O brasileiro é um tipo muito
estranho, pois insiste em inverter a ordem natural das coisas. Quer acertar a
macroeconomia, mas não dá a mínima para a micro; quer construir um grande país
de cima para baixo quando o certo é de baixo para cima.
Dia
26 do corrente mês encontrei o Senhor Osório Santana Figueiredo, pessoa que
muito aprecio e respeito, pois embora nossas divergências em determinados
posicionamentos nos identificamos em muitos outros.
E
só as pessoas que têm grandeza sabem viver harmonicamente na divergência.
Gostei
de vê-lo alegre, disposto e melhor de espírito do que muito garoto que aos
trinta anos parece já estar cansado ou desanimado. Isso foi pela manhã.
À
tarde, no meu escritório onde exerço minhas atividades sociais, lendo o livro
de autoria do Osório, nossa amizade permite que assim o chame, que leva o
título “COOPERATIVA RURAL GABRIELENSE LTDA - 50 ANOS NA HISTÓRIA”, editado em
1985, cheguei à conclusão de que o meu prezado conterrâneo deve à população
são-gabrielense um outro livro, o qual levaria o nome de “O OCASO DA
COOPERATIVA RURAL GABRIELENSE LTDA e do majestoso FRIGORÍFICO SANTA BRÍGIDA”.
Recomendo
aquela obra para muitos são-gabrielenses que conhecem o resto do mundo, sabem
de tudo, mas não conhecem sua terra e sua história.
Energia
e lucidez o Osório tem de sobra, só não sei se estaria disposto a tanto.
O
estranho na nossa cidade é que algumas coisas da maior importância e
propulsoras do desenvolvimento desaparecem como em um passe de mágica e ninguém
fica sabendo das razões da falência e nas mãos de quem ficou seu grande
patrimônio.
No
bojo desse livro poderia também ser comentado o desaparecimento ou a atual
posição de outras cooperativas, tais como: Cooperativa Mista Agro-Industrial
Gabrielense Ltda (Comaig); a Cooperativa Tritícola Ltda, a Colaga etc.
Nunca
foi requerida uma CPI. Estranho muito estranho.
Ou
quem sabe a Polícia Federal realiza uma operação Lava-Ducha para esclarecer
tudo isso?
Ninguém
sabe o que ocorreu com o Frigorífico Santa Brígida aqui sob os nossos narizes,
mas todos sabem o que aconteceu na longínqua Petrobrás. Não é curioso?
O
Frigorífico Santa Brígida foi uma das maiores senão a maior obra já realizada
neste município e só por essa razão o seu desaparecimento ou a sua
transferência para outras mãos não poderia acontecer da maneira como aconteceu.
Quem sabe? E os responsáveis? A história desta terra precisa de uma página para
que todos saibam quais foram os responsáveis por tamanha tragédia. O silêncio é
deveras comprometedor.
Será
que o Luiz Inácio e o seu grupo andavam por estas coxilhas já naquela época?
São
Gabriel já foi Atenas Rio-grandense; a cidade da mesmice e hoje é a cidade dos
absurdos, tais como: O acesso ao Parque
Assis Brasil; a interrupção da Rua João Manoel para estacionamento particular
de veículos à frente do 6º BE; o depósito de material de construção (areia,
tijolo, balastro, brita, etc.) a céu aberto, da CONSTRULAR, em uma zona
residencial na entrada para o Bairro Menino Jesus; o depósito de lixo na Praça
Independência do Bairro Menino Jesus e tantos outros que justificam a qualidade,
o capricho e o alto grau de civilidade do povo brasileiro. Aguenta São
Gabriel, aguenta Rio Grande do Sul, aguenta Brasil.
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