Iniciamos a fase de retorno às aulas. Fim de férias! Vamos para o mundo real. Esta circunstância me remete à reflexão que tenho feito nos últimos tempos, como e enquanto professor. No curso de graduação em Direito, especialmente, tenho me deparado com um contingente significativo de alunos que, por regra, se apresentam em aula “conectados”. Comparecem com notebooks, tablets, smartfones etc. A universidade, de sua parte, franqueia o acesso à rede mundial. Esta, a realidade. De um lado, alunos plugados e, de outro, facilidades de acesso à navegação virtual. A situação parece ser boa, atual e talvez, nesta quadra da história, não pudesse ser diferente. Entretanto há uma constatação torturante para o professor. Este, ao menos nos cursos de Direito, trabalha preferencialmente com base na leitura, pesquisa, diálogo e reflexão, daí serem as aulas, como regra, desenvolvidas por método expositivo-dialogado.
É necessário, em aula, despertar o sentido crítico para induzir à meditação como elemento essencial à formação profissional. O aluno atual, entretanto, está mais voltado para interagir com seu computador e, quiçá, pouco interessado no diálogo com seu professor. A disputa em sala de aula fica, pois, estabelecida. De uma banda o professor e, de outra, as facilidades cibernéticas. Concorrência claramente desequilibrada em favor da rede e suas benesses (MSN, Facebook e sites dos mais diversos propósitos). Estas, porém, face seus atrativos, geram a fuga intelectual da aula, embora a presença física. Cá para nós outros, o que, ao aluno, parece mais agradável: o conteúdo sistemático de uma aula ou o simpático conteúdo oferecido pela internet? Sem dúvida a oferta da internet. Assim pode se afirmar que nunca foi tão difícil manter alunos concentrados em sala de aula e dispostos a compreender os meandros de sua formação. Deste quadro surge a questão: como resgatar o aluno desta rede que o aprisiona e, quiçá, em alguma medida, deforma. Com a palavra os pedagogos! (SÉRGIO GILBERTO PORTO – Professor da Faculdade de Direito da Pucrs) – JC. 9, 10, 11/03/2012.
Quando falo que me aposentei por causa do computador me chamam de louco. Esse depoimento acima esclarece porque a maioria dos formandos em direito é reprovada na absurda e inconstitucional prova da OAB. Observem que é um professor universitário quem está escrevendo. Imagem o professor do ensino fundamental ou do grau médio no enfrentamento do mesmo problema. O computador é muito bom porque iguala as pessoas: nenhuma sabe nada e todas pensam que sabem tudo.
### Felizes das pessoas contempladas com a redução nas suas contas de água por parte da Corsan porque as minhas foram emitidas baseadas nos valores normais. Tomara que não aconteça com os são-gabrielenses o que acontece na maioria das vezes: sentir falta da Corsan depois de perdê-la.
terça-feira, 13 de março de 2012
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