balança é totalmente favorável ao Luiz da Silva.

            A maioria do eleitorado não elegeu o correligionário do Fernando Cardoso como seu sucessor em uma flagrante demonstração de repúdio aos seus oito (8) de governo e assim sendo a quem o mesmo daria palpite? Relegado ao esquecimento pelo seu próprio partido e ofuscado pela surpreendente popularidade e aceitação do seu sucessor não restou à grande imprensa titulá-lo de estadista para disfarçar seu ostracismo. Mas se o Serra fosse o vitorioso naturalmente que o papel do Fernando Cardoso teria sido outro. Quem sabe conselheiro de luxo? Eminência parda? Ministro sem pasta? Sei lá.

            Já o Luiz da Silva, abominado pelas elites e pelos privilegiados de formação acadêmica, criou, apostou e com um grande respaldo popular elegeu sua sucessora e acredito que só por essa razão deve ter se transformado no “palpiteiro indesejável” do Brasil. Mas os mesmos que o chamam pejorativamente de palpiteiro estão esquecidos de que o também ex-presidente, sem o voto popular, Emílio Garrastazu Médici dava seus palpites no futebol e na seleção brasileira e nem por isso recebeu aquele apelido.

            O governo do Fernando Cardoso de 1995-2002 apesar de sacudido por fortes escândalos foi extremamente simpático à grande mídia. Blindado por uma expressiva e fiel maioria no Congresso, o executivo inviabilizou a instalação das Comissões Parlamentares de Inquérito e ou abortou as instaladas para impedir que a podridão fosse investigada e consequentemente divulgada.

            O mesmo não aconteceu com o seu sucessor, mas não se pode negar que o estilo de governar é o mesmo, haja vista que os próprios seguidores do PSDB dizem que o PT copiou e ou se adonou do projeto administrativo do primeiro.

            Na realidade as administrações de um e de outro são iguais até mesmo nos escândalos e na corrupção, pois até o mentor Marcos Valério que começou com o PSDB, e isso está no STF desde 2005, foi mantido pelo PT.

            A diferença está na pressão da grande imprensa e no inusitado julgamento da Ação Penal 470 (turma do PT e aliados), entrou no STF em 12.11.2007, antes do Inquérito2280 (turma do PSDB) que entrou em 15.12.2005. O Relator de todos os dois é o número um da mídia no momento, Ministro Joaquim Barbosa. A serviço de quem estarão os senhores Ministros?  Pelo bate boca público entre os mesmos durante o julgamento da Ação Penal 470 e os votos conflitantes de uns e de outros é de se supor que até os Senhores Ministros do STF têm interesses diferentes no referido julgamento. O tempo dirá.

            Do exposto se pode concluir que os Ministros do STF julgam sob forte pressão. De quem? No futuro, quem viver, saberá. Ou a grande imprensa quer criar um candidato a Presidente da República? Se os Estados Unidos da América pode ter um negro na Presidência por que o Brasil não pode? Afinal tudo se copia.

            Continuo com a idéia de que não será a condenação dos réus da Ação Penal 470 que acabará com a corrupção. O mesmo rigor precisa atingir todos os faltosos, o que não acontece. Os exemplos são fartos, é só retroceder na história. A liberação do Carlos Augusto Ramos me dá razão.

            

              

           

 

           

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