terça-feira, 31 de julho de 2012

NOVELAS



As novelas estão em um baixo nível inaceitável. Sexo é saudável, mas mostrar cenas de sexo em horário em que as crianças e adolescentes estão acordados, casais trocando de par na mesma casa em que moram e um ódio doentio, com vinganças, não é nada bom para a educação. Depois se queixam dos problemas que a sociedade enfrenta. As tevês deveriam ter mais cuidado com o que mostram. (Júlio Bittencourt Medeiros, Canoas/RS. JC. Edição de 27,28,29.07.2012).

O fato das crianças e adolescentes estarem acordados não os obriga a assistir as ditas novelas, basta ter orientação e esclarecimentos dos pais. As mentes doentias que produzem as novelas com seus enredos criminosos que mais parecem uma apologia ao crime e um convite à devassidão se escondem atrás do seguinte jargão: “esta é uma obra de ficção, toda e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência”.

Quem manda nos lares brasileiros; a televisão ou os chefes da família?Quem tem a obrigação de educar as crianças e os adolescentes são os pais e a orientação a respeito dos programas que devem assistir cabe aos últimos.

Portanto senhor Júlio, não o conheço e talvez nunca o conheça, não podemos transferir à televisão a responsabilidade de educadores de nossos filhos, pois ela produz o que a maioria gosta de assistir, e por dinheiro.

Tanto é verdade o que afirmo que muita gente boa espera até as vinte e três (23) horas para assistir o tipo de novela que o senhor combate. Desligue o seu aparelho e permita que entre em seu lar tudo aquilo que for benéfico à educação das suas crianças e de seus adolescentes, pois quem deve mandar na sua residência é o senhor e ninguém mais. É muito feio se esconder atrás de qualquer pretexto para justificar nossas falhas.

Queira bem suas crianças e seus adolescentes, eduque-os.



### E por falar em educação e televisão vou relatar um acontecimento que me trará aborrecimentos e antipatias: Sou escravo voluntário do Restaurante Panorama pelo fato da comida ser excelente e não ter televisão ligada na hora do almoço. A maioria dos freqüentadores já forma quase uma família. Uns percebem a ausência dos outros. Sou bastante observador e notei que ao lado de uma senhora componente da administração municipal almoçava um cidadão muito bem vestido, tão bem vestido que estava usando chapéu. Ora, é no mínimo deselegante não tirar o chapéu em respeito à dama, à mesa como de resto a si mesmo. Não interessa o evento, mas eu que sou um homem rústico jamais cometerei tamanha grosseria. Mesmo que a mulher queira ser igual ao homem, com o que não concordo, gosto de ser cavalheiro e respeitador para com ela independente de cargo, classe social, credo religioso ou político, desde que seja tão somente mulher. Eta modernidade.

### Alguns candidatos confundem propaganda política com balbúrdia, gritaria e poluição sonora. Com isso aumentam a rejeição e evidenciam despreparo para exercer o cargo que pleiteiam.












terça-feira, 24 de julho de 2012

A SOCIEDADE PAGA, MAS...


Continua refém do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas, das Câmaras Municipais e de uma parcela dos “ditos” Servidores Públicos.

Refiro-me aos servidores públicos que não ganham um salário ou remuneração compatível com o serviço prestado, mas àqueles que além de pouco ou nada fazer ganham somas estratosféricas por mês transformando-os em sanguessugas dos recursos dos contribuintes. Poucos sabem que existem, pois quase nunca estão na repartição e quando estão têm horror de atender quem lhes garante receber tamanho ganho que nunca fazem por merecer. São normalmente criados nos parlamentos do Brasil e servem tão somente aos interesses do Senador, do Deputado Federal, do Deputado Estadual ou até mesmo do Vereador que o tem ao seu exclusivo dispor, mas sustentado com o dinheiro público. Este cancro é difícil de ser eliminado.

Quanto custa à sociedade manter essa estrutura gigantesca, desnecessária e viciada dos parlamentos brasileiros?

Quanto custa à sociedade greves que só beneficiam quem não trabalha, mas que tem remuneração garantida durante o tempo de vadiagem?

Quanto custa à sociedade decisões equivocadas de determinados juízes ou ministros dos tribunais que proíbem descontar os salários dos grevistas irresponsáveis?

Está na hora da sociedade organizada cobrar indenização dos sindicatos das categorias em greve pelos prejuízos provocados, pois o maior prejudicado é o contribuinte. Existem determinados funcionários públicos tão arrogantes que pensam encarnar a repartição na qual trabalham e por essa razão tratam muito mal o contribuinte que é quem lhes garante a remuneração no fim do mês.

Um país que gasta mais de cinquenta por cento (50%) de sua arrecadação líquida com a despesa de pessoal desenvolve a passos de tartaruga, pois resta pouco recurso para investimentos. Por que trabalhador de salário mínimo não faz greve?

Se estiver convencido de que ganha pouco, peça as contas e vá embora, pois com sua suposta capacidade monte seu próprio negócio e não dependa de salário. Mas, por favor, não explore seus empregados com ridículos salários.

Hoje na maioria dos dissídios e ou convenções coletivas está incluso o item “cesta básica”, “ajuda alimentar”, “moradia”. Ainda querem mais?

É fácil criticar os administradores, pois a maioria que critica nunca administrou M... nenhuma. Quem financia os grandes empresários? Quem financia o decantado agronegócio? Quem sofre com as moratórias e ou anistia aos maus devedores? A parte boa da sociedade que honra seus compromissos, ou seja, a gama dos bons contribuintes. Os defensores dos caloteiros (maus pagadores) não esclarecem que enquanto os defendem estão prejudicando os contribuintes corretos que mantém um crescimento lento porque além de cumprir com suas obrigações ainda têm que suportar o ônus do calote da minoria que desvia a finalidade dos financiamentos obtidos.

Os sonegadores gozam dos mesmos benefícios proporcionados com os recursos dos que contribuem. E não leio e nem escuto qualquer manifestação nesse sentido. Pelo contrário; os sonegadores são cantados em prosa e verso e chamados de inteligentes, enquanto os contribuintes são, quase sempre, tratados como incompetentes.

Tenho autoridade moral e profissional porque conheço a matéria e sustentado nos conhecimentos práticos, porque acompanho a vida nacional, é que afirmo que a sociedade paga tudo, mas é refém de uma minoria privilegiada que a explora.















sexta-feira, 20 de julho de 2012

DEMÓSTENES E O ELEITOR


O cassado senador Demóstenes usou de toda sua verbosidade e de todo seu poder de convencimento para tentar junto aos seus pares os votos necessários à sua absolvição. Mas uma expressão usada por ele não foi suficientemente comentada pelo jornalismo especializado na cobertura desse acontecimento. Quando sentiu que sua sorte estava selada no conselho de ética e no plenário do Senado, mesmo com o voto secreto, implorou aos colegas que deixassem seu julgamento ao eleitor goiano. Era sua última e desesperada jogada na busca da absolvição.

O apelo para ser julgado pelo eleitor foi sustentado na renúncia do Antonio Carlos Magalhães, José Roberto Arruda, Valdemar da Costa Neto, Jader Barbalho e tantos outros políticos safados, mas especialistas na arte de conhecer seu povo, que renunciaram aos respectivos mandatos para escaparem da cassação, para posteriormente serem reconduzidos, pelos não menos corruptos eleitores, ao parlamento brasileiro. O Demóstenes tentou a mesma sorte, mas os tempos são outros, além de existir Lei que impede a renúncia para evitar a cassação.

Tem muito Demóstenes concorrendo nas eleições de 2012, uns já condenados, outros processados, mas os eleitores que tanto reclamam políticos sérios, mesmo sabedores das suas falcatruas, acabarão escolhendo-os através do seu voto muito mais podre do que o próprio candidato.

Não vou fazer análise dos candidatos, pois seria perder tempo já que são conhecidos de todos, mas espero que os eleitores lembrem das manifestações desses mesmos candidatos nas eleições de 2008. Todos estavam envolvidos. Manterão o mesmo discurso? Manterão a mesma opinião que manifestavam naquela oportunidade uns dos outros? És tu que precisas analisar sem paixão o porquê de pessoas que se mostravam tão incompatíveis em 2008, tentam, quatro anos depois, vender uma imagem de união e da prática de bons propósitos à coletividade.

Será uma união para nós ou para eles? É possível acreditar em sinceridade com tanta troca radical de posições? Estão visando o nosso ou o seu bem-estar?

Muito mais importante do que o escolhido é quem escolhe. A escolha é do eleitor e se for ruim não adianta reclamar depois.

### Mas nunca houve pressão para o melhoramento na Avenida Tito Prates. Em São Gabriel ninguém pressiona ninguém. Cada um faz o que quer e a população apática, alienada e submissa aceita qualquer barbaridade. Quem publicamente reclamou do descaso administrativo para com aquela via pública foi este jornalista. E reclamou não do atual Prefeito, mas de todos os que desfilaram pelo Paço Municipal nos seus cento e cinquenta e dois (152) anos de autonomia administrativa.




terça-feira, 17 de julho de 2012

E A RESPOSTA?




São Gabriel (RS), 02 de maio de 2012.

A Sua Senhoria o Senhor

ROSSANO DOTTO GONÇALVES

MD. Prefeito Municipal

São Gabriel – RS

Senhor Prefeito.

Acredito que história não se muda por decreto e muito menos por Lei elaborada com uma fundamentação ridícula, risível e sem consistência baseada em fatos relevantes.

Pois foi assim que de maneira equivocada, autoritária, demonstrando ignorância sem limites e desprezando a própria história do município, seus construtores, seus poetas, prosadores e literatos que o Executivo Municipal propôs e sancionou com a aprovação do Legislativo da época a Lei número 1463/85 que mudou a história centenária desta cidade, passando a data de sua efetiva emancipação política plena de 15.XII.1859 para 04.IV.1846, data em que foi elevada à categoria de Villa com vereadores nomeados, mas sofrendo a tutela da Província, fato este omitido pelos autores da mudança.

Não há concordância entre os historiadores sobre a real independência do executivo municipal em função daquela tutela.

É forçoso registrar, Senhor Prefeito, que as comemorações do centenário da cidade de São Gabriel no dia 15 de dezembro de 1959 afastam qualquer possibilidade de mudança dessa data, pois elas se tornaram em um marco histórico imutável.

Além disso, foi nessa data conforme Lei nº. 443 que deixou de ser Villa para ser elevada à categoria de cidade.

Urge fazer algo para restabelecer a verdadeira data.

Não tenho conhecimento, e o Senhor na qualidade de Prefeito também não deve ter, de nenhum acontecimento ou fato relevante que marcasse a comemoração do centenário na data de 04 de abril de 1946 e se houvesse eu saberia respeitar. E nem poderia haver, haja vista que os impostores que cometeram tamanha agressão histórica em 1985 desconheciam-na, pois simploriamente se basearam, conforme manifestação da Assessoria Cultural – Of. Nº. 09/85, em um artigo da imprensa da capital como se o autor fosse uma autoridade incontestável no assunto.

Inconformado com tamanho despropósito que macula e entristece a história da nossa cidade é que me dirijo ao Senhor Prefeito para que estude a possibilidade do retorno da Semana de São Gabriel à data em que foi comemorado seu Centenário.

Para tanto, e da maneira mais imparcial possível, junto a esta os documentos que fundamentaram a mudança em 1985 e os documentos fornecidos pelo Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul ao Professor Luiz Eron Rodrigues Moreira, que gentilmente os dividiu comigo, para que possa apreciá-los e tomar uma posterior decisão.

Sendo o que tinha para o momento, apresento protestos de consideração e respeito ao tempo em que me coloco à disposição para outros esclarecimentos se entendê-los necessários.

Atenciosamente

Bereci da Rocha Macedo

Acredito que na qualidade de cidadão e contribuinte deveria receber uma resposta, pois entendo que o assunto é relevante e deveria ser debatido por um bom período para depois realizar uma consulta popular ocasião em que a maioria, devidamente esclarecida, decidiria qual data é a historicamente correta.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

O VÍCIO DA EXPRESSÃO "COM CERTEZA"


Quando cursei a faculdade de Economia me deparei com um professor que tinha um cacoete insuportável: após todas as suas manifestações pronunciava a palavra “certo?” Não vou dizer a Cadeira para não identificá-lo, mas era uma tortura assistir suas aulas devido ao seu maldito “certo?”. Mas não foi essa a principal razão da minha desistência de concluir aquele curso.

Hoje, em nome da modernidade, a tortura se mantém através da expressão “com certeza”. Não me considero um grande leitor, porém acreditem leio bastante e não suporto pessoas com formação acadêmica e outras tantas autodidatas incorrerem no mesmo vício quando publicam suas crônicas, críticas e entrevistas. Observem para ver quanta razão me assiste e quanta chatice é ouvir repetidas vezes a mesma expressão.

Não esqueçam também dos malsinados “eu acho e né” que fazem parte do linguajar de gente bacana que se vangloria do curso superior que logrou concluir. O português é complicado, mas a pessoa que comumente se comunica com o grande público precisa ter o cuidado de não pronunciar um sem número de vezes a mesma expressão durante uma curta entrevista ou em um pequeno artigo publicado em jornais ou revistas. Esse tipo de manifestação além de cansar o ouvinte ou o leitor tira o brilho cultural de quem os pratica.



### Uma grande notícia: Finalmente sairá a obra de calçamento e outros melhoramentos na Avenida Tito Prates. Apesar de encarar como uma obrigação do administrador municipal, sem dúvida será um destaque positivo para o atual Prefeito que após dois (2) mandatos acordou para uma prioridade do município nunca admitida por tantos outros que transitaram pelo Paço Municipal.

Arrisco dizer que os melhoramentos que serão realizados naquele acesso transformarão o Parque Assis Brasil, que já é bonito, em um dos mais bonitos e aprazíveis da nossa região. Será, sem dúvida, uma atração turística e um cartão postal da nossa cidade. Perdemos muito com o abandono do nosso local de festas, mas sempre é tempo de recomeçar. Todos estão de parabéns.






terça-feira, 10 de julho de 2012

A RESPONSABILIDADE É DA MAIORIA






Os candidatos estão lançados e são por demais

conhecidos pelos seus

defeitos e suas virtudes.

A maioria do eleitorado que exige políticos

sérios que faça sua parte seja séria na hora

de votar pois é ela a grande responsável pela

boa ou má qualidade do (s) eleito (s).

Votar nos, sabidamente, desqualificados e

reclamar depois é coisa de

I R R E S P O N S Á V E L.

Todos sabem votar, votam mal

porque querem. Portanto, assumam.

Até enquanto a censura não me cortar, novamente.





sexta-feira, 6 de julho de 2012

MINHAS RAZÕES


São Gabriel (RS), 26 de junho de 2012.

Ao Senhor

INOCÊNCIO DA CUNHA FERNANDEZ GONÇALVES

Presidente do Partido Progressista (PP)

São Gabriel – RS

Senhor Presidente

Pela presente agradeço a gentileza de pessoalmente me convidar para ser candidato a vereador na eleição-2012 e a participar da Convenção do nosso partido que se realizará dia 30 de junho corrente.

Declino dos convites pelas razões expostas a seguir: 1 – Estou convencido de que o eleitorado de São Gabriel não aprova meu perfil político, haja vista que fui candidato a vereador em quatro (4) eleições; 1972 (ARENA) – 21.024 eleitores, alcancei o número de 214 votos; 1976 (ARENA) – 26.156 eleitores, alcancei 234 votos; 1988 (PFL) – 33.205 eleitores, alcancei 79 votos e 2.000 – (PPB) 36.604 eleitores, alcancei 110 votos. Como se pode ver pelo demonstrado acima as votações recebidas aconteceram na proporção inversa ao número de eleitores; 2 – Em 1990 fui candidato a Deputado Federal pelo PFL e apenas 478 eleitores apostaram no meu nome em São Gabriel; 3 – Finalmente na eleição de 2008 tentei ser candidato a Prefeito e minha pretensão foi sepultada democraticamente pela maioria do diretório do nosso Partido que preferiu uma aliança com o pior político deste município. E disso o senhor é testemunha.

Recusado pelo eleitorado e recusado pelo nosso Partido não me restou alternativa senão o convencimento de que embora preparado, leal, coerente e ativo na política são-gabrielense não mereço a preferência dos meus conterrâneos eleitores e nem do meu partido.

Sou grato aos que me prestigiaram e trabalharei como sempre trabalhei para honrar o apoio dos qualificados eleitores que me prestigiaram nas eleições nas quais concorri e que tenho a certeza ainda acreditam em mim.

O voto não depende do candidato, mas do eleitor e pelo que presenciamos no momento tudo leva a crer que a maioria prefere os menos qualificados desde que lhe prestem algum benefício individual.

A sabedoria aconselha a respeitar o pensamento da maioria. É o que faço no momento.

Na vida nada é definitivo, apenas a morte.

Somente um motivo relevante poderá modificar a decisão de me manter afastado temporariamente das atividades políticas partidárias.

Acredito que na qualidade de jornalista e com o mandato exclusivo da minha consciência, que não depende de eleitores, posso ser muito mais útil ao meu povo.

Resta-me desejar-lhe sucesso na empreitada que ora inicia.

Respeitosamente

Bereci da Rocha Macedo

Filiado ao PP



terça-feira, 3 de julho de 2012

A REPRESSÃO E A LEI


Existe uma dessintonia muito grande entre o serviço de repressão e a lei que é aplicada pelo poder judiciário transformando este no alvo das reclamações quando da liberação de infratores que foram retidos ou presos pelos policiais.

Essa dessintonia é criada no momento da elaboração da lei e os responsáveis pelas leis mal elaboradas não são cobrados pela sociedade que prefere acompanhar o circo a efetivamente participar da vida política e administrativa do seu país, do seu estado e/ou do seu município.

Não sou jurista, mas se não estou equivocado há um preceito constitucional que dá a qualquer infrator o direito de não produzir prova contra si. Notem bem, o motorista bêbado não cai porque está agarrado ao volante do carro, porém tem o direito de se negar a fazer o teste do bafômetro. É um direito. E como fica o policial de plantão? Como exigir fiscalização nas estradas? Como reclamar do judiciário? É o que, principalmente, a imprensa em geral costuma fazer em seus noticiários incompletos e supostamente mal intencionados.

O cidadão faz fortuna explorando jogos ilícitos, mas a polícia que investiga suas falcatruas fica de mãos atadas porque só pode desmascará-lo usando de meios legais para produzir provas contra o mesmo.

Quem mais desmoraliza os agentes responsáveis pela nossa segurança é a própria sociedade que exige rigor quando o infrator não é da sua família ou do seu círculo de amizades.

Para que melhor entendam onde quero chegar faço uma simples comparação entre o gari, a Prefeitura e a sociedade; o policial e a lei: os cidadãos que sujam a cidade desrespeitam o trabalho de limpeza feito pelo gari e a prefeitura a cada dia, e a lei, que em vez de disciplinar protege, desmoraliza os agentes do serviço de repressão.

É comum nas rodovias brasileiras os motoristas que passam por uma barreira de fiscalização alertarem os que vêm em sentido contrário da existência da mesma através de sinal de luz, mesmo sem saber quem é o outro. Não estou inventando: os ditos cidadãos que clamam por segurança são solidários com os infratores que eles nem sabem quem são. Podem, com sua solidariedade estúpida, alertar um marginal comum, um assassino, um traficante e/ou um fugitivo a se livrarem dos rigores da lei. Clamamos por segurança, mas quando a autoridade usa dispositivos para tanto, tais como, barreiras em estradas, revista individual, vistas de documentos e habilitação, a maioria se melindra, debocha da autoridade, como se uma simples revista fosse uma agressão aos seus direitos.

A sociedade brasileira do alto da sua alienação e soberba não se flagra que é ela que produz, salvo escassas exceções, sua própria insegurança por se pensar acima da lei.

Desmoralizadora da ordem constituída quer leis que lhe garantam total impunidade para todos os seus equívocos praticados, sejam eles intencionais ou não.

A lei deve ter como finalidade principal a disciplina e em nenhum momento a proteção aos ilícitos praticados pelo indivíduo. A Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, foi um desastre extraordinário, pois, para mim, é a maior incentivadora da delinqüência da criança e do adolescente. Na época me manifestei contra e embora tenha procurado a grande mídia para publicar minha opinião não logrei êxito porque a soberba dessa gente não admite a visão de um interiorano. Mas os resultados são catastróficos, comprovam que tenho razão, porém ninguém tem a coragem de propor sua revogação. São as crianças e os adolescentes dando as cartas e jogando de mão.

Exigimos segurança, mas elaboramos leis que produzem delinqüentes.