Não, falta quase tudo. Leio que
é intenção dos novos ocupantes do Palácio Plácido de Castro construir um
complexo em uma área desapropriada e que uma das finalidades é incentivar a
exploração do turismo.
Tenho
minha opinião, mas reconheço o direito de cada um ter a sua, divergente ou não.
Penso que se assim procederem estarão correndo o risco de um grande fracasso,
pois estarão invertendo o processo, ou seja, começando pelo fim.
Sou
são-gabrielense, gosto da minha terra e quero, nos anos que me restam de vida,
assisti-la próspera e ver o seu povo feliz, mas não com projetos mirabolantes
que não funcionarão na prática.
São
Gabriel, no momento, não tem a mínima estrutura para se transformar em pólo
turístico, senão vejamos: 1 – Não tem aeroporto e essa falta é um dos grandes
entraves ao seu desenvolvimento; 2 – Não tem gastronomia, pois não temos
churrascarias, bons restaurantes, bares de expressão; 3 – Não temos vida
noturna, pois faltam cabarés, boates. Dou um exemplo: há pouco tempo recebi a visita de dois amigos de outra cidade e como
gosto de ser bom anfitrião os levei a jantar. Para minha surpresa e meu
constrangimento próximo da meia-noite fomos corridos de um estabelecimento, no
centro da cidade, que pode ser chamado de tudo, menos de restaurante.
Aliás, essa
infra-estrutura não falta só ao visitante, mas sim a todos nós. Onde os casais
dançam em São Gabriel ?
Talvez em casa. Sou
desimpedido, para isso preciso gravar um CD com músicas românticas e subir a
colina melancólica para, em um arremedo de cabaré dançar uma valsa, um tango ou
um samba. E fora disso?
Um
fato curioso: andava procurando uma bela mulher e ótima dançarina, não para
viver comigo, mas para companheira de festas e bailes. Mas agora pergunto:
Dançar onde? A dança de CTG não me agrada, é muito ligeira. Serve mais para
testar o preparo físico do que oportunidade para um bom diálogo e quem sabe um
relacionamento íntimo futuro.
Por
essas e por outras é que entendo que os novos habitantes do Palácio Plácido de
Castro antes de qualquer empreendimento devem dotar nossa cidade de uma
roupagem nova que lhe assegure a qualidade de cidade turística.
Um
aeroporto se faz necessário não só para a exploração do turismo, mas sim como
um instrumento propulsor de um maior e vigoroso desenvolvimento de nossas
atividades já consagradas, como de resto nas pretensões da nossa
industrialização.
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Antes de construir qualquer monumento à lenda Sepé Tiarajú, mais importante é a
dragagem do Rio Vacacaí para sua preservação; os melhoramentos na Avenida Tito
Prates, acesso ao Parque Assis Brasil e a recuperação definitiva das estradas
por onde transita nossa produção primária.
O
problema das estradas perdura há 154 anos sem que nenhum prefeito, excluindo o
atual, tenha se preocupado em sanar tamanha falta.
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