A Rede Globo está muito atrasada ou quer atingir diretamente alguém ou ainda está sentindo que a audiência dos seus péssimos programas despenca e procura causar impacto com notícias sobre práticas criminosas que sempre fizeram parte, e com a simpatia de muita gente, da vida nacional.
Ora, nunca precisei e não preciso da Rede Globo para saber da relação promíscua que existe e sempre existiu entre o poder e a iniciativa privada no Brasil.
Na Zero Hora, edição de 12.10.1987 foi publicado o que segue: “O deputado Germano Rigotto, líder do PMDB na Assembléia, recebeu um ofício da Karam Engenharia & Planejamentos Econômicos Ltda., oferecendo serviços para sua área. A carta é tão estranha que chama atenção”. Diz, lá pelas tantas: “O caro deputado, como líder que é, poderia exercer seu prestígio e sua influência”. Depois: “A nossa firma é uma entidade de direito privado, tem, portanto plena liberdade para gratificar o Partido ou quem quer que seja com uma percentagem sobre o movimento bruto do valor da obra a ser executada”. Assina “engenheiro Anis Corrêa Karam”. Registro CREA 26714. A carta é aberta com um “cordiais saudações”.
Em 1989 fui autor de uma ação popular para corrigir vícios existentes em uma licitação para concessão do serviço de exploração de um restaurante construído pelo Município de São Gabriel. A proposta vencedora nunca foi encontrada. Pelo menos é isso que consta no processo.
O condenado, depois disso, foi reconduzido legitimamente mais duas (2) vezes à Prefeitura de São Gabriel pela maioria dos votos dos eleitores.
Novidade? Só para quem teima em negar que o povo tem o que a maioria escolhe.
Que crédito merecem essas redes de TV que promovem programas só para explorar financeiramente seus telespectadores? Com sensacionalismo barato a TV Globo desvia a atenção da sua dívida com o governo federal, que se supõe impagável.
Mas o que dizer de relativa parcela do povo que deixa de aumentar a comida de cada dia para usar seus parcos recursos em votações estúpidas e caras que enchem os cofres das redes de TV? Reclamam da conta da água, da conta da luz, do preço da carne, do preço do pão, dos remédios, mas passam o dia e a noite usando o telefone celular sem reclamar do seu custo.
É desse tipo de gente que as emissoras de TV precisam para atingir seus objetivos de manipulação e se transformarem nos mensageiros das notícias que lhes interessam.
O que dizer de uma sociedade que rotula o cidadão ou profissional sério, zeloso, cumpridor de suas obrigações, independente de sua área de atividade, de cdf, murrinha, intransigente e radical? O que dizer de uma sociedade que escolhe conscientemente para seus administradores homens reconhecidamente velhacos?
Quando o cidadão se coloca acima da lei desrespeitando o direito dos outros, não pode exigir que seu país seja disciplinado e organizado o suficiente que mereça ser incluído no contexto dos demais onde as regras são respeitadas.
terça-feira, 27 de março de 2012
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