A greve, para mim, é o pior tipo de protesto, pois ela sempre prejudica as partes que não fazem parte do litígio. Na greve dos professores, ou do CPERGS, os grandes prejudicados são os alunos. Embora reconheça que é risível o piso salarial dos professores do RS – o salário de um gari com o acréscimo da insalubridade deve ser maior do que o piso do magistério estadual – não justifica certos componentes do órgão máximo da classe aplaudir aqueles que ontem também nada fizeram para estabelecer um piso estadual digno para a categoria de acordo com sua atividade fim. Os que administraram ontem são tão culpados quanto os que administram hoje e os professores deveriam saber disso mais do que eu. Ontem foram massa de manobra de um grupo político, hoje são de outro, mas ontem e hoje massa de manobra. E isso não pode acontecer para não desmoralizar a categoria. Não me lembro de mobilizações do CPERGS pela implantação de uma disciplina rígida na sala de aula que resgate a autoridade do professor e o respeito que lhe é devido.
Não tenho conhecimento de manifestação dos professores quando um analfabeto em história mudou, por decreto, a data da emancipação política de São Gabriel de 15.12.1859 para 04.04.1846.
Os professores precisam ser preservados das agressões que lhes são impostas por alunos e ou pais que pensam ser a escola o local ideal para destilar recalques e péssima formação moral.
É vexatório o debate nos termos em que é travado. Mas algumas comparações precisam ser feitas: quanto custa um motorista da Assembléia Legislativa? Quanto custa um vereador que normalmente nada faz e nada produz para a sociedade se comparado ao trabalho de um professor? Quanto custa qualquer cargo de confiança em qualquer prefeitura do RS? Quanto custa qualquer funcionário da Corsan? Quanto custa um deputado? Quanto custa a publicidade oficial? Por que os legisladores são ágeis para aumentar suas remunerações? Todos têm as respostas.
Pelos serviços que prestam à comunidade, de boa ou má qualidade, não resta dúvida de que os professores e os responsáveis pela segurança pública devem ser os que recebem salários insignificantes que lhes impedem a atualização necessária ao exercício de suas atividades.
Há muito escrevo que a grande responsabilidade por tudo que de ruim ou bom acontece no país é da sociedade extremamente dividida pelo corporativismo. É imperioso participar do contexto para atingir a evolução que se quer para o Brasil. Isoladamente ninguém vai a lugar algum.
Todos precisam de bons salários, mas para tanto é imprescindível a conscientização de que enquanto uns recebem sempre outros pagam a conta, pois não é compatível a existência de grandes salários e carga tributária baixa.
O problema maior não é o candidato falso e mentiroso, mas sim o voto inconseqüente e venal da maioria que o elege. O Brasil é o que a sociedade brasileira produz, quer na atividade privada quanto na pública. Comparações com outros países são ridículas, simplesmente porque os outros países não são habitados por brasileiros.
Os administradores precisam diminuir as desigualdades, pois têm poucos ganhando muito e muitos ganhando uma miséria e compete a quem governa a justa distribuição da riqueza nacional.
### Se a Lei 135/2010 não impedir a candidatura do BB, não se surpreendam se o mesmo não usar a mesma estratégia do atual prefeito em 2008. Criar a desmobilização do adversário e confirmá-la no último prazo para criar grande impacto no eleitorado. É apenas uma possibilidade.
sexta-feira, 23 de março de 2012
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