Não
há de se falar na compra sem falar na venda, pois para existir o (s) comprador
(es) forçosamente deverá (ão) existir o (s) vendedor (es).
Nas
rodas que freqüento costumo assistir a condenação sumária aos que, supostamente
compram e os aplausos quase unânimes aos que supostamente vendem, quando a mercadoria é o voto. Sou uma voz
isolada que se levanta contra esse tipo de comportamento que apodrece o
processo político eleitoral. Especificamente no que se refere ao voto entendo
que todos os dois, comprador e vendedor, deveriam ser rigorosamente punidos
quando for comprovada a fraude.
Os
noticiários de diversas cidades do RS e de outros estados dão conta de
processos e até de cassações de mandatos em vista de supostas compras de votos.
Não é difícil de acreditar na existência de tal prática, pois para os atentos é
fácil perceber que os candidatos que mais investem na campanha eleitoral,
independente de qualificação, salvo honrosas exceções, são os eleitos.
Candidatos
que primam pela ética, que tem vida pregressa e uma boa qualificação são
relegados pela maioria do eleitorado à eterna condição de suplentes.
Conseguir
um mandato de vereador, especificamente em São Gabriel , deixou de
ser uma vontade de servir ao semelhante para se transformar em grande
possibilidade de um negócio lucrativo. A remuneração dos senhores vereadores no
exercício de 2013 deverá ser fixada, se ainda não foi, em torno de R$ 7.000,00
(sete mil reais) por quatro (4) horas semanais de trabalho durante o mês. R$
7.000,00 x 12 = R$ 84.000,00 x 4 = R$ 336.000,00 (trezentos e trinta e seis mil
reais). Essa bagatela, em quatro anos, é a grande atração para a maioria dos
candidatos que somada às outras benesses do mandato tais como diárias para passeios
turísticos, telefone, assessores, etc., transformam os eleitos em uma casta
privilegiada. Isso tudo para fazer muito pouco ou quase nada em benefício da
coletividade.
A
voz do povo nem sempre é a voz de Deus, pois de um total de dez (10) vereadores
que negligenciou no exercício do mandato marcado por escândalos e
irregularidades foram reeleitos dez, o que mais uma vez comprova que da maioria
dos eleitores depende a qualidade dos eleitos.
Será
que é essa a voz de Deus? Se for, estamos em um beco sem saída.
Uma
maneira simples de melhorar a qualidade dos candidatos é diminuir essa
remuneração absurda aos eleitos. Mas para que isso aconteça é necessário um
projeto de lei de iniciativa popular semelhante ao que se tornou a Lei da Ficha
Limpa.
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Mais uma exposição foi realizada e nada dos melhoramentos na Avenida Tito
Prates. Encruou de vez. É mais uma constatação do descaso das administrações
públicas que se sucedem com o desenvolvimento do Município.
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