Sou
mortal, não sei quantos dias de vida me restam, razão pela qual preciso fazer
as coisas hoje porque posso não ter amanhã.
Tenho
a capacidade de observar o mundo que me rodeia e o mundo que me rodeia não é a
televisão produzida, mas sim a coletividade, conjunto de indivíduos, do meu
município.
É
no município que identificamos melhor o perfil do cidadão. Cada um é diferente,
daí a beleza do mundo. Uns são vaidosos,
uns são prepotentes, uns não sabem nada e pensam saber tudo, uns são medíocres,
uns são egoístas, uns são desprendidos, uns são humanos e outros são sábios.
Não gosto de
homenagem póstuma, pois acredito que as pessoas devem saber em vida o quanto
são apreciadas ou desprezadas.
Assim
pensando peço permissão aos leitores para falar sobre um sábio homem que muito
tem contribuído com São Gabriel através de sua intelectualidade e de seu grande saber jurídico.
Falo de Charlesmagne Fenianos Neme.
Somente
aqueles que, como eu, convivem com o Charles têm autoridade para falar da sua
humanidade, dos seus bons propósitos, da sua solidariedade e, principalmente,
da sua disposição permanente de transmitir conhecimentos.
Não
fui seu aluno dos bancos escolares, mas tenho sido um aluno diuturno na busca
do aperfeiçoamento profissional. Sempre, e a qualquer momento, fui contemplado
com seu apoio moral e até mesmo material, o que muito me gratifica.
Sei
que os leitores são suficientemente inteligentes para não confundir respeito
com bajulação e muito menos reconhecimento com subserviência.
Caro
Charles, tenho a convicção de que todos os que te apreciam, ainda que não lhes
tenha pedido a devida vênia, são solidários comigo nesta justa homenagem que
mereces como professor, como advogado,
mas muito mais como um amigo ou irmão de fé.
É imperioso afirmar
que os sábios nasceram para compreender seus semelhantes. És um sábio,
por isso raras vezes és compreendido.
“Quarenta
anos é a idade ideal para o boêmio envelhecer. Depois disso, tudo é fracasso”.
Agora
entendo as razões dos meus fracassos. Já vivi mais de cinquenta anos e não
aprendi a envelhecer, como boêmio.
Obrigado Charles por mais esse precioso ensinamento.
Que Deus te proteja. As. Bereci
da Rocha Macedo.
(Publicado no Jornal O Imparcial, de São Gabriel,
edição de 29.10.2000).
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