terça-feira, 29 de junho de 2010

SUGESTÃO AOS DISSIDENTES DO Partido Progressista (PP)

Na qualidade de afiliado ao PP, defensor do seu Estatuto, simpatizante do seu Programa e em vista da existência de duas (2) correntes de afiliados, cuja conciliação a cada dia se torna mais problemática, – uma segue o Rossano e a outra o Baltazar – que, ao que tudo indica, viraram as costas ao Partido ao qual de direito pertencem, porém de fato só o diminuem, sugiro aos grupos dissidentes que se filiem respectivamente ao Rossano e ao Baltazar deixando a sigla do Partido Progressista – PP aos que preferem um partido autônomo, com identidade própria, cujos afiliados trabalhem pelo seu crescimento saudável, pela defesa de suas idéias, pela ânsia de servir a comunidade e abandonem de vez o perfil clientelista que caracteriza a prática política existente.
Sugiro que migrem para outras agremiações e o PP ficará nas mãos de quem tem pouco voto, mas vocação para organizar, respeitar estatuto, cumprir programas e trabalhar na defesa de princípios direcionados à liberdade, à evolução, à saúde, ao trabalho, à segurança, à instrução e à auto-estima da pessoa humana.
Deixem-no comigo e o reestruturarei com pessoas que tenham grandeza de pensar na coletividade ao invés de usá-lo para buscar vantagens às individualidades. Parece utópico, mas ainda tenho forças para enfrentar novos e difíceis desafios e chegar às grandes conquistas. Gosto das coisas difíceis porque as fáceis qualquer desanimado e desmoralizado conquista.
Está na hora dos homens e mulheres que se dizem bons e capazes, críticos contumazes dos políticos atuais – eleitos ou não – invadirem os partidos políticos para com sua sapiência, sua decência e sua capacidade invulgar purificarem-nos escorraçando os atuais tipos de políticos que os contaminam e dominam impedindo dessa maneira o surgimento de novas lideranças comprometidas com o bem comum.
Muitos não gostam de organização porque aproveitam da desorganização para atingir seus objetivos. Não é o meu caso. Apelo aos militantes do PP – Partido Progressista para que se não aceitarem minha sugestão; se não provocarem uma reconciliação decente e verdadeira que, pelo menos, dêem um fim decente ao nosso partido, mas não o deixem sofrer a desmoralização que está instituída dentro dele. É melhor morrer com honra do que viver humilhado e ajoelhado sob o desprezo e o deboche de seus exploradores.
Não entendo determinadas pessoas que pretendem ser líderes, mas ao mesmo tempo se transformam em capachos de políticos de confiabilidade duvidosa por demais comprovada. Se preciso for me sacrifico pelas poucas pessoas que confiam em mim, porém jamais aproveitarei de sua confiança para conquistar benefícios ou posições pessoais. Os que não tem luz própria e não são capazes de produzi-la são os que procuram sobreviver à sombra da popularidade dos outros.
Nada tenho contra a individualidade de ninguém, mas não posso fraquejar quando vejo as instituições, como é o caso do Partido Progressista, correr celeremente rumo à escuridão e à desgraça. Ou façam ou desocupem o lugar para que outros reconstruam o que destruíram com suas insensibilidades, ganâncias, vaidades, mas, sobretudo pela falta de competência, grandeza e audácia.
O Partido Progressista, pela influência que teve outrora, não merece tamanha humilhação produzida pelos seus falsos defensores e/ou aproveitadores.
Não sou rato, razão pela qual tento salvar o navio do naufrágio e não abandoná-lo quando ele mais precisa de energia positiva. Quem tiver coragem e boa intenção que ajude a salvar o PP ou então que vá viver definitivamente na escuridão dos esgotos onde proliferam os ratos e as baratas.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente. (Publicado no jornal C. Gabrielense, 29.06.2010)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

PP - (Partido Progressista) FOI PREVISTO

Em maio de 2004, então articulista do jornal O Imparcial, escrevi uma matéria intitulada Autofagia na qual constavam os seguintes tópicos: “Minhas responsabilidades como filiado ao Partido Progressista são enormes e por essa razão não posso silenciar quando sinto meu partido caminhar célere, pela sua maioria, submisso e sem energia rumo à degradante condição de coadjuvante subalterno, sem voz e, definitivamente, sem vez”.
“Espero que todos entendam que a preocupação é evitar a autofagia (nutrição ou sustento de um organismo à custa de sua própria substância; ato de autoconsumir-se, autodevorar-se) do Partido Progressista”.
As páginas daquele periódico são as frias e silenciosas testemunhas de que o auto-esfacelamento do PP já estava em pleno curso naquela época. De lá para cá só cresceu. Hoje a situação é alarmante e o vírus que nasceu no município de São Gabriel criou asas, voou, se espalhou no Rio Grande do Sul, no território nacional e o maior partido dos gaúchos se transformou em “um nanico desanimado” que espera a sobra resultante da luta entre os galos.
A temida autofagia da qual falava em maio de 2004 tomou forma, cresceu, trouxe prejuízos irrecuperáveis e o que foi o maior partido do RS nada mais é do que um organismo inanimado devido à falta de ambição política coletiva, ao abandono do seu programa e de seu ideário por parte de alguns filiados que dominam seus diretórios e o usam como moeda de troca para atingir objetivos torpes e pessoais.
A soberba dos medíocres que pensam ser maiores do que realmente são não permite que os mesmos pelo menos analisem o que dizem os pensadores da verdadeira política. Na sua idiotice e ignorância só percebem a tragédia depois que a mesma se consuma ou quando um articulista de um grande periódico repete o que foi publicado em um periódico do interior. Eles preferem um imbecil da metrópole a um sábio do interior e por essa razão fracassam.
Fui à exaustão tentando explicar aos trogloditas do PP que têm votos e influência em demasia que os 149 municípios cujos prefeitos pertencem aos seus quadros eram ilusórios e não representavam um contingente eleitoral capaz de conduzir o partido ao governo central do RS. O Partido Progressista se acostumou com as benesses da ditadura militar e se transformou em um partido rural procurador ferrenho de meia dúzia de maus pagadores e com isso perdeu a simpatia do grande contingente dos bons.
Hoje aposta todas as suas fichas em uma incógnita eleitoral cujo maior predicado é ter trabalhado por longos anos como apresentadora de programas da Rede Globo. Espera repetir o feito da Maria do Carmo do jornal do almoço ou em escala menor o Paulo Borges (PFL-Demo) da previsão do tempo, apresentadores de programas da RBS no Rio Grande do Sul. Parece que terá as bancadas de deputados estaduais e federais diminuídas e dificilmente elegerá a candidata ao Senado. Tomara que esteja errado.
O PP (Partido Progressista) de São Gabriel foi chamado de bengala do PDT, ontem de bastão do PR e hoje, segundo a sabedoria popular, de vaso sanitário de políticos que, assim como a coruja de estrada que senta de pau em pau, andam de partido em partido na busca frenética de acomodação pessoal.
### Aqueles que pensam que praga só dá na lavoura estão completamente enganados. Ela dá também na política e esta é muito pior porque prejudica todos os que plantam e os que não plantam. E o pior, é adubada pelas praguinhas que gravitam ao seu redor.
### Quando o navio afunda os primeiros que fogem são os ratos. Não há como contestar a sabedoria dos antigos.
### Se ele sabe lá... Ela sabe aqui... Se ele usa a máquina federal... Ela usa a máquina estadual... Mas os fanáticos de todos os dois não querem admitir. A grande diferença, esta sim não se pode negar; o de lá é macho; a daqui é fêmea, mas ambos rezam pelo mesmo catecismo.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CADASTRO POSITIVO

É um grande projeto e já deveria ter sido transformado em Lei no Brasil. É um incentivo ou um prêmio àqueles que cumprem com seus compromissos nos devidos prazos. Escrevo sobre este assunto tão em evidência no momento atual porque quando fui tesoureiro da Sociedade União Artística Gabrielense – SUAG – sob a presidência do João Daniel Hertel, maio de 1991 a dezembro de 1992 implantei-o naquela sociedade. No quadro mural relacionava o nome dos associados quites com a tesouraria. A surpresa foi geral e perguntavam o porquê da mudança, pois quase sempre relacionavam o nome dos inadimplentes. Explicava que era uma questão de racionalizar o trabalho, em vista da relação dos adimplentes ser muito menor do que a dos inadimplentes. Pensava e penso que precisamos divulgar os bons e punir com severidade os maus.
O João Daniel Hertel, na qualidade de presidente, capitaneou a reestruturação que fizemos na SUAG desde a portaria passando pela tesouraria, secretaria até os horários da prática dos jogos. E se a SUAG tem hoje seu estatuto reformado e registrado de conformidade com a lei agradeça à diretoria da gestão acima.
Creio que o cadastro positivo será uma maneira de recuperar os inadimplentes porque estes modificarão seus comportamentos relaxados diante das vantagens oferecidas aos participantes daquele cadastro.
É, sem sombra de dúvidas, um comportamento diametralmente oposto ao que se pratica hoje principalmente no campo das administrações públicas quando os maus pagadores é que são premiados com anistia fiscal e outras vantagens em desconsideração aos que atendem no prazo as suas obrigações. Essa idéia se transformada em lei tem tudo para dar certo e beneficiará grande parcela da população.
Está na hora dos veículos de comunicação divulgar os acontecimentos bons e pararem de encher as casas dos escravos principalmente da TV de notícias macabras que só trazem angústia, terror e dor. Os noticiários são pródigos em divulgar tragédias e crimes hediondos como se fossem apologistas do mal.
### A anarquia reinante é muitas vezes produto das administrações políticas que só pensam em ser simpáticas com a finalidade de manter o voto. O disciplinador é mal visto assim como quem fala a verdade e em vista disso quem está no poder não disciplina ninguém. A Prefeitura Municipal precisa disciplinar, através da aplicação de multas, os habitantes abusados, relaxados e irresponsáveis que teimam em colocar lixo em locais inadequados. Um exemplo é o que ocorre na Praça Independência do Bairro Menino Jesus. A Prefeitura fez um serviço de limpeza geral naquele local deixando-o aprazível e bonito, mas, lamentavelmente, certos habitantes preferem a praça como depósito de lixo do que local de confraternização, convivência e de boa qualidade de vida. É um desrespeito geral aos administradores públicos e aos demais habitantes que colaboram com a beleza do bairro.
### Quando acabou meu segundo mandato na Presidência da AMOBAMGE (1987) deixei um projeto pronto, elaborado pela Companhia de Habitação do RS, para construção de banheiro e vestiário públicos na Praça Independência. Não sei se ainda existe e se existe onde está. A cobrança do guarda é muito velha. Mas onde o mesmo fará suas necessidades? Onde se abrigará nos dias de chuva?
A maioria dos moradores nunca valorizou nossa sede social sob a alegação de que tinha o Caixeiral e o Comercial. A melhor sede das Associações de Moradores era a nossa e surpreendia aos visitantes pela sua organização. Apesar dos esforços de um reduzido grupo de moradores que a manteve por determinado tempo nunca sensibilizou a maioria e nossas festas eram sempre prestigiadas por pessoas de outros bairros e do centro da cidade.
Quem valoriza o que é dos outros acaba perdendo o que é seu.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

CONFLITOS TRIBUTÁRIOS

O sistema tributário brasileiro é autodeclaratório, ou seja, o próprio contribuinte deve apurar e declarar ao fisco seus tributos e contribuições. Tal sistema não foi implantado pela administração do Luiz Inácio, para muitos o responsável por todos os males do Brasil.
Os conflitos tributários acontecem porque o brasileiro, com raras exceções, com seu perfil individualista e desonesto sonega e ou minimiza valores em suas declarações com a finalidade de não recolher ou recolher pouco tributo apostando no relaxamento da fiscalização. Os exemplos são fartos, mas o clássico é a declaração do ITR – IMPOSTO TERRITORIAL RURAL e os preços vis pagos pelos governos em casos de desapropriações.
A lei 9.393, de 19 de dezembro de 1996 que dispõe do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural diz em seu artigo 22: ”O valor da terra nua para fins de depósito judicial, a que se refere o inciso I do artigo 6º da Lei Complementar nº. 76, de 6 de julho de 1993, na hipótese de desapropriação do imóvel rural de que trata o artigo 184 da Constituição, não poderá ser superior ao VTN (valor da terra nua) declarado, observado o disposto no artigo 14”. Parágrafo único: A desapropriação por valor inferior ao declarado não autorizará a redução do imposto a ser pago, nem a restituição de quaisquer importâncias já recolhidas.
O contribuinte para pagar pouco imposto sobre a propriedade rural decide por livre e espontânea vontade reduzir o valor da terra nua (VTN), porém quando os governos optam pela desapropriação da área logo vem a choradeira e as acusações de prejuízos aos proprietários rurais. E sem que cheguem a nenhum acordo as partes, quase sempre, vão decidir esse conflito na justiça.
Essas artimanhas são usadas por certos contribuintes nos mais variados tributos. Uns para pagarem menos imposto na declaração de ajuste que é feita a cada exercício fiscal criam dependentes fictícios ou mesmo despesas médicas inexistentes e quando flagrados nessas irregularidades clamam alto e a bom som contra a autoridade fiscalizadora quando deveriam assumir, envergonhados, suas responsabilidades. É triste, porém verdadeiro.

### Não assiste nenhuma razão ao senhor José Rudinei de Oliveira quando, em nota oficial da URCAMP, Campus São Gabriel, alerta, principalmente aos universitários, para que não se deixem conduzir por pessoas cujo interesse é denegrir a imagem da Instituição frente à sociedade gabrielense e, com isto, tumultuar o processo de construção de alternativas que possibilitem a continuidade do funcionamento de nossa Universidade. Ora, senhor Rudinei, se alguém denegriu a imagem da Urcamp foram determinados administradores que inclusive, segundo a imprensa noticiou, foram condenados pela Justiça devido a uma má gestão à frente da Universidade. A sociedade já está cansada de cobrir com seus tributos as falcatruas de pessoas inescrupulosas que usam as Instituições como meio para aumentar suas fortunas pessoais de maneira ilícita.
### A Governadora deveria convidar o Coffy para ser seu vice. Depois daquele relatoriozinho fajuto seria a dupla perfeita. Ou então ela que convide um dos chefes do Detran. O PP deveria apresentar o Flávio Vaz Neto. A governadora não quer um político que tenha trabalhado com ela? Eis o homem. Ou quem sabe o Lair Ferst? Ou o Antonio Dorneu Maciel? Afinal, não são da sua equipe?
### Sempre tive minhas restrições com o político Leonel Brizola, mas concordei com ele quando não recebeu o título honorífico outorgado pela Câmara de Vereadores de São Gabriel porque pensava que não havia motivo que o justificasse. Outros políticos deveriam seguir seu exemplo.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

terça-feira, 15 de junho de 2010

OS ESTÁDIOS

Estava lendo a respeito das reformas dos estádios privados a serem usados na Copa de 2014 e do aclamado “não uso do dinheiro público” e resolvi alertar sobre um fato interessante que significará a injeção de dinheiro público nesses estádios. Através do Projeto de Lei número 5.310, em tramitação na Câmara dos Deputados, pretende-se o seguinte: “art.1º.) Os investimentos, com recursos próprios realizados por entidade desportiva da modalidade futebol em obras de construção, modernização e reforma de seu estádio escolhido para sediar os jogos da copa do Mundo de Futebol do ano de 2014, organizada pela Federação de Futebol Associativo (Fifa) constituirão crédito fiscal que poderá ser usado na forma desta lei. No parágrafo 1º.: À opção da entidade desportiva, o crédito de que trata o caput poderá ser compensado com os débitos fiscais oriundos de quaisquer tributos e contribuições federais, vencidos e vincendos, em especial aqueles apurados na forma da Lei nº. 11.345, de 2006. Dessa forma, todo o valor investido pelos clubes nas reformas será compensado com a dívida dos mesmos com a União. Ou seja, além das isenções fiscais, tais clubes ainda terão perdoados milhões de reais de suas dívidas com a União. Por outros meios, estará se injetando dinheiro público na reforma de tais estádios. O principal beneficiário será o INTERNACIONAL já que dos estádios privados indicados para a copa é o clube que mais deve à União, cerca de R$ 120 milhões. São Paulo (Morumbi) e Atlético Paranaense (Arena da Baixada) praticamente não possuem dívidas. Dessa forma a reforma do Beira-Rio sairá de graça e os principais prejudicados serão os contribuintes que estarão bancando as isenções fiscais e a compensação das dívidas do Internacional. O interessante é que o projeto é de autoria do deputado Beto Albuquerque, conselheiro e assessor do Sport Clube Internacional. Temos de ficar de olho e protestar. (Renan Sandri do Prado, Florianópolis/SC – renan.ego@gmail.com) – Jornal do Comércio, edição de 14.06.2010.

A canalhice ataca em todas as frentes e o senhor Beto Albuquerque ainda quer ser Governador do Estado do Rio Grande do Sul. É melhor ele se candidatar a Presidente do seu Clube do coração. Usar do mandato de deputado federal para cobrir inadimplência de um clube de futebol com dinheiro público pode parecer safadeza.

A vadiagem da Copa deve trazer grandes vantagens ao Brasil haja vista a mobilização das ruas por esse evento. A simples realização da copa afasta em um toque de mágica todos os problemas que assolam a comunidade brasileira. Em caso de vitória surgirão novos heróis (mercenários) com um robusto prêmio de R$ 1 milhão no bolso acertado antes mesmo de entrarem no campo de jogo. Os homens de reputação duvidosa que comandam o futebol brasileiro (até mesmo os que derreteram a Jules Rimet) novamente desfilarão em carros de bombeiros e serão perdoados ou isentados da taxa alfandegária sobre o contrabando que trazem em suas bagagens. Tudo em nome do futebol. E nesse cenário de euforia provocado propositadamente pelos veículos de comunicação os corruptos e aproveitadores recheiam suas contas bancárias no mar tranqüilo que a vadiagem da copa proporciona.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

DA PODRIDÃO NO PARLAMENTO

Extraído do livro A ETICA DA MALANDRAGEM, de Lúcio Vaz.
A liberação de recursos do Orçamento da União para obras nos redutos eleitorais dos parlamentares sempre privilegiou os aliados do Executivo. Nos governos Sarney e Collor, a imprensa e a oposição acompanhavam essa partilha pelo que era publicado no Diário Oficial da União. Era um trabalho árduo, como procurar agulha num palheiro, mas compensava. Na gestão de Itamar, esse controle foi menos rigoroso. Afinal, quase todo mundo virou governo. Na era FHC surgiu o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), um sistema informatizado que registra os gastos do governo. Com a completa informatização da Consultoria de Orçamento da Câmara, passou a ser possível controlar a distribuição dos recursos federais entre os partidos e até mesmo individualmente para cada parlamentar.
Foi criada, então, a expressão “siafeiro” – assessores políticos e técnicos especializados no uso do Siaf como instrumento de investigação. Quando havia alguma votação importante jorravam liberações para os parlamentares do PSDB, PFL, PMDB e demais aliados do Palácio do Planalto. O pagamento da fatura passou a ser acompanhado na tela do computador, on line, pela oposição e pela imprensa. Quando o Executivo precisava barrar alguma CPI, mais verbas para impedir que dissidentes assinassem o pedido de investigação, ou para que retirassem suas assinaturas. Os petistas recebiam migalhas.
Mas boa parte das negociatas que ocorria nos palácios do governo era relatada pelos próprios parlamentares. Por ironia, para eles era interessante divulgar que haviam conseguido tantos milhões de reais para obras no Estado, mesmo que fosse em troca do seu voto na aprovação de alguma reforma constitucional.
Foi o que aconteceu na votação da reforma da Previdência, no governo FHC, em 1996. A bancada da Rondônia foi ao Palácio do Planalto no início do ano e prometeu votar na proposta do governo. Em troca receberia R$ 30 milhões (o equivalente a R$ 77 milhões hoje) para a conclusão da BR-364, a mais importante do Estado. Mas esses acordos não são documentados, não existem recibos para futura cobrança. E, em alguns casos, o pagamento não vem. Já era abril e nada do dinheiro. O Orçamento da União previa apenas R$ 4,5 milhões para a obra. O deputado Expedito Júnior (PPB-RO) foi um dos primeiros a reclamar publicamente, mas em nome da bancada.
__ Ou o governo vai cumprir, ou mudamos de posição. A decisão é unânime.
Telefonei para o deputado Confúcio Moura (PMDB-RO) que também havia trocado o seu voto pela estrada. Ele estava desolado, primeiro pelo conflito interno que enfrentava. Afinal, havia votado contra os interesses dos servidores públicos.
__ A gente fica num sofrimento interno muito grande por ter negado fogo na hora “h”__ comentou.
Acrescentou que esperava, pelo menos, o cumprimento do acordo pelo presidente Fernando Henrique. Perguntei, então, se seria ético trocar o voto por uma estrada. Mas ele se baseava numa ética muito própria, consolidada ao longo de décadas nas relações entre governos e suas bases parlamentares:
__ A gente fica na expectativa de que, até para fazer uma coisa que não é correta, tem de existir ética dos dois lados. É a chamada ética da malandragem.
Trocam-se os ocupantes dos palácios, mas a prática da safadeza permanece a mesma. Os que recebiam migalhas ontem são os afortunados de hoje. Ambos esquecem as posições de ontem, pois os beneficiados de ontem são os críticos de hoje e os críticos de ontem são os beneficiados de hoje.
A matéria transcrita acima prova, sem sombra de dúvidas, que a corrupção está instalada nos porões palacianos há muito tempo e que o atual governo segue o rastro dos demais. É tão corrupto quanto os que o antecederam.
É por essa razão que defendo a mudança de comportamento da sociedade.
Guardadas as proporções comenta-se que o Congresso é prato pequeno diante do que acontece na Colenda do município de Sempre os Mesmos. Algum dia surgirá um Presidente que abra a caixa preta. No momento toda a podridão é guardada a sete chaves.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A PRÁTICA POLÍTICA

Um dos males da sociedade brasileira é pensar que a prática política está reservada para quem detém, momentaneamente, um mandato eletivo seja no legislativo ou no executivo.
Os intelectuais, os bem sucedidos, os cidadãos que se pensam melhores do que os outros, perdoem a palavra, na sua santa ignorância costumam dizer que não se metem em política porque esta é podre, corrupta e que os políticos de uma maneira geral são falsos, mentirosos, inescrupulosos e outros adjetivos desqualificativos que jorram de sua verbosidade erudita.
É necessário dizer, embora muitos não gostem, que esses intelectuais seres superiores melhores do que os outros, doutores sem sê-lo, conseguiram uma formação acadêmica gratuita em universidade federal graças à interferência, em determinados casos, de políticos influentes. E se não conseguiram o ingresso alguns conseguiram transferências das universidades particulares que são pagas com recursos próprios para as federais que são pagas com os recursos de todos os contribuintes, recolhidos sob o nome de impostos, taxas e ou contribuições federais.
A prática política é uma exigência extensiva à sociedade em geral, pois é um comportamento necessário à solução dos conflitos e das desigualdades sociais.
Aqueles que criticam os políticos detentores de mandatos, com honrosas exceções, são os mesmos que financiaram suas campanhas eleitorais com a finalidade de elegê-los e transformá-los em embaixadores de seus interesses particulares. Há poucos dias um renomado empresário de atuação internacional em uma crítica feroz disse que precisava cuidar de suas empresas, de sua família e dos políticos senão estes desmanchariam o que ele faz com muita competência. Esqueceu de dizer o empresário que vendeu um bem imóvel de sua propriedade por determinado valor sendo uma parte PF (por fora) ou (CD) caixa dois com a finalidade de sonegar imposto.
Esquecem os intelectuais, os bem sucedidos, os cidadãos que se pensam melhores do que os outros que é a sua omissão, sua empáfia, mas principalmente seu individualismo que cria esse quadro de políticos aproveitadores que infestam os partidos políticos e acabam ditando as decisões porque se tornam maioria.
Os bons são maioria, porém ausentes, medrosos e submissos a uma minoria de audaciosos, atuantes e que através de práticas espúrias acabam dominando as instituições e tornando-as quase sua propriedade. Os exemplos são fartos.
Quando o quadro social de um clube se omite, não cumpre com suas obrigações ou as transfere para a diretoria está fadado ao desaparecimento. Privativo dos sócios quer dizer que aquela instituição é mantida, frequentada e administrada pelos próprios e suas dificuldades devem ser solucionadas pelos mesmos.
No momento em que a maioria que se pensa especial participar do processo acredito que serão varridos de todas as instituições os aproveitadores de plantão porque só assim se construirá uma sociedade mais organizada para os que virão. Pensem bem, a omissão não é pecado, não é descaso, mas um crime responsável por muitos males que poderiam ser evitados.
A prática política é uma obrigação de todos e não devemos deixá-la ser exclusividade dos aproveitadores porque é exatamente isso que eles querem. Olhem para os lados e verão muitos exemplos que comprovam o que escrevo. As nulidades são escolhidas porque os que as escolhem são muito piores do que elas.
Quando cada um entender que é uma parte do contexto e como tal se comportar haverá nova luz iluminando os caminhos que fatalmente nos conduzirão à evolução espiritual tão necessária ao desenvolvimento material. Para isso é imprescindível a participação dos bons. Fora disso piorará a degradação moral do universo.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

SENHOR TARSO GENRO, candidato a governador do RS pelo Partido dos Trabalhadores.

A ASSOCIAÇÃO DOS CONTABILISTAS DE SÃO GABRIEL - CNPJ. 89.925.408/0001-88, fundada em 20.04.1964 - inscrita no Cartório de Registro de Títulos e Documentos sob número 488 à folha 12 do Livro A-5, representada pelos técnicos contábeis CILON LOPES DE SIQUEIRA - CRCRS 35177, BERECI DA ROCHA MACEDO - CRCRS 15730 e contadora SANDRA MARA NEVES DOS SANTOS - CRCRS 44875, vem, respeitosamente, à sua presença considerar e sugerir o que segue:
CONSIDERANDO que quem não administra custos dificilmente obtém sucesso administrativo;
CONSIDERANDO que a administração política que impera no Brasil é mais voltada para os projetos dos grupos palacianos do que para um projeto desenvolvimentista para o país;
CONSIDERANDO que a Instrução é deficiente, que a saúde pública é um caos e que a falta de segurança gera pânico na coletividade;
CONSIDERANDO que os gastos públicos atingem um patamar exorbitante;
CONSIDERANDO que a orgia com os recursos públicos existentes no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas, nas Câmaras de Vereadores, nas ONGs que se dizem não governamentais, mas que se alimentam de recursos públicos e nas empresas estatais impedem maiores investimentos e forçam o aumento ou a criação de impostos;
SUGERE, conforme faculta o convite recebido do Diretório Municipal,que seja implantada no RS uma administração técnica que elimine, de vez, os vícios das administrações políticas e partidárias que tanto mal fazem à coletividade rio-grandense. São Gabriel (RS), 27 de maio de 2010.
Assinado. Cilon L. de Siqueira, Bereci da Rocha Macedo e Sandra Mara N. dos Santos.

### A solução para os casos URCAMP e ULBRA é o confisco dos bens do Ferrugem e do Becker. De que vale qualquer condenação se eles não devolverem os recursos desviados? Não há porque o dinheiro público cobrir prejuízos em empresas privadas que buscam o lucro. A máxima "quando ganho é só meu e quando perco todos pagam" não pode ser implantada como verdadeira. Não precisa cadeia, mas é necessário retomar o apropriado indevidamente. Esta seria a maior punição.
### Vocês conhecem o vereador pluripartidário? É aquele que foi eleito pelo partido ao qual está filiado, mas trabalha para outro ou outros. Dizem que alguns vereadores de São Gabriel criaram esse tipo. Partindo da Colenda tudo é possível.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.