Está muito badalada a presença do Brasil, neste ano, na Assembléia Geral das Nações Unidas porque ele está representado por uma mulher. Na realidade o fato nada tem a ver com a mulher e muito menos com a estadista, mas sim com o Brasil. É uma tradição que se iniciou lá pelos anos de 1947 quando Osvaldo Aranha, na condição de diplomata brasileiro, foi o primeiro orador da primeira sessão especial da Assembléia Geral das Nações Unidas e que perdura até hoje.
Todo o ano, em setembro, quando é aberta a Assembléia Geral da ONU, cabe ao chefe de Estado brasileiro, ou a seu representante legal, o Ministro das Relações Exteriores, proferir o primeiro discurso, o da abertura dos trabalhos.
O certo seria anunciar que é a primeira vez que o Brasil será representado por uma mulher na condição de presidente brasileira na abertura dos trabalhos da Assembléia Geral da ONU porque esta não é uma deferência à pessoa, mas sim ao país. Como todos sabem antes da senhora Dilma já existiram outras mulheres na chefia de nações e nem por isso abriram os trabalhos na referida ocasião.
Em determinados momentos parece que há uma disposição da imprensa em confundir as coisas, pois se assim não fosse as interpretações seriam mais corretas.
A limitação do conhecimento ou a vaidade humana quando é exacerbada é que faz o indivíduo confundir o bar, lugar onde se bebe, com a Câmara, lugar onde se legisla. O legislador não legisla no bar e nem o bêbado bebe na Câmara. Normalmente o bar é frequentado pelos indivíduos em busca de lazer ou de descanso embora muitos, supõe-se, sejam mais assíduos no bar do que na Câmara.
Assim também na Assembléia Geral da ONU a presença da senhora Dilma Roussef não acontece pelo fato de ser mulher, terrorista, do PT ou coisa que o valha. Ela representa o Brasil assim como todos os presidentes ou seus representantes legais desde 1947 o fazem.
A todo o momento se nota essa confusão entre o cargo e a pessoa que o desempenha. No município então nem se fala: “o município dá e o dirigente fatura a gratidão”. Daí a briga pelo poder. A Santa Casa paga a conta, mas quem tem prestígio político é o provedor; O dinheiro é do contribuinte, mas quem leva o voto é o deputado da emenda parlamentar; A Universidade federal é gratuita para os que estudam, mas todo o contribuinte ajuda a sustentá-la; E tantas outras... E por aí vai...
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
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