É a que faz, em muitos casos,
determinadas pessoas enfrentarem situações deveras constrangedoras e
comprometedoras. Isso acontece tanto na atividade pública, na atividade privada
quanto na vida particular de cada um.
O
corno é o último “a saber”. Muitos citam essa expressão popular, mas
poucos se preocupam em entender o seu significado. É muito simples. Quanto
maior for a confiança do marido na mulher, menores são as possibilidades dele
se preocupar com uma possível traição. Daí o dito.
Na
administração pública, já bem mais complicada, existem os cargos de confiança
do chefe do executivo que nada mais são do que os diversos secretários que deveriam ser por ele nomeados.
Prestem atenção que grifei os termos deveriam ser, mas nem sempre o são. A
ambição para chegar ao poder faz o indivíduo se comprometer com Deus, com o
Diabo e com qualquer gangster que lhe acene com alguma negociata que lhe
possibilite chegar lá.
Apoio
se recebe não se pede e muito menos se negocia. A governabilidade não depende
tanto de uma maioria parlamentar, mas muito mais da formação de uma equipe
homogênea de trabalho. Os administradores fracassam na maioria das vezes porque
se envolvem mais em aparar arestas entre as forças antagônicas que os
conduziram ao poder do que propriamente em administrar o patrimônio público.
Uma
vez eleito enfrenta o primeiro grande problema que criou; compor com os de
confiança do Diabo, com os de confiança de Deus, com os de sua confiança e o
pior de tudo ter de agüentar o gangster que o incomodará até o fim do seu
mandato, criando em torno de si uma rede de intrigas, boicotes e de traições.
No
modelo de administração política que predomina no Brasil se deve substituir o
significado de “CC” Cargo de Confiança por “CCE” Cargo para Cabos Eleitorais,
ou ainda por “CPP” Cargos para Parasitas Partidários.
A
administração quando voltada para os interesses da coletividade é extremamente
atritiva, pois ela despreza os interesses individuais, partidários ou dos
apoiadores de campanha.
Conheço
administração, conheço política, conheço os homens, conheço o caminho para
chegar ao poder, conheço a imprensa, conheço os empresários, conheço a
sociedade da qual faço parte e afirmo sem qualquer receio e medo de errar que a
corrupção começa nas administrações antes das mesmas se iniciarem. Sou
especial? Não, participo de tudo sem ter lucro. Ela começa no processo
eleitoral, na promessa de retribuição aos apoios recebidos e outras.
Homens
sérios poucos apóiam porque eles não aceitam aventureiros, impostores que
pensam no poder como meio de acumular fortunas pessoais.
As
traições acontecem nas administrações públicas principalmente porque o eleito é
obrigado a confiar em quem não é da sua confiança. Esse é o risco que corre.
Sugiro
que o leitor se imagine Prefeito para constatar as dificuldades de formar um
bom secretariado. A intenção pode existir, mas os Partidos Políticos não
deixam, pois os que ascendem ao poder, salvo exceções, o usam em benefícios
específicos de seus afiliados ou donos. O requisito principal? Ser apoiador do
eleito.
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