sexta-feira, 3 de setembro de 2010

PENSÃO VITALÍCIA APÓS QUATRO ANOS, uma imoralidade

É o que penso sobre esse privilégio para ex-governadores e ex-presidentes ao cabo de quatro (4) anos de mandato. Nenhuma pessoa é obrigada a ser administradora pública. É uma opção subjetiva. Para isso é condição “sem qual não” o seu consentimento.
Um trabalhador precisa ser contribuinte do INSS pelo prazo de trinta e cinco (35) anos ou mais, ter a idade de sessenta (60) anos para se aposentar com um salário máximo de, nos valores de hoje, R$ 3.400,00 (três mil e quatrocentos reais) ainda que durante os dez (10) últimos anos de trabalho tenha recebido uma remuneração em torno de R$ 10.000,00 (dez mil reais) mensais. Prestem atenção, ele está impedido de contribuir sobre um valor maior de R$ 3.400,00, porém a empresa que recebe seus préstimos está obrigada a contribuir com vinte por cento (20%) sobre a integralidade da sua remuneração.
A nossa Constituição Federal começa com uma grande mentira: todos são iguais perante a Lei. O que fazer quando a Carta Magna de um país já patrocina as desigualdades? Há poucos dias em um debate com certo capitão do exército nacional que entrará para a reserva com quarenta e sete (47) anos de idade e com a integralidade de sua remuneração atual lhe fiz ver a grande diferença que nos separa, pois para um trabalhador aposentar além das exigências acima ainda a sua aposentadoria é calculada pela média dos maiores oitenta (80) salários de contribuição o que sempre lhe reduz o provento. Dependendo da idade existe o Fator Previdenciário para complicar a vida do desgraçado. É só um exemplo.
O infeliz vai à procura da previdência privada que para variar é sempre insegura no Brasil.
E as aposentadorias dos funcionários dos Tribunais, do Congresso, do Corpo Diplomático, da Brigada Militar? Nem dá para falar no resto porque dá nojo. Essa é a expressão NOJO. E os aposentados do salário mínimo e dos que ganham mais do salário mínimo são os responsáveis pela miséria do Brasil. Mudem de discurso.
A Pensão Vitalícia dos ex-governantes é o maior deboche à classe trabalhadora que além de explorada por essa minoria é tão desmoralizada que ainda lhe bate palma. Por isso que é necessário assistir o programa político. Não assisto nenhum desses palhaços que vão beijar administrador público perguntar porque tamanha diferença. Façam esta pergunta: porque o governante ganha muito para trabalhar tão pouco e o trabalhador precisa gastar o couro trabalhando tanto para ganhar tão pouco?
Está na hora do enfrentamento. Por que um vereador que nos é tão prejudicial custa à população em torno de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por mês ou mais e uma professora que nos é tão benéfica ganha a bagatela de R$ 400,00 ou 500,00 por mês. Por que a arrogante governadora do RS entrou no Tribunal para não pagar o miserável piso de R$ 900,00 ou R$ 1.000,00 por mês aos professores?
Tudo isso é culpa da coletividade que tudo paga e nada cobra dos seus administradores. É o povo alienado da política e do civismo que faz um mero vereador de arrabalde pensar que é melhor ou superior aos demais. Mas eles não são os responsáveis e os desonestos, eles se aproveitam dos que são piores do que eles: aqueles que mesmo sabendo quem eles são insistem em votar neles. E não são os analfabetos não que votam mal. Conheço eleitor que se diz inteligente, com formação acadêmica, erudito e que vota tão mal, vota em vigarista e debilóide só porque este lhe enche o ego. E o pior: estufa o peito falando mal do indigente atribuindo a este a sua idiotice política e eleitoral.
O brasileiro de um modo geral é atilado, esperto, mas muito desonesto. Ele sabe o que é certo e o que é errado, todavia faz o errado para tirar proveito. Sabe votar, vota mal porque quer. O voto é seu faça dele o que bem entender, porém não venha encher o saco dos outros exigindo político sério.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

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