terça-feira, 6 de novembro de 2012

COMPRA E VENDA DE VOTOS


 

 

            Não há de se falar na compra sem falar na venda, pois para existir o (s) comprador (es) forçosamente deverá (ão) existir o (s) vendedor (es).

            Nas rodas que freqüento costumo assistir a condenação sumária aos que, supostamente compram e os aplausos quase unânimes aos que supostamente vendem,  quando a mercadoria é o voto. Sou uma voz isolada que se levanta contra esse tipo de comportamento que apodrece o processo político eleitoral. Especificamente no que se refere ao voto entendo que todos os dois, comprador e vendedor, deveriam ser rigorosamente punidos quando for comprovada a fraude.

            Os noticiários de diversas cidades do RS e de outros estados dão conta de processos e até de cassações de mandatos em vista de supostas compras de votos. Não é difícil de acreditar na existência de tal prática, pois para os atentos é fácil perceber que os candidatos que mais investem na campanha eleitoral, independente de qualificação, salvo honrosas exceções, são os eleitos.

            Candidatos que primam pela ética, que tem vida pregressa e uma boa qualificação são relegados pela maioria do eleitorado à eterna condição de suplentes.

            Conseguir um mandato de vereador, especificamente em São Gabriel, deixou de ser uma vontade de servir ao semelhante para se transformar em grande possibilidade de um negócio lucrativo. A remuneração dos senhores vereadores no exercício de 2013 deverá ser fixada, se ainda não foi, em torno de R$ 7.000,00 (sete mil reais) por quatro (4) horas semanais de trabalho durante o mês. R$ 7.000,00 x 12 = R$ 84.000,00 x 4 = R$ 336.000,00 (trezentos e trinta e seis mil reais). Essa bagatela, em quatro anos, é a grande atração para a maioria dos candidatos que somada às outras benesses do mandato tais como diárias para passeios turísticos, telefone, assessores, etc., transformam os eleitos em uma casta privilegiada. Isso tudo para fazer muito pouco ou quase nada em benefício da coletividade.

            A voz do povo nem sempre é a voz de Deus, pois de um total de dez (10) vereadores que negligenciou no exercício do mandato marcado por escândalos e irregularidades foram reeleitos dez, o que mais uma vez comprova que da maioria dos eleitores depende a qualidade dos eleitos.

            Será que é essa a voz de Deus? Se for, estamos em um beco sem saída.

            Uma maneira simples de melhorar a qualidade dos candidatos é diminuir essa remuneração absurda aos eleitos. Mas para que isso aconteça é necessário um projeto de lei de iniciativa popular semelhante ao que se tornou a Lei da Ficha Limpa.

            ### Mais uma exposição foi realizada e nada dos melhoramentos na Avenida Tito Prates. Encruou de vez. É mais uma constatação do descaso das administrações públicas que se sucedem com o desenvolvimento do Município.

           

           

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