Quem
concede Alvará para a exploração do jogo do bicho? Quem o fiscaliza? Quem
concede Alvará para a exploração do tráfico de drogas? Quem o fiscaliza? Quem
concede Alvará para a exploração do tráfico de armas? Quem o fiscaliza?
São
perguntas necessárias, mas que ninguém as faz porque na realidade a grande
maioria gosta de navegar na ilegalidade.
Quem
mantém o jogo do bicho, o explorador ou o apostador? A pergunta vale para as
outras explorações, tráfico de drogas, tráfico de armas, cassinos clandestinos,
etc. Repito a pergunta: Quem os mantém? Os apostadores e os consumidores. Sem
estes não haveria seus exploradores.
Quando
se fala na legalização do jogo do bicho e das drogas é um Deus nos acuda, mas
esquecem que o álcool e o fumo são extremamente prejudiciais à saúde, porém sua
exploração é legal.
O
brasileiro, salvo exceções, adora a ilegalidade haja vista que são poucos os
que compram no Uruguai dentro do limite da quota de cada um. Acompanho as
contradições de certas pessoas que escrevem nos jornais exigindo rigor nas
nossas leis, mas são as mesmas que adoram contrabandear uísque da vizinha
cidade uruguaia Rivera.
O
consumidor tem direito de examinar a cozinha do restaurante que freqüenta? Ou
só o fiscal da saúde? Os Alvarás são concedidos para todos os que exploram
determinados ramos de atividades e que se enquadrem nas normas legais.
Nenhuma
lei pode regulamentar o imprevisto, pois como o nome já está dizendo ninguém
prevê o inesperado.
Teria
a Prefeitura, em nome da segurança, cassar todos os alvarás dos postos de
gasolina que estão estabelecidos em zonas residenciais? Cassar os Alvarás dos
depósitos de gás e de tinta na mesma situação em nome da possibilidade de
desastre que tomara nunca aconteça? Cassaria os “habite-se” dos proprietários
de apartamentos dos andares em que não têm saída de emergência ou exigiria que
os habitantes desses apartamentos tivessem asas para voar em caso de
emergência?
Não
existe futuro, pois ninguém vive no futuro, mas sim no presente. É por isso que
procuro fazer as coisas de hoje porque não sei se terei amanhã. E o presente me
obriga a escrever coisas que embora dolorosas e antipáticas sejam reais e
atuais.
Pelo
menos procuro ser útil à coletividade a qual pertenço.
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