segunda-feira, 12 de novembro de 2012

JUSTA HOMENAGEM


 
 

            Sou mortal, não sei quantos dias de vida me restam, razão pela qual preciso fazer as coisas hoje porque posso não ter amanhã.

            Tenho a capacidade de observar o mundo que me rodeia e o mundo que me rodeia não é a televisão produzida, mas sim a coletividade, conjunto de indivíduos, do meu município.

            É no município que identificamos melhor o perfil do cidadão. Cada um é diferente, daí a beleza do mundo. Uns são vaidosos, uns são prepotentes, uns não sabem nada e pensam saber tudo, uns são medíocres, uns são egoístas, uns são desprendidos, uns são humanos e outros são sábios.

            Não gosto de homenagem póstuma, pois acredito que as pessoas devem saber em vida o quanto são apreciadas ou desprezadas.

            Assim pensando peço permissão aos leitores para falar sobre um sábio homem que muito tem contribuído com São Gabriel através de sua intelectualidade e de seu grande saber jurídico. Falo de Charlesmagne Fenianos Neme.

            Somente aqueles que, como eu, convivem com o Charles têm autoridade para falar da sua humanidade, dos seus bons propósitos, da sua solidariedade e, principalmente, da sua disposição permanente de transmitir conhecimentos.

            Não fui seu aluno dos bancos escolares, mas tenho sido um aluno diuturno na busca do aperfeiçoamento profissional. Sempre, e a qualquer momento, fui contemplado com seu apoio moral e até mesmo material, o que muito me gratifica.

            Sei que os leitores são suficientemente inteligentes para não confundir respeito com bajulação e muito menos reconhecimento com subserviência.

            Caro Charles, tenho a convicção de que todos os que te apreciam, ainda que não lhes tenha pedido a devida vênia, são solidários comigo nesta justa homenagem que mereces como professor, como advogado, mas muito mais como um amigo ou irmão de fé.

            É imperioso afirmar que os sábios nasceram para compreender seus semelhantes. És um sábio, por isso raras vezes és compreendido.

         “Quarenta anos é a idade ideal para o boêmio envelhecer. Depois disso, tudo é fracasso”.

         Agora entendo as razões dos meus fracassos. Já vivi mais de cinquenta anos e não aprendi a envelhecer, como boêmio.

            Obrigado Charles por mais esse precioso ensinamento.

         Que Deus te proteja. As. Bereci da Rocha Macedo.

 

            (Publicado no Jornal O Imparcial, de São Gabriel, edição de 29.10.2000).

 

 

           

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário