quarta-feira, 11 de março de 2015

A POLÍTICA E OS ELEITOS


 

 

         Não gosto de falar em mim e nem de mim, mas na derrocada de valores que todos presenciam no momento e quando existe um clamor popular por ética, moral, honestidade e decência hoje, quando acordei, talvez porque lembrei do Darci e da Jacy, nossos pais e por ser aniversário do João Manoel, me fiz a seguinte pergunta: Sou político, sempre me comportei dentro das regras da civilidade para com todos, profissionalmente tenho bom nome, sou guarda de valores desde a mocidade, nunca lesei ninguém, trabalhei gratuitamente nos clubes sociais da cidade, fui presidente da Associação dos Contabilistas de São Gabriel, sempre participei de Partidos Políticos e com eles colaborei, sou cuidadoso com meus compromissos (o que deveria ser obrigação de todos), me preparei com esmero para servir minha comunidade, nunca corrompi ninguém e muito menos permiti que me corrompessem, tudo que fiz foi bem feito, sou bastante conhecido, enfim tenho credibilidade porque conquistei essa credibilidade através do meu comportamento, fui candidato a vereador em quatro (4) oportunidades e a deputado federal em uma (1) e porque os eleitores nunca me elegeram?

            Se meus caros leitores não sabem, eu sei. Por ser independente e ter a pretensão de ser escolhido pelos eleitores e em nenhum momento na qualidade de candidato escolhê-los. Porque sempre pensei em um projeto para minha cidade e nunca ter colocado meus interesses à frente dos do povo.

            Fui recusado nas diversas oportunidades porque estudei, me preparei para ser o legislador que sempre faltou na cidade; fui recusado porque nunca tive coragem de invadir a privacidade dos eleitores nas suas residências, exceto quando convidado; fui recusado porque em uma das oportunidades na qual fui candidato defendi o mandato gratuito nas cidades onde as reuniões das câmaras municipais se realizam à noite; fui recusado porque sempre que fui procurado me recusei a aliciar eleitor; e, finalmente fui recusado porque seria um fiscal ferrenho e permanente dos atos do Poder Executivo. A sociedade me recusou. Decisão que respeito. Ela perdeu, acreditem.

            Um fato por demais curioso: O eleitor exige bons políticos e porque escolhe os maus?

            Um Presidente do Brasil foi morto pela corrupção em 1954; outro foi impedido pela mesma corrupção em 1992; ditadura civil não adiantou; ditadura militar não adiantou e tantas outras medidas no campo administrativo se mostraram infrutíferas. Não perceberam que as razões dos nossos fracassos estão em nós mesmos? E penso isso há muito tempo, senão vejamos.

            Este é o trecho de uma correspondência que escrevi em 1987, ao Deputado Federal ALISSON PAULINELLI: Sou um pouco descrente quanto à recuperação deste povo porque ele não se administra e não se administrando se torna inadministrável. Povo inculto é povo escravo. Creio que os maiores administradores do mundo, se transferidos para o Brasil, fracassariam rotundamente ante a inconsequência do brasileiro.

            Então? Protestem, chorem, batam cabeça, troquem Presidente, troquem a imprensa, troquem Governador, troquem Prefeito, pois enquanto a sociedade como um todo não mudar seu comportamento permaneceremos por dois mil (2000) anos no atraso e na escuridão que produz.

            Quero dizer aos amantes da modernidade que o nome do nosso Município é SÃO GABRIEL e não SANGA BRIEL como muitos estão pronunciando. Aprendam enquanto estou vivo.

           

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