sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A FALÊNCIA DOS PARTIDOS POLÍTICOS

É a mais inequívoca realidade. Divorciados de suas finalidades, voltados para a defesa dos interesses dos figurões de suas cúpulas, ineficientes na formação de novos líderes e transformando a atividade política em um balcão de acomodações os partidos políticos ao darem guarida nos seus quadros para repórteres de TV ou rádio, jogadores de futebol, artistas, humoristas, cantores, religiosos das mais variadas correntes e demais profissionais da mídia que invadem os lares brasileiros através de seus programas nem sempre recomendáveis querem transformar o Congresso Nacional numa passarela de personagens sem vida partidária e sem qualquer comprometimento com o Estatuto e o Programa partidários.
Com o tipo de eleitor que temos entendo que deveríamos substituir as bancadas representativas dos partidos políticos pelas seguintes: bancada dos repórteres de TV e Rádio; bancada dos cantores: bancada dos jogadores de futebol: bancada dos humoristas; bancada dos religiosos das mais variadas igrejas e bancada dos artistas.
A irresponsabilidade dos partidos é tanta que um deles coloca em seu programa eleitoral uma eleitora do primeiro voto dizendo que vota em uma repórter porque ela já faz parte da família, pois está em todos os lares gaúchos através de certa repetidora de TV. Pobreza ou safadeza? A referida eleitora está votando na tela do veículo de comunicação e não no candidato que ela desconhece, mas que faz parte da família.
Ela vota no partido? Não. Ela vota na proposta? Não. Ela simplesmente vota porque aquele (a) candidato (a) aparece todos os dias na tela da repetidora. Aquele (a) candidato (a) não tem vida política e muito menos partidária, mas foi buscado (a) às pressas pelo partido político devido à sua visibilidade perante os eleitores. A eleição, que ás vezes acontece, disfarça o relaxamento partidário.
A irresponsabilidade do voto é outro fator que produz a eleição de péssimos candidatos. E não é só o analfabeto que vota mal como querem mostrar os defensores da idéia de que o eleitor precisaria de certa escolaridade para exercer esse direito. O que leva eleitores sabidamente qualificados votar em candidatos sabidamente desqualificados e desonestos? Conheço muitos eleitores desse tipo. Por que ninguém contesta os financiadores de campanha? A própria Lei Eleitoral em vigor beneficia os que já detém um mandato e prejudica a renovação dos parlamentos.
Os exemplos são fartos: No RS já elegeram a previsão do tempo – 100.000 votos; O Jornal do Almoço – 205.000 votos e nesta eleição poderá haver repeteco desse tipo de voto. A competição é desigual porque os que atuam na mídia estão permanentemente visíveis ao eleitor enquanto os demais se tentarem visibilidade são multados por propaganda extemporânea. E dizem que todos são iguais perante a Lei. É por essa razão que admiro os teimosos que com um currículo invejável colocam seus nomes à disposição embora sabendo que serão preteridos por uma imagem da tela de uma repetidora de TV ou por um corruptor qualquer que antes da eleição distribuí sorrisos e qualquer porcaria ou vantagem para eleitores muito piores do que ele. Votam nos piores e querem bons eleitos. Poupem-nos dessa.
### A diferença entre as administrações anteriores e a atual é: “As anteriores distribuíam R$ 20 bilhões/ano para cinco (5) famílias; a atual distribui os mesmos R$ 20 bilhões/ano para cinco (5) milhões de famílias”. Na roubalheira e na corrupção se igualam. Portanto... Não há milagre.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

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