sexta-feira, 20 de julho de 2012
DEMÓSTENES E O ELEITOR
O cassado senador Demóstenes usou de toda sua verbosidade e de todo seu poder de convencimento para tentar junto aos seus pares os votos necessários à sua absolvição. Mas uma expressão usada por ele não foi suficientemente comentada pelo jornalismo especializado na cobertura desse acontecimento. Quando sentiu que sua sorte estava selada no conselho de ética e no plenário do Senado, mesmo com o voto secreto, implorou aos colegas que deixassem seu julgamento ao eleitor goiano. Era sua última e desesperada jogada na busca da absolvição.
O apelo para ser julgado pelo eleitor foi sustentado na renúncia do Antonio Carlos Magalhães, José Roberto Arruda, Valdemar da Costa Neto, Jader Barbalho e tantos outros políticos safados, mas especialistas na arte de conhecer seu povo, que renunciaram aos respectivos mandatos para escaparem da cassação, para posteriormente serem reconduzidos, pelos não menos corruptos eleitores, ao parlamento brasileiro. O Demóstenes tentou a mesma sorte, mas os tempos são outros, além de existir Lei que impede a renúncia para evitar a cassação.
Tem muito Demóstenes concorrendo nas eleições de 2012, uns já condenados, outros processados, mas os eleitores que tanto reclamam políticos sérios, mesmo sabedores das suas falcatruas, acabarão escolhendo-os através do seu voto muito mais podre do que o próprio candidato.
Não vou fazer análise dos candidatos, pois seria perder tempo já que são conhecidos de todos, mas espero que os eleitores lembrem das manifestações desses mesmos candidatos nas eleições de 2008. Todos estavam envolvidos. Manterão o mesmo discurso? Manterão a mesma opinião que manifestavam naquela oportunidade uns dos outros? És tu que precisas analisar sem paixão o porquê de pessoas que se mostravam tão incompatíveis em 2008, tentam, quatro anos depois, vender uma imagem de união e da prática de bons propósitos à coletividade.
Será uma união para nós ou para eles? É possível acreditar em sinceridade com tanta troca radical de posições? Estão visando o nosso ou o seu bem-estar?
Muito mais importante do que o escolhido é quem escolhe. A escolha é do eleitor e se for ruim não adianta reclamar depois.
### Mas nunca houve pressão para o melhoramento na Avenida Tito Prates. Em São Gabriel ninguém pressiona ninguém. Cada um faz o que quer e a população apática, alienada e submissa aceita qualquer barbaridade. Quem publicamente reclamou do descaso administrativo para com aquela via pública foi este jornalista. E reclamou não do atual Prefeito, mas de todos os que desfilaram pelo Paço Municipal nos seus cento e cinquenta e dois (152) anos de autonomia administrativa.
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