terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

SÃO GABRIEL, CIDADE TURÍSTICA?


 
         Não, falta quase tudo. Leio que é intenção dos novos ocupantes do Palácio Plácido de Castro construir um complexo em uma área desapropriada e que uma das finalidades é incentivar a exploração do turismo.

            Tenho minha opinião, mas reconheço o direito de cada um ter a sua, divergente ou não. Penso que se assim procederem estarão correndo o risco de um grande fracasso, pois estarão invertendo o processo, ou seja, começando pelo fim.

            Sou são-gabrielense, gosto da minha terra e quero, nos anos que me restam de vida, assisti-la próspera e ver o seu povo feliz, mas não com projetos mirabolantes que não funcionarão na prática.

            São Gabriel, no momento, não tem a mínima estrutura para se transformar em pólo turístico, senão vejamos: 1 – Não tem aeroporto e essa falta é um dos grandes entraves ao seu desenvolvimento; 2 – Não tem gastronomia, pois não temos churrascarias, bons restaurantes, bares de expressão; 3 – Não temos vida noturna, pois faltam cabarés, boates. Dou um exemplo: há pouco tempo recebi a visita de dois amigos de outra cidade e como gosto de ser bom anfitrião os levei a jantar. Para minha surpresa e meu constrangimento próximo da meia-noite fomos corridos de um estabelecimento, no centro da cidade, que pode ser chamado de tudo, menos de restaurante.

            Aliás, essa infra-estrutura não falta só ao visitante, mas sim a todos nós. Onde os casais dançam em São Gabriel? Talvez em casa. Sou desimpedido, para isso preciso gravar um CD com músicas românticas e subir a colina melancólica para, em um arremedo de cabaré dançar uma valsa, um tango ou um samba. E fora disso?

            Um fato curioso: andava procurando uma bela mulher e ótima dançarina, não para viver comigo, mas para companheira de festas e bailes. Mas agora pergunto: Dançar onde? A dança de CTG não me agrada, é muito ligeira. Serve mais para testar o preparo físico do que oportunidade para um bom diálogo e quem sabe um relacionamento íntimo futuro.

            Por essas e por outras é que entendo que os novos habitantes do Palácio Plácido de Castro antes de qualquer empreendimento devem dotar nossa cidade de uma roupagem nova que lhe assegure a qualidade de cidade turística.

            Um aeroporto se faz necessário não só para a exploração do turismo, mas sim como um instrumento propulsor de um maior e vigoroso desenvolvimento de nossas atividades já consagradas, como de resto nas pretensões da nossa industrialização.

            ### Antes de construir qualquer monumento à lenda Sepé Tiarajú, mais importante é a dragagem do Rio Vacacaí para sua preservação; os melhoramentos na Avenida Tito Prates, acesso ao Parque Assis Brasil e a recuperação definitiva das estradas por onde transita nossa produção primária.

            O problema das estradas perdura há 154 anos sem que nenhum prefeito, excluindo o atual, tenha se preocupado em sanar tamanha falta.

           

           

           

             

 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

TORCIDA CONTRA O BRASIL


 

 

            Há um notório esforço por parte da grande mídia nacional em produzir um grande pessimismo quanto a real situação econômica brasileira do momento.

            São os pregadores do desânimo e do caos com o claro objetivo de beneficiar uma oposição fraca, anêmica e sem proposta, pois ao longo do período em que esteve à frente da administração federal só o que fez foi concentrar nas mãos de poucos a grande fatia da renda nacional. E tudo navegava em mansas águas.

            Veja bem, a taxa de juros de 26% despencou para 7,5% ao ano o que é muito bom para os brasileiros, mas ruim para os “sanguessugas”, chamados na época de investidores estrangeiros, que se alimentavam, nada mais nada menos, da especulação financeira.

            Ora, para quem aplicava seu capital com rendimentos de 26% não é saudável aplica-lo a 7,5% e por essa razão, e é uma boa razão para o Brasil, diminuíram os investimentos especulativos.

            Os torcedores contra o Brasil dizem investimentos, mas não explicam que na realidade era uma agiotagem declarada. Não havia investimentos na produção, não havia geração de trabalho e renda, não havia oportunidade para os brasileiros. Havia tão somente um extraordinário lucro para os especuladores.

            Os pregadores do caos não enxergam que o Brasil tem hoje a menor taxa de desemprego dos últimos anos; os pregadores do caos negam os avanços da reforma da previdência dos funcionários públicos; os pregadores do caos negam que nossa dívida pública compromete somente 40% do PIB quando a maioria dos países do mundo compromete 60, 70 e até 80%.

            Os pregadores do caos criam um escândalo por dia para chamar a atenção dos desavisados que adotaram a TV como senhora da verdade, mas os pregadores do caos que tem microfones que só eles usam não fazem uma campanha para diminuir o número de deputados, senadores e vereadores; os pregadores do caos não dizem que um dos maiores atrasos do Congresso Nacional é funcionar no sistema bicameral e que o ideal é o unicameral; os pregadores do caos também não informam aos seus seguidores que seu microfone também é sustentado por polpudas verbas públicas; os pregadores do caos não dizem que toda ou quase toda a produção primária funciona financiada pelos recursos de todos os brasileiros; os pregadores do caos não dizem que a grande parte dos recursos públicos é destinada a financiamentos aos grandes empresários; os pregadores do caos não dizem que as grandes fortunas são construídas à sombra do poder; os pregadores do caos não dizem que a responsabilidade da escolha dos maus políticos é de responsabilidade da maioria dos eleitores; e, por fim os pregadores do caos não dizem que não dividem seus microfones por onde destilam mentiras e hipocrisias porque temem a verdade e são sustentados, também, por quem tira proveito da mentira, da farsa e das empulhações.

            Por falar em farsas: E as CPIs dos cheques e dos computadores? Alguém tem notícia do seu andamento ou do seu resultado?

            E os melhoramentos da Avenida Tito Prates: Serão feitos ou não?

            Tremi na base: Voltaram a falar em verba a Fundo Perdido. Aí mora o perigo.

          

           

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

De ALVARÁS E FISCALIZAÇÃO


 

 

            Quem concede Alvará para a exploração do jogo do bicho? Quem o fiscaliza? Quem concede Alvará para a exploração do tráfico de drogas? Quem o fiscaliza? Quem concede Alvará para a exploração do tráfico de armas? Quem o fiscaliza?

            São perguntas necessárias, mas que ninguém as faz porque na realidade a grande maioria gosta de navegar na ilegalidade.

            Quem mantém o jogo do bicho, o explorador ou o apostador? A pergunta vale para as outras explorações, tráfico de drogas, tráfico de armas, cassinos clandestinos, etc. Repito a pergunta: Quem os mantém? Os apostadores e os consumidores. Sem estes não haveria seus exploradores.

            Quando se fala na legalização do jogo do bicho e das drogas é um Deus nos acuda, mas esquecem que o álcool e o fumo são extremamente prejudiciais à saúde, porém sua exploração é legal.

            O brasileiro, salvo exceções, adora a ilegalidade haja vista que são poucos os que compram no Uruguai dentro do limite da quota de cada um. Acompanho as contradições de certas pessoas que escrevem nos jornais exigindo rigor nas nossas leis, mas são as mesmas que adoram contrabandear uísque da vizinha cidade uruguaia Rivera.

            O consumidor tem direito de examinar a cozinha do restaurante que freqüenta? Ou só o fiscal da saúde? Os Alvarás são concedidos para todos os que exploram determinados ramos de atividades e que se enquadrem nas normas legais.

            Nenhuma lei pode regulamentar o imprevisto, pois como o nome já está dizendo ninguém prevê o inesperado.

            Teria a Prefeitura, em nome da segurança, cassar todos os alvarás dos postos de gasolina que estão estabelecidos em zonas residenciais? Cassar os Alvarás dos depósitos de gás e de tinta na mesma situação em nome da possibilidade de desastre que tomara nunca aconteça? Cassaria os “habite-se” dos proprietários de apartamentos dos andares em que não têm saída de emergência ou exigiria que os habitantes desses apartamentos tivessem asas para voar em caso de emergência?

            Não existe futuro, pois ninguém vive no futuro, mas sim no presente. É por isso que procuro fazer as coisas de hoje porque não sei se terei amanhã. E o presente me obriga a escrever coisas que embora dolorosas e antipáticas sejam reais e atuais.

            Pelo menos procuro ser útil à coletividade a qual pertenço.

           

           

           

           

           

             

 

           

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

OMISSÃO DE QUEM?


 

 

            GILBERTO JASPER – JC. 11 e 12 de fevereiro de 2013. Fui a Santa Maria no dia seguinte da tragédia por absoluta obrigação profissional. Não sei quantas pessoas morreram. Os números mudam a cada dia. Aliás, a exploração emocional patrocinada por parte da chamada “grande imprensa” choca, deveria motivar debates, análises sérias, mas isso nunca acontece. Nós, comunicadores, nos sentimos ofendidos quando somos questionados, imagina quando somos criticados. A omissão, todavia, está no fulcro desta barbaridade anunciada.  Não apenas das autoridades ou de pessoas investidas de poder temporário, mas de todos nós.

            A maioria dos pais sequer sabe quais os lugares que seus filhos freqüentam ao sair à noite.  Aqui fala o pai de um casal de 17 e 18 anos. Minha filha é festeira, sai todos os fins de semana. Conheço dois ou três lugares onde ela se diverte com as amigas. Outro dia, indaguei sobre as condições de outros locais – tamanho, localização, saídas de emergência. E fiquei preocupado com o que ouvi.

            Ao lado do edifício em que resido, em Porto Alegre, uma casa de festas funciona há dois anos sem alvará algum. O barulho é ensurdecedor até às 3h ou 4h da madrugada. O local destinado à dança é recoberto por uma espécie de lona plástica. Segurança zero. Apelei a diversas secretarias e até ao prefeito, sem sucesso.

            Antes e durante minha luta – que continua junto à Brigada Militar, Bombeiros, Ministério Público e Justiça – busquei apoio dos meus vizinhos. Todos admitiram a “perturbação do sossego alheio”, como diz o boletim de ocorrências lavrado pela Brigada Militar junto à 8ª. Delegacia de Polícia. Ninguém, porém, aceitou subscrever o abaixo-assinado, muito menos prestar depoimento. (O grifo é meu).

                No trânsito acontece o mesmo. Malucos de toda ordem – psicopatas, alcoólatras, assassinos e irresponsáveis se multiplicam. Todos pedem mais fiscalização, mas o clamor se esvai na primeira barreira, embora se trate de uma operação vital para o flagrante de ladrões, traficantes e marginais diversos.

            O morticínio de Santa Maria tem muitos culpados, mas a omissão disseminada em todos os segmentos da sociedade mostrou sua face mais dura. Tecemos loas aos países em que a lei é respeitada. Aliás, se fosse pelas leis, o Brasil seria igual à Suíça.

            A inobservância da lei está no cerne de muitos flagelos. É impossível sustentar um contingente de fiscais capaz de atender às necessidades. Em seu lugar deve funcionar a consciência cidadã, que deveria habitar todos nós. (Jornalista).

            Não preciso acrescentar mais nada, pois os que me acompanham sabem que sou repetitivo quando afirmo que o maior pecado da sociedade é a omissão.

            ### Dificilmente uso o transporte coletivo urbano em São Gabriel ou em outra cidade qualquer, mas os usuários de São Gabriel reclamam da anarquia que está instalada nos horários dos coletivos. Seria bom a Prefeitura dar uma olhada nisso.

           

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

AS PRECAUÇÕES


 

 

         Da Presidência da Câmara Municipal, comentadas pela imprensa, quanto ao acesso do público nas dependências da casa estão equivocadas, pois os primeiros cuidados deveriam ser no sentido de que os vereadores efetivamente trabalhem na fiscalização do executivo e na elaboração de boas leis em benefício da comunidade ao que todos se comprometeram nas campanhas eleitorais. O histórico dos últimos anos do nosso legislativo leva a população acreditar que a Presidência deva tomar sérias precauções com quem está dentro da Câmara Municipal, pois o comportamento da expressiva maioria dos vereadores demonstra que o perigo está permanentemente lá dentro. E se a Casa tem restrições com a população, por certo grande parte da população tem sérias restrições com a Casa e seus privilegiados ocupantes. Quanto à identificação ela é sempre necessária.

            Desmembraram o terreno da Escola Municipal Homero Menna Barreto no fim do corredor do Lava Pé, construíram duas (2) casas e nenhum vereador denunciou; o estacionamento  de carros particulares na via publica na frente do 6º BE perdurou por mais de trinta anos sem que nenhum vereador acusasse.

            Tem momentos em que penso que o pior emprego do dinheiro público é o usado no pagamento dos senhores vereadores de São Gabriel.

            O salário de R$ 7.000,00 (sete mil reais), se supõe, representa um verdadeiro assalto à economia popular, além de ser um deboche, um escárnio pelo pouco ou nada que produzem em relação aos proventos dos trabalhadores das demais categorias, mas principalmente ao que ganha um professor e um juiz.

            Não está incluso nesse valor o custo de toda estrutura que serve aos nababos vereadores.

            Esta informação é do CEPERGS: Professor – 20 horas – Classe A – Nível 1 – Básico R$ 488, 00 mensais – preço hora R$ 6,10; Professor – 20 horas – Classe A – Nível 6 – Básico R$ 977,00 mensais – preço hora R$12,20.

            Vereador - 4 horas – Sem classe – Sem NívelBásico R$ 7.000,00 mensais – preço hora R$ 437,50. Os leitores que tirem suas conclusões.

            Será que a população não se dá conta do que é um salário de R$ 7.000,00 em São Gabriel? E a contrapartida na prestação de serviço quase zero?  

            É forçoso reconhecer que tal assalto tem origem na lei que o instituiu, mas principalmente na falta de sensibilidade dos próprios beneficiados que se fossem realmente os defensores dos interesses populares fixariam sua remuneração de acordo com o serviço que prestam, ou seja, R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês o que já seria exagerada, mas acredito que justa.

            Outro ponto a favor dos vereadores é o fato de serem escolhidos livre e democraticamente por uma maioria de eleitores e a estes cabe total responsabilidade pela situação caótica e degenerada na qual se encontram os legislativos brasileiros de um modo geral.

            O preço sempre é alto para quem escolhe mal. Mas o que fazer quando quem escolhe é pior do que os escolhidos? Pelo que se assiste no momento é a comunidade que está a serviço de suas majestades os vereadores. Não comento os Renan Calheiros porque estou cercado deles por todos os lados. Comento os daqui, pois é aqui o lugar onde tudo se inicia.      

       .

           

 

             

           

           

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O OUTRO LADO


 


            Chega a impressionar o número de pessoas que irresponsavelmente sai à procura de culpados após o acontecimento de qualquer tragédia. Isso não é novidade para ninguém, pois ela nos ronda a todo o momento, mas nunca temos tempo, interesse ou atenção para prevê-la. Independente dos atingidos entendo que a inteligência humana é muito pequena para explicá-la e entender os porquês de atingir uns e preservar outros. O mais fácil é nomear um culpado; uns dizem que é Deus e a maioria dentro da emotividade e passionalidade do momento culpa as autoridades, as leis ou quem as elabora, os próprios mortos, os pais, o dono, o conjunto musical, etc.

            Aqueles que me honram com a leitura do que escrevo sabem que há muito tempo combato essa cruel sociedade de consumo que enxerga a pessoa humana simplesmente como um consumidor em potencial, a ganância pelo lucro fácil e defendo o respeito à lei pela convicção de cada um e não por medo da punição ao transgredi-la.

            Pois bem, após cada tragédia todos, com raras exceções, acusam as autoridades da não fiscalização ou da frouxidão das leis, mas prestem atenção “os todos” que após a tragédia reclamam maior rigor da Lei são os mesmos que antes da tragédia reclamam da burocracia e das exigências legais argumentando que o rigorismo prejudica a produção e inibe geração de trabalho e renda.

             Grande parcela dos que trabalham nos veículos de comunicação quer agradar quando o certo é esclarecer. Esclarecer traz antipatias, agradar e elogiar traz simpatias mesmo que os elogios sejam falsos e não merecidos.

            Com todo o respeito, li muitos absurdos escritos por pessoas que usam seus espaços na mídia para combater as normas legais, porém depois da tragédia que atingiu inúmeras famílias se transformaram em defensores de leis rigorosas e punições exemplares aos faltosos desde que não lhes atinjam quando erram.

            Somos uma sociedade omissa quanto à obrigação de denunciar, com embasamento, as coisas erradas, exceto quando a denúncia nos beneficia individualmente. Participo da minha cidade e pela profissão que desempenho posso avaliar o quanto a pessoa humana detesta a disciplina e a obediência às leis.

            A maioria que freqüenta Praça Fernando Abbott reclama de meia dúzia de proprietários de automóveis com potentes equipamentos de som que fazem competição para ver qual é o melhor desrespeitando os que vão à busca do lazer. E as providências tardam, tardam, tardam... À espera do que?

            Outros reclamam da iminência de acidente devido ao estrado colocado na frente do TIMM Bar. Conheço seus proprietários e se assim o fizeram é porque têm a devida licença do poder constituído. Não seria melhor solução proceder como no calçadão, fechar o trânsito de veículos à noite?  E não são só esses os problemas, existem outros que poderão explodir a qualquer momento, mas poucos percebem e como a solução é antipática nem a administração pública a toma. Olhem para os lados e verão. Esperar que aconteça a tragédia definitivamente não é o ideal.

            Para todo o problema existe a devida solução. Encontrá-la suficientemente justa que atenda todas as partes é o ideal, mas precisa vontade para tanto.

            O que resta nestas horas de profunda dor e tristeza é amparar-nos uns nos outros para amenizar o vazio das nossas perdas porque elas são irreversíveis, mas não podemos esquecer dos demais que nos querem bem e que continuam fazendo parte do nosso mundo e merecedores do nosso afeto e da nossa atenção.

            E nestes momentos de fragilidade emocional necessário se faz ter cuidado com os oportunistas de plantão porque eles estão sempre atentos. Ah se estão...