sexta-feira, 30 de novembro de 2012

ELIANA CALMON


 

 

            A Ex-Corregedora do Conselho Nacional de Justiça fez um pronunciamento antes de deixar a Corregedoria que deve ser muito bem considerado e nunca esquecido pelos brasileiros. Corajosa, foi ela quem mostrou, de dentro para fora, que o Judiciário por ser formado de pessoas humanas tem lá suas falcatruas e seus corruptos. Algumas de suas frases retiradas do pronunciamento: “Tenho 34 anos de magistratura e sou sabida. Sou sabida por que sou velha”. “Eu sei o que é um processo contra uma pessoa que tem importância social. O Brasil é um país em que a importância social, importância econômica, as elites políticas e as elites econômicas ainda têm grande peso”. “Eu não tenho dúvidas de que mexer com patrimônio ainda é muito sério”.

            Para este jornalista a corajosa magistrada não diz nenhuma novidade, pois há muito tempo, pelas atividades que desempenhou e desempenha, tem a consciência de que as elites do Brasil sempre protegem seus faltosos. Ele já viveu isso, pois quando decidiu responsabilizar administrador público pertencente à elite por mau uso dos recursos públicos ficou solitário no Tribunal enquanto o faltoso teve o apoio da sociedade muito bem representada no ato. Isso mesmo... Mas mesmo com o apoio da elite corrupta foi condenado porque quando os Tribunais são representados por Juízes que julgam com independência a justiça sempre triunfa.

            Mas o trabalho dessa magistrada mostrou aos que insistem em dizer que só na política existe gangsterismo que esta prática não é exclusividade dos políticos. Ele se faz presente, assim como a corrupção, em toda e qualquer atividade, pois elas são exercidas pelo ser humano e este a cada dia despreza a moral em nome da riqueza material.

            O Brasil é um país novo, mas o povo precisa acordar e começar a realização das mudanças de que tanto precisamos. Mudança de conduta, mudança de hábitos e mudança na maneira de avaliar comportamentos. Atualmente queremos provocar mudanças nos outros, mas antes de querer mudar os outros é imperioso nos analisarmos para saber se não precisamos mudar primeiro.

            Muitas pessoas se dizem a favor da pena de morte, desde que seja aplicada nos filhos dos outros, mas jamais nos seus, embora reconhecidamente criminosos. Ao externar sua opinião sobre a pena de morte, sobre a prisão perpétua ou sobre os trabalhos forçados, por favor, admita a possibilidade de que o condenado poderá ser o seu filho ou um ente querido. Analise o assunto sobre diversos ângulos, pois cada um deles poderá alterar sua opinião.  

     

           

           

terça-feira, 27 de novembro de 2012

SENADORES


 

 

            O povo está sempre reclamando dos políticos detentores de mandatos, mas o curioso é que os eleitores sempre votam nos mesmos. A tabela abaixo dá uma mostra parcial do quanto o eleitor é conservador e isso pode ser encarado como um dos grandes males brasileiros.

 

Senador
Partido
Estado
Mandato desde
Fim do Mandato
Eduardo Suplicy
PT
SP
1991
2015/24 anos
José Sarney
PMDB
AP
1991
2015/24 anos
Pedro Simon
PMDB
RS
1991
2015/24 anos
Renan Calheiros
PMDB
AL
1995
2019/24 anos
José Agripino Maia
DEM
RN
1995
2019/24 anos
Antonio Carlos Valadares
PSB
SE
1995
2019/24 anos
Cristovam Buarque
PDT
DF
2003
2019/16 anos
Magno Malta
PR
ES
2003
2019/16 anos
Lúcia Vânia
PSDB
GO
2003
2019/16 anos
Delcídio do Amaral
PT
MS
2003
2019/16 anos
Álvaro Dias
PSDB
PR
2003
2019/16 anos
Mozarildo Cavalcanti
PTB
RR
1999
2015/16 anos
Maria do Carmo Alves
DEM
SE
1999
2015/16 anos
 
 
 
 
 

 

                Salvo honrosa exceção a maioria já exerceu mandatos de vereador, deputado estadual, governador, deputado federal, etc., o que aumenta a acomodação em 20, 30, 40 ou até 50 anos de vida pública. Esta é uma das razões porque as reformas de que tanto o Brasil precisa tardam em acontecer. Os eleitos trabalham mais pelos seus grupos de apoiadores do que pela população em geral ou então na formação de fortuna pessoal.

            Há uma necessidade urgente da redução do mandato dos senhores senadores dos atuais oito (8) anos para quatro (4). Mas de que maneira se a população não se mobiliza? Um exemplo de que o mandato de oito anos é prejudicial aos partidos políticos, ao próprio senado e à população é a repórter recém eleita senadora, Ana Amélia Lemos, do PP, ser cogitada para governadora do RS. Por quê?  Por que se perder a eleição não perde o emprego já que seu mandato de senadora vencerá em 2019. Dessa maneira os partidos se enfraquecem, pois giram em torno de uma pessoa só.

            Prova disso é o PMDB/RS que segundo rumores na imprensa da capital só terá um novo candidato ao Senado caso o Pedro Simon não concorra. E isso vale para os outros estados cuja maioria do eleitorado elege sempre os mesmos donos dos partidos políticos. Reclamar de quem?

         

           

             

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O PALPITEIRO E O ESTADISTA


 

 

            É notório o esforço que faz a grande imprensa do país em ridicularizar o ex-presidente Luiz da Silva e em enaltecer o também ex-presidente Fernando Cardoso. Em que pese o seu grande esforço ela tem imensa dificuldade para atingir seus objetivos já que a situação dos dois é completamente diferente e quando a própria imprensa quer fazer comparação entre os dois a balança é totalmente favorável ao Luiz da Silva.

            A maioria do eleitorado não elegeu o correligionário do Fernando Cardoso como seu sucessor em uma flagrante demonstração de repúdio aos seus oito (8) de governo e assim sendo a quem o mesmo daria palpite? Relegado ao esquecimento pelo seu próprio partido e ofuscado pela surpreendente popularidade e aceitação do seu sucessor não restou à grande imprensa titulá-lo de estadista para disfarçar seu ostracismo. Mas se o Serra fosse o vitorioso naturalmente que o papel do Fernando Cardoso teria sido outro. Quem sabe conselheiro de luxo? Eminência parda? Ministro sem pasta? Sei lá.

            Já o Luiz da Silva, abominado pelas elites e pelos privilegiados de formação acadêmica, criou, apostou e com um grande respaldo popular elegeu sua sucessora e acredito que só por essa razão deve ter se transformado no “palpiteiro indesejável” do Brasil. Mas os mesmos que o chamam pejorativamente de palpiteiro estão esquecidos de que o também ex-presidente, sem o voto popular, Emílio Garrastazu Médici dava seus palpites no futebol e na seleção brasileira e nem por isso recebeu aquele apelido.

            O governo do Fernando Cardoso de 1995-2002 apesar de sacudido por fortes escândalos foi extremamente simpático à grande mídia. Blindado por uma expressiva e fiel maioria no Congresso, o executivo inviabilizou a instalação das Comissões Parlamentares de Inquérito e ou abortou as instaladas para impedir que a podridão fosse investigada e consequentemente divulgada.

            O mesmo não aconteceu com o seu sucessor, mas não se pode negar que o estilo de governar é o mesmo, haja vista que os próprios seguidores do PSDB dizem que o PT copiou e ou se adonou do projeto administrativo do primeiro.

            Na realidade as administrações de um e de outro são iguais até mesmo nos escândalos e na corrupção, pois até o mentor Marcos Valério que começou com o PSDB, e isso está no STF desde 2005, foi mantido pelo PT.

            A diferença está na pressão da grande imprensa e no inusitado julgamento da Ação Penal 470 (turma do PT e aliados), entrou no STF em 12.11.2007, antes do Inquérito2280 (turma do PSDB) que entrou em 15.12.2005. O Relator de todos os dois é o número um da mídia no momento, Ministro Joaquim Barbosa. A serviço de quem estarão os senhores Ministros?  Pelo bate boca público entre os mesmos durante o julgamento da Ação Penal 470 e os votos conflitantes de uns e de outros é de se supor que até os Senhores Ministros do STF têm interesses diferentes no referido julgamento. O tempo dirá.

            Do exposto se pode concluir que os Ministros do STF julgam sob forte pressão. De quem? No futuro, quem viver, saberá. Ou a grande imprensa quer criar um candidato a Presidente da República? Se os Estados Unidos da América pode ter um negro na Presidência por que o Brasil não pode? Afinal tudo se copia.

            Continuo com a idéia de que não será a condenação dos réus da Ação Penal 470 que acabará com a corrupção. O mesmo rigor precisa atingir todos os faltosos, o que não acontece. Os exemplos são fartos, é só retroceder na história. A liberação do Carlos Augusto Ramos me dá razão.

            

              

           

 

           

terça-feira, 20 de novembro de 2012

INFORTÚNIOS


 

 

            Quem não os tem? Pessoas que simplesmente passam e não vivem reclamam de seus infortúnios como se fossem os maiores do mundo. Passam enclausuradas no seu egoísmo sem olhar para tudo aquilo que as cerca no dia a dia, sem lembrar que as outras, muitas vezes, os têm em grau mais elevado do que os seus, independente de posição social, credo político ou religioso.

            Existem pessoas que, aparentemente têm tudo para ser felizes, mas por não olharem para o próprio interior reclamam de tudo e de todos, criando assim um astral negativo para suas existências.

            O bom seria que cada uma dessas pessoas visitassem, de quando em vez, um grande hospital, casas de geriatria, asilos, orfanatos e tantas outras instituições especializadas no atendimento aos necessitados para entender e assimilar que outros têm infortúnios permanentes maiores do que os seus, mas que os enfrentam com coragem e determinação. Muitos precisam disso para dimensionar sua covardia no enfrentamento de mínimas e passageiras dificuldades.

            As reclamações descabidas estragam meu senso de humor.

            Há poucos dias agüentei um cidadão que reclamava sobremaneira do tamanho e do peso da cruz que carrega durante sua vida. Tenho a capacidade de entender os meus semelhantes e em certo momento falei ao meu interlocutor que não resolve seus problemas, mas quer que os outros os resolvam: reclama menos e usa tua inteligência para diminuir o tamanho e o peso da tua cruz. Faz como eu que reduzi o tamanho e o peso da minha a ponto de carregá-la no bolso da camisa e não nas costas.

            Minha vida, devido à personalidade e às virtudes que tenho é e sempre foi plena de dificuldades, incompreensões, infortúnios e rejeição, mas nenhuma suficientemente capaz de fazer desistir dos meus propósitos, objetivos e muito menos de me transformar em um chorão.

            Por quê? Porque sempre acreditei no que sou, sempre olhei e cuidei dos meus valores, da minha vida, nunca fui tomado pelo sentimento da inveja, sempre assumi minhas responsabilidades sem procurar transferi-las para terceiros, mas principalmente porque sempre tive sabedoria, tranqüilidade e coragem de enfrentar meus infortúnios muitas vezes criados pela minha irreverência, pela minha independência no ser, no agir, no pensar e pela convicção de que trilho o caminho certo sem jamais praticar injustiças com quem quer que seja.

            Conheça a si, respeite a si, seja sincero consigo, seja exigente consigo, mas principalmente seja honesto consigo e verá que seus infortúnios desaparecerão.

            Charlatães? Não precisa consultá-los, pois se o fizer estará mantendo seus problemas ou infortúnios e RESOLVENDO OS DELES.

   

 

           

terça-feira, 13 de novembro de 2012

CHARLATÃO


 

 

            Segundo o dicionário da língua portuguesa a definição do termo acima é: 1. Vendedor público de drogas, cujas virtudes apregoa com exagero. 2. Explorador da boa fé do publico. 3. Impostor, embusteiro, trapaceiro.

            Na sociedade de consumo na qual estamos vivendo, onde predomina o ter a qualquer preço é que o charlatão encontra um vasto campo para explorar, pois o ambicioso e incauto na ânsia de obter facilidades é presa fácil de quem se dedica a esse tipo de atividade. A melhor maneira de combatê-lo é se preparar psicologicamente e acreditar que a solução dos seus problemas está em si mesmo.

            E isso é muito fácil de fazer. Existem certos anúncios nos veículos de comunicação nos quais determinados indivíduos se apresentam capazes de solucionar as dificuldades das pessoas, inclusive se o problema for financeiro. Não se deixe enganar e não assine papel algum, somente diga ao milagroso que a solução definitiva dos seus males é conseguir R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para pagamento em quatrocentos (400) meses e sem juros. Aposto que o solucionador de problemas vai dizer à pessoa de que não é Banco ou qualquer outra Instituição Financeira.

            O charlatão gosta de tirar dinheiro, mas jamais de emprestar.

            Tenho conhecimento de muitos casos de pessoas que perderam todas suas economias na esperança de solucionar problemas de saúde, de negócios, de relacionamentos amorosos e outros consultando e pagando impostores que vivem nababescamente explorando sofredores incautos.

            Não é do meu feitio analisar somente um lado da questão, pois para existir o charlatão é preciso que exista o bobo, o ingênuo, o otário que anda na busca de soluções simples e milagrosas para seus males.

            Hoje não precisa de muita inteligência para ser charlatão, basta colocar uma simples agenda em branco debaixo do sovaco e se dizer “pregador” que está com a vida arrumada. Prestem atenção: não basta punir o charlatão é necessário que se puna, e com mais rigor, os bobos que acreditam em lobisomem.

            Cuidem-se, pois eles estão presentes em todos os cantos deste imenso universo.

            Todo o cuidado é pouco, pois quando a esmola é demasiada até o cego desconfia.

            Qual o pior: o charlatão que mente ou o otário que acredita?

            Cada um tem sua resposta, mas não vou deixar os leitores sem a minha opinião: os que não se preparam para a vida devem pagar caro pelas suas crendices equivocadas.


           

           

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

JUSTA HOMENAGEM


 
 

            Sou mortal, não sei quantos dias de vida me restam, razão pela qual preciso fazer as coisas hoje porque posso não ter amanhã.

            Tenho a capacidade de observar o mundo que me rodeia e o mundo que me rodeia não é a televisão produzida, mas sim a coletividade, conjunto de indivíduos, do meu município.

            É no município que identificamos melhor o perfil do cidadão. Cada um é diferente, daí a beleza do mundo. Uns são vaidosos, uns são prepotentes, uns não sabem nada e pensam saber tudo, uns são medíocres, uns são egoístas, uns são desprendidos, uns são humanos e outros são sábios.

            Não gosto de homenagem póstuma, pois acredito que as pessoas devem saber em vida o quanto são apreciadas ou desprezadas.

            Assim pensando peço permissão aos leitores para falar sobre um sábio homem que muito tem contribuído com São Gabriel através de sua intelectualidade e de seu grande saber jurídico. Falo de Charlesmagne Fenianos Neme.

            Somente aqueles que, como eu, convivem com o Charles têm autoridade para falar da sua humanidade, dos seus bons propósitos, da sua solidariedade e, principalmente, da sua disposição permanente de transmitir conhecimentos.

            Não fui seu aluno dos bancos escolares, mas tenho sido um aluno diuturno na busca do aperfeiçoamento profissional. Sempre, e a qualquer momento, fui contemplado com seu apoio moral e até mesmo material, o que muito me gratifica.

            Sei que os leitores são suficientemente inteligentes para não confundir respeito com bajulação e muito menos reconhecimento com subserviência.

            Caro Charles, tenho a convicção de que todos os que te apreciam, ainda que não lhes tenha pedido a devida vênia, são solidários comigo nesta justa homenagem que mereces como professor, como advogado, mas muito mais como um amigo ou irmão de fé.

            É imperioso afirmar que os sábios nasceram para compreender seus semelhantes. És um sábio, por isso raras vezes és compreendido.

         “Quarenta anos é a idade ideal para o boêmio envelhecer. Depois disso, tudo é fracasso”.

         Agora entendo as razões dos meus fracassos. Já vivi mais de cinquenta anos e não aprendi a envelhecer, como boêmio.

            Obrigado Charles por mais esse precioso ensinamento.

         Que Deus te proteja. As. Bereci da Rocha Macedo.

 

            (Publicado no Jornal O Imparcial, de São Gabriel, edição de 29.10.2000).

 

 

           

 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

FALSA IMPRESSÃO


 

 

            Há uma visível e risível intenção de determinados segmentos da mídia nacional em proteger determinados faltosos quando afirmam que a condenação dos réus da Ação Penal 470 marca o fim da impunidade, o início da moralização e o fim da corrupção no Brasil como se aqueles fossem os únicos criminosos e que os Tribunais ao fim do julgamento livrariam o Brasil desse tipo tão prejudicial às instituições.

            Que bom seria se assim fosse, mas não acredito.

            Não acredito porque a maioria do eleitorado e do povo brasileiro não respeita as decisões da Justiça, haja vista que muitos políticos condenados por mau uso do dinheiro público continuam recebendo a preferência da maioria dos eleitores quando candidatos.

            Os exemplos são vários, inclusive na nossa cidade, mas perderia espaço precioso os enumerando. Todos sabem quem são eles aqui e acolá.

            O que esses segmentos da imprensa, com honrosas exceções, proclamam é que a corrupção é marca registrada do atual grupo palaciano e alijando-o do poder o país estará definitivamente purificado. Mas não cobra dos Tribunais o julgamento de outras Ações Penais. É que as outras, se supõe, atingiriam seus protegidos.

            Sou um jornalista independente, um eleitor independente, um profissional independente, um amante independente, mas justo e por essa razão pessoas do meu relacionamento social ficam zangadas quando critico seus posicionamentos contraditórios no desempenho de cargos em qualquer instituição ou mesmo posicionamentos políticos.

            Sou justo, logo não posso ter a mesma prática que critico nos outros.  

            Componentes das forças conservadoras de São Gabriel poucos anos atrás queriam matar o PT; choravam e entusiasmados diziam que derramariam seu sangue na defesa da propriedade que teriam herdado do pai, avô, bisavô ou coisa parecida. Elegeram um deputado estadual. Tais fatos não foram criados por este jornalista. Neste ano alguns daqueles componentes desfilavam lado a lado com o PT e a tradicional bandeira do 13. É adesismo ou busca de acomodação?

            São observações minhas, mas que qualquer pessoa pode contestar, pois se existe coisa que me apaixona é o debate de idéias desde que os debatedores aceitem a verdade.

             Para muitos da direita radical o chefe da quadrilha que, segundo eles, tomou conta do Brasil se chama, Luiz Inácio da Silva. Até pode ser, mas entendo diferente: A quadrilha não tomou conta, pois recebeu o Brasil deles mesmos que durante vinte e cinco (25) distribuíram privilégios para um número reduzido de abastados. E durante esse tempo, deliciados com as regalias, desaprenderam a ficar longe do poder, por isso o adesismo de hoje. Mas por que o Luiz Inácio da Silva foi o Presidente que mais aparelhou e deu maior autonomia à Polícia Federal se era o chefe?

            Não é culpa do PT, olhem para dentro de si mesmos e verão que fomos nós que não tivemos sabedoria e nem grandeza para criar um projeto de desenvolvimento social que contemplasse todos os brasileiros. A longa permanência no poder voltada aos interesses de uma minoria conservadora nos retirou o mesmo apoio popular que nos conduziu ao poder. E só a longa permanência no poder contribuirá com a desintegração do atual grupo pelo desgaste de ser governo.       

            É o povo que gosta dos Roberto Jefferson, dos José Dirceu e dos Marcos Valério e guardadas as proporções nós temos os nossos em São Gabriel que vão muito bem.

            Não são os Tribunais que precisam combater a corrupção, mas o povo que precisa deixar de produzi-la. Os próprios Tribunais abarrotados de processos são a prova do que afirmo.

        

           

 

 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

COMPRA E VENDA DE VOTOS


 

 

            Não há de se falar na compra sem falar na venda, pois para existir o (s) comprador (es) forçosamente deverá (ão) existir o (s) vendedor (es).

            Nas rodas que freqüento costumo assistir a condenação sumária aos que, supostamente compram e os aplausos quase unânimes aos que supostamente vendem,  quando a mercadoria é o voto. Sou uma voz isolada que se levanta contra esse tipo de comportamento que apodrece o processo político eleitoral. Especificamente no que se refere ao voto entendo que todos os dois, comprador e vendedor, deveriam ser rigorosamente punidos quando for comprovada a fraude.

            Os noticiários de diversas cidades do RS e de outros estados dão conta de processos e até de cassações de mandatos em vista de supostas compras de votos. Não é difícil de acreditar na existência de tal prática, pois para os atentos é fácil perceber que os candidatos que mais investem na campanha eleitoral, independente de qualificação, salvo honrosas exceções, são os eleitos.

            Candidatos que primam pela ética, que tem vida pregressa e uma boa qualificação são relegados pela maioria do eleitorado à eterna condição de suplentes.

            Conseguir um mandato de vereador, especificamente em São Gabriel, deixou de ser uma vontade de servir ao semelhante para se transformar em grande possibilidade de um negócio lucrativo. A remuneração dos senhores vereadores no exercício de 2013 deverá ser fixada, se ainda não foi, em torno de R$ 7.000,00 (sete mil reais) por quatro (4) horas semanais de trabalho durante o mês. R$ 7.000,00 x 12 = R$ 84.000,00 x 4 = R$ 336.000,00 (trezentos e trinta e seis mil reais). Essa bagatela, em quatro anos, é a grande atração para a maioria dos candidatos que somada às outras benesses do mandato tais como diárias para passeios turísticos, telefone, assessores, etc., transformam os eleitos em uma casta privilegiada. Isso tudo para fazer muito pouco ou quase nada em benefício da coletividade.

            A voz do povo nem sempre é a voz de Deus, pois de um total de dez (10) vereadores que negligenciou no exercício do mandato marcado por escândalos e irregularidades foram reeleitos dez, o que mais uma vez comprova que da maioria dos eleitores depende a qualidade dos eleitos.

            Será que é essa a voz de Deus? Se for, estamos em um beco sem saída.

            Uma maneira simples de melhorar a qualidade dos candidatos é diminuir essa remuneração absurda aos eleitos. Mas para que isso aconteça é necessário um projeto de lei de iniciativa popular semelhante ao que se tornou a Lei da Ficha Limpa.

            ### Mais uma exposição foi realizada e nada dos melhoramentos na Avenida Tito Prates. Encruou de vez. É mais uma constatação do descaso das administrações públicas que se sucedem com o desenvolvimento do Município.