quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A VITORIA DA OPOSIÇÃO NO RS.


 

 

         Era prevista, pois desde a implantação do instrumento da reeleição os eleitores do RS não costumam reeleger para o Executivo. Creio que Ana Amélia x José Sartori em um suposto segundo (2º) turno seria um confronto mais disputado. Com Ana ou com Sartori era sabido que o Tarso perderia, uma vez que teria contra si a união de todos os demais. Foi o que aconteceu. Aplausos ao vencedor.

         Na minha ótica não foi o amor ao Sartori que lhe deu mais de sessenta (60%) por cento da preferência dos eleitores gaúchos, mas sim o ódio ao Tarso e à sua coligação.

         Afirmo isso porque acredito que o sonegador continuará sonegando; que o abigeatário não deixará de suas atividades; que muitos motoristas continuarão a dirigir embriagados; que os caloteiros continuarão a não honrar seus compromissos; que alguns empresários continuarão com caixa dois; que os relaxados continuarão entupindo o Riacho Dilúvio de lixo, etc.

         O que poderá ser diferente, como já foi outrora, é o comportamento dos veículos de comunicação na cobertura dos feitos governamentais porque o governador eleito tem a sua simpatia. Isso já não é novidade.

         Seria muito bom se toda a sociedade gaúcha eleitora ou não do Sartori mudasse seu comportamento e colaborasse efetivamente na construção de um novo pensamento que contribuísse com a evolução do Rio Grande do Sul.

         As mudanças jamais se efetivarão sem a contribuição maciça do povo.

         O novo governador é de todos os gaúchos e não só dos que votaram nele.

         Sou cético quanto a essa participação, haja vista a abstenção considerável neste pleito. São os omissos, são aqueles que nada fazem, mas que exigem que os outros resolvam seus problemas.

 

         ### Preconceito puro e estúpido foi traduzido em muitas manifestações contra o povo nordestino pela razão de ter votado pela reeleição da Presidente. Preconceito contra os nordestinos, porque não extravasaram raiva e ódio contra os mineiros e contra os cariocas que também contribuíram com a reeleição da Presidente. A maior surpresa da eleição ficou por conta de Minas Gerais, a grande responsável pela derrota do Aécio. Qual a razão? Um dia se saberá.

        

        

        

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A BOA GESTÃO


 


São Gabriel (RS), 29 de janeiro de 1987.

        

À

SEGURADORA BRADESCO S/A.

Santa Maria – Rs.

 

 

 

Apreciados Senhores

 

 

 

                   Valemo-nos desta para solicitar o cancelamento com a respectiva devolução proporcional do prêmio da apólice de nº. 202299239 e emissão dessa Seguradora, pois a mesma estava vinculada à Nota de Crédito Rural nº. 86.00141 – Banco Brasileiro de Descontos S/A, do valor de Cz$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzados), vencida e liquidada em 15/12/1986, ou seja, no vencimento.

                   Nossa decisão se fundamenta no fato de tal apólice de seguro ter sido emitida em garantia do financiamento acima, o qual uma vez liquidado na data ajustada (15.12.86) torna desnecessária uma cobertura de seguro até o dia 20/10/87, ou seja, dez (10) meses além da duração da responsabilidade da Cooperativa de Lã Tejupá Ltda perante o Banco.

                   Outrossim, informamos que assim procedemos porque é nossa obrigação defender intransigentemente os interesses de nossa organização, não devendo repassar aos cooperados um ônus sem justificativa.

                   Certos da sua compreensão apresentamos protestos de consideração e estima.

                                                                  Respeitosamente

                                                            Bereci da Rocha Macedo

                                                                TC/CRC-RS 15.730

 

ANEXOS. – Avisos de Lançamentos de débito em conta: da liquidação do contrato e pagamento do prêmio da apólice.

 

                                                                 

                  

                  

 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

NEM TODOS SÃO OTÁRIOS


 

 

            Ou interesseiros. Leio jornais, acompanho, dentro do possível, a política nos níveis municipal, estadual e nacional e percebo que muitas pessoas são tão idiotas ao se manifestarem que pensam enganar todos os leitores, ou pior pensam que todos são otários, analfabetos ou senis. E isso me ofende.

            Estamos próximos do 2º turno das eleições gerais e como não poderia ser diferente, vozes se levantam dizendo que representam a mudança. Mas mudança de quê? De quadrilha? Talvez.

            Ao nível nacional não tem como haver mudança, pois os dois modelos que disputam o poder central são suficientemente conhecidos. Poderá haver alternância, pois, se supõe, se sair uma quadrilha poderá entrar a outra, mas isso não é mudança.

            O conflitante nisso tudo é que certos líderes que pregam mudanças nos governos estadual e federal estão acomodados faz muito tempo nas suas respectivas instituições e nem o corpo de bombeiros os tira de lá. Gente, nem o maior guindaste do 6º. BE seria capaz de arrancá-los. Colocaram um adesivo na cadeira da Presidência que é impossível levantarem sem que a mesma lhe saia grudada no traseiro.

            São os mesmos aproveitadores que se intitulam os defensores da alternância no poder.

            Alternância ou mudança para os outros, mas para si a perpetuação no poder.

            Respeitem seus leitores, pois entre eles existe gente que pensa e sabe ler nas entrelinhas.

            Mudanças quando o Poder Executivo e o Comando do 6º. BE anarquizam uma via pública da cidade criando o caos no trânsito e prejudicando a maioria?

            Um caso em evidência é a mudança ocorrida no município de São Gabriel, cujos responsáveis por ela dentro de pouco tempo estavam chamando seus apoiados de quadrilheiros. O atual Prefeito foi escolhido, legitimamente e, portanto merece respeito dos que o apoiaram e dos que não o apoiaram, pois vivemos num processo de maioria e quer queiram ou não ele é o Prefeito de todos. Onde estão os responsáveis pela eleição do atual Prefeito? Criticando-o ferozmente?

            Acreditar em quem? Em quem já foi e quer voltar? Mudança se faz com idéias novas e comportamentos novos e não com figuras ultrapassadas que desconhecem os princípios técnicos e científicos da boa administração.

            A verdadeira mudança só acontecerá quando o povo se conscientizar que é ele que deve patrociná-la. Fora disso poderá haver mudanças de pessoas no poder, mas com seus projetos pessoais que atendam aos seus interesses e aos de seus financiadores.

            Querem mudança conduzindo para o congresso nacional e as assembléias legislativas comunicadores, jogadores de futebol, atletas, pastores, artistas de televisão ou de rádio e todo o tipo de candidato sem qualquer compromisso com a dignidade, a família e o Brasil?

            Mudança se faz com a redução do número de deputados da Câmara Federal, de Senadores, de Deputados Estaduais, de Vereadores, com a extinção da pensão vitalícia para governadores, com a transformação do Congresso Nacional de bicameral para unicameral, etc.

            Mudança seria a troca desse mal cheiroso presidencialismo pelo parlamentarismo, um sistema de governo mais responsável.

            Assisto debates, ouço bobagens dos ditos líderes da cidade, mas convivo com isso porque meu compromisso é com a verdade. Minha trincheira é de um homem só, porém forte o suficiente para combater os abutres que se lançam contra meu povo. Cuidado, eles são os mesmos de sempre.

 

           

           

 

             

           

 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 1959


 

 

RESULTADO

 

PARA PREFEITO

 

Nome do candidato
Partido
Número de votos
José Sampaio Marques Luz
PTB
4.472
Bernardo Fernandes  Barbosa
UDN
4.161

 

 

PARA VICE-PREFEITO

 

Nome do candidato
Partido
Número de votos
Gastão Álvaro Pereira dos Santos
UDN
4.236
Telmo Borba Menezes
PTB
4.220

 

 

VEREADORES ELEITOS

 

Nome do candidato
Partido
Número de votos
Oswaldo Passos Dutra
PTB
799
Gil Vileroy
PTB
563
Ramiro da Silva Meneghello
PTB
526
Hercílio Caon
PTB
372
Antonio Rodrigues Pereira
PTB
371
Carlos Silva Leite
PTB
253
Décio Paulo Petrarca Brasil
PTB
243
Inocêncio Cunha Gonçalves
P.L.
1.237
Amarilio Cunha Teixeira
P.L.
234
Inocêncio Cocio
P.L.
222
Walter Brites Neves
P.L.
214
Aymoré Gauri de Bem
PSD
425
Milton Teixeira
PSD
300

 

Observem o perfil dos vereadores eleitos naquela época. O padrão era outro. Sabem por quê? O mandato era gratuito. Os eleitos serviam a comunidade. Na atualidade os eleitos se servem da comunidade, pois a vereança remunerada se transformou em investimento muito rentável. Naquela época (1959) a Câmara Municipal com treze (13) vereadores tinha dois (2) assessores; hoje com quinze (15), se supõe, tem mais de cinquenta. Por isso que a chamam de gaiola dourada.

           

 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

AINDA O CIRCO


 

 

(Tribuna do Povo, 05 de novembro de 1993)         

             Leio no Tribuna do Povo, edição de 20/10/1993, artigo escrito pelo jornalista, Nilo Dias, “O Circo”, onde o mesmo aborda proposição do vereador, Antonio Devair Moreira, “Beka”, de que os circos aqui instalados, embora temporariamente, promovam uma sessão gratuita à população. Impossível. Sendo de graça destruiriam o circo, seria uma tragédia.

            Penso que está na hora dos vereadores se preocuparem com coisas mais sérias. Por exemplo: funcionários municipais que não trabalham; funcionários municipais que estão prestando trabalho em empresas particulares; melhor fiscalização sobre gastos exorbitantes do senhor prefeito (gastos com publicidade), etc.etc. Os vereadores (alguns) gostam muito de coisas gratuitas.

Os empresários do transporte coletivo têm de fornecer passagens de graça; aos aposentados querem isenção do IPTU; querem que São Leopoldo e Novo Hamburgo municípios que produzem, dêem retorno de ICMS para São Gabriel que nada produz por suas administrações incompetentes; querem que os circos promovam sessões gratuitas, etc. E os senhores vereadores trabalham de graça? Os outros têm que dar, os senhores vereadores só recebem. Seria ótimo se os vereadores trabalhassem um (1) mês, somente um (1) mês, gratuitamente para a comunidade.

            Acredito que um vereador ganha pouco em São Gabriel, pois ele emprega todo o seu talento e sua criatividade em um trabalho durante as 24 horas do dia.

            A angustia de esperar o fim do mês absorve tanto nossos edis que eles esquecem de legislar e de fiscalizar o Executivo. Ao cabo de cada trinta (30) dias vão ao Banco conferir o mísero salário, mais ou menos CR$ 200.000,00 (duzentos mil cruzeiros reais). Constatado o depósito, sorriem.

            Tenho consciência de que não sou a pessoa indicada para comentar a remuneração dos vereadores (deveriam receber o dobro), pois, afinal, na última eleição que concorri à câmara municipal (1988) defendi o mandato gratuito e recebi, tão somente, qualificados 78 votos.

            A manchete do momento ou eterna, “corrupção”. Quando fui candidato a deputado federal (1990) em entrevista ao Jornal O Imparcial, nesse tempo ainda me entrevistavam, afirmei que a corrupção no Brasil é um problema social e não policial. As manchetes do momento compravam essa máxima. Ser corrupto é ter status. A maioria por ser corruptora elege os corruptos e depois, descaradamente, exige seriedade.

            Aposto que todos os envolvidos em escândalos se conseguirem ser candidatos serão reeleitos. Os exemplos abundam: O nosso governador foi inocentado no famoso episódio dos terrenos da Prefeitura de Porto Alegre pelo voto do companheiro Romildo Bolzan (voto de minerva), então presidente do TCE. Após isso foi eleito folgadamente.

            Na nossa Apenas Gabrielense foi eleito o candidato cujas contas do primeiro mandato estão, até o presente momento, sob judice.

            Portanto...

            Nada a reclamar.

            Todos têm o direito de escolher seus candidatos, administradores, etc. Só espero que batam no peito e reconheçam: temos um país anarquizado porque gostamos da anarquia.

            O resto é conversa para enganar otário.

            Já estou com nojo (esta é a palavra apropriada) de ouvir todos os dias a expressão: queremos austeridade. Mas em quem votas? No corrupto que me ajuda.

            Esta é a dura realidade.

 

            ### Era assim em 1993 e se mudou foi para pior, pois o resultado soberano das urnas em 2014 comprova que a maioria do eleitorado joga seu voto na sarjeta e continua reclamando da qualidade dos eleitos. Ou não?

           

 

             

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

QUANDO SE QUER, SE FAZ.


 

 

São Gabriel (RS), 06 de novembro de 1986. – Ao Senhor LUIZ FERNANDO MACHADO  DE ABREU – MD. Presidente da Cooperativa de Lã Tejupá Ltda. – São Gabriel – RS.  – Apreciado Senhor.

            Após o encerramento do exercício, outubro/85-setembro/86, acredito ser o momento ideal para algumas considerações sobre o mesmo recém encerrado e, principalmente, analisar o trabalho desenvolvido durante o período abril-outubro/86 sob minha responsabilidade.

            CONTABILIDADE – A Cooperativa dispõe hoje de uma escrituração contábil clara, precisa e rigorosamente em dia, o que auxilia a administração com muita eficácia.

            BALANÇO GERAL – Dia 15 de outubro já estava praticamente conciliado e concluído, prova disso é o trabalho de apenas três (3) dias desenvolvido pela NARDON, NASI & CIA – Auditores Independentes. Os valores não atualizados do balanço se referem ao Imobilizado conforme comunicação por escrito à Diretoria.

            O exercício ora encerrado suportou todos os ajustes necessários para que a contabilidade  demonstre com a frieza dos número a real situação da Cooperativa de Lã Tejupá Ltda.

            O inventário do estoque em 30.09.86 comprovou a existência daquele montante na Loja Veterinária.

            Acredite Senhor Presidente, que para chegarmos a tal situação foi preciso atitudes enérgicas de minha parte, como organizador, com isso adquirindo resistências, incompreensões e muita antipatia por parte de colegas, o que não me surpreende porque as funções que exerço são deveras antipáticas. Não cheguei aqui para disputar simpatias, mas sim para colocar em ordem o funcionamento desta empresa;

            As indiferenças e antipatias são na realidade os maiores testemunhos da afirmação do meu trabalho;

            Creia Senhor Presidente, que tendo em vista o momento de transição porque parece passar esta sociedade, este é o ideal para o início de uma NOVA CAMINHADA;

            Creia Senhor Presidente, sempre lhe fui leal, lhe fui autêntico e principalmente lhe fui transparente;

            Creia Senhor Presidente, que são os desafios e as dificuldades as fontes de onde extraio a força necessária para enfrentar os duros e hipócritas entraves de cada dia e a transpor com dignidade, um a um, os obstáculos que se colocam à minha frente;

            Creia Senhor Presidente, que o trabalho de saneamento desta empresa está iniciado, precisando ser mantido e ampliado com uma urgente REFORMA ADMINISTRATIVA;

            Senhor Presidente, não creio em Cooperativa sem Cooperado, por isso aconselho um congraçamento maior entre todos os elementos vivos que compõem esta Organização para ela seja pujante e efetivamente cumpra com as finalidades do cooperativismo;

            Senhor Presidente, apesar do pouco tempo que trabalhamos juntos aprendi a considera-lo, não tanto como superior hierárquico, mas sim pelos seus grandes dotes de humanidade. Acredite, foi uma satisfação;

            Cabe ainda, Senhor Presidente, consignar um voto de louvor a todos quantos entenderam e respeitaram minha posição nesta firma; a eles meus aplausos, meus agradecimentos e meu respeito por todos, porque não conheço General sem soldados; o mérito é da equipe.

            Aos que não me entenderam, desculpo sua pobreza de espírito porque esses coitados jamais irão além das fronteiras de suas próprias sombras.

            Sinceramente, caro Presidente, a experiência foi válida, o primeiro combate foi ganho, e os outros?

            A parte funcional está respondendo satisfatoriamente à NOVA ORDEM de reerguer o Cooperativismo, faltando somente para coroar tudo isso uma reciclagem administrativa que se não for com o prezado Presidente, forçosamente e imperiosamente terá de ser com seu sucessor, seja ele quem for.

            Entre as incertezas que povoam minha mente e dia a dia me acompanham, UMA CERTEZA aparece cristalina: O homem precisa ter grandeza em vida para conquistar a ETERNIDADE na morte.

            Acreditando ter respondido afirmativamente a confiança em mim depositada, agradeço sobremaneira a atenção e o respeito com os quais sempre fui distinguido e quem sabe não seja isso o início de uma grande amizade. Sucesso Senhor Presidente. Respeitosamente – Bereci da Rocha Macedo     

            Recebi em 07.11.86 – Luiz Fernando Machado de Abreu.

   

           

           

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

DOS MEUS ARQUIVOS


 

 

          São Gabriel (RS), 09 de janeiro de 1987. À Direção da Federação das Cooperativas de Lã do RS - FECOLÃ – Galeria Di Primio Beck – PORTO ALEGRE – RS – Apreciados Senhores.

         Embora esteja trabalhando poucos meses numa organização cooperativista, imediatamente notei o despreparo dos administradores de tão importante setor dedicado à produção primária e ao homem rural.

         Falta inteligência, dinamismo e agilidade no setor;

         Falta orientação, entrosamento e educação na maioria daqueles que têm sob sua responsabilidade dirigir tão nobre segmento da vida nacional;

         Não há consciência quanto à finalidade do cooperativismo e nem o mínimo interesse no chamamento daqueles que compõem o grupo “Cooperado” para uma convivência sadia e operosa;

         Não há, na maioria das vezes, o entendimento necessário da importância do ASSESSORAMENTO CONTÁBIL, o que prejudica sobremaneira o trabalho dos profissionais da área.

         Pelo exposto, dentro das minhas limitações, proponho que essa Federação realize seminários de ORIENTAÇÃO PARA ADMINISTRADORES DE COOPERATIVAS DE LÃ E SOBRE A REAL IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE porque depende dessa harmonia a afirmação do cooperativismo gaúcho tão desacreditado nos últimos tempos (pelo menos nesta zona).

         Acredito firmemente na viabilidade deste país, mas para que isso aconteça precisamos TRABALHAR, TRABALHAR E TRABALHAR.

         Na conscientização de todos tenho a certeza da nossa pujança, afastando assim a eterna crise que impera no Brasil.

         TRABALHO, AUSTERIDADE E SERIEDADE, esta receita, praticada de norte a sul, por certo salvará nosso País.

         Essa Federação tem todos os instrumentos para iniciar a campanha de salvação nacional, basta querer.

         Acreditando cada vez mais que o SADIO COOPERATIVISMO é a grande solução para o setor primário, apresento protestos de consideração e estima. Respeitosamente. Bereci da Rocha Macedo – TC/CRCRS. 15730-Cooperativa de Lã Tejupá de São Gabriel-RS

 

         ### Uns tomam uísque com gelo, outros com água mineral e alguns tomam puro. Ultimamente tomo uísque com buscopan para aliviar a dor nos rins, se é que ainda os tenho. Se alguns especialistas na área da saúde sentissem a dor dos seus pacientes talvez respeitassem o horário agendado. Pelo menos eu não vou a consultório médico assistir televisão. (2014)

 

 

 

ENTREVISTA COM ALMIR P. PINTO (última parte)


 

 

 

            U. I. – Qual a consequência prática dessa insegurança jurídica?

PAZZIANOTTO – Estou preocupado com isso em virtude da globalização. O Brasil hoje enfrenta um problema seriíssimo de concorrência. Não posso analisar o direito desligado da realidade econômica. O exemplo mais evidente é a China. Diante da incapacidade que o Brasil tem de concorrer com a China, diz “lá o trabalho é escravo”, “lá o salário é baixo”, “lá o governo é autoritário”. O que nós devemos ter em mente é que nós não vamos conseguir  mudar a China. Nós podemos mudar o Brasil. Nem os EUA conseguiriam mudar a China, tanto que eles estão buscando estabelecer um modus vivendi com eles.

O Brasil mandou recentemente 300 empresários para lá junto com a presidente Dilma. Eles foram ensinar a China ou aprender com a China? Creio que nós temos mais a aprender do que a ensinar. Não significa apanhar a realidade da China e transpor para o Brasil, mas nós precisamos entender que não conseguiremos afastar a China do mercado e que o consumidor não compra por patriotismo, ele compra movido pela necessidade ou pelo desejo e vai buscar sempre o que lhe for mais acessível e de melhor qualidade.

O custo mais elevado em qualquer processo produtivo é o da mão de obra. O que espero é que se aumente o nível de segurança jurídica, sobretudo em função do pequeno empresário, que é o responsável por uma quantidade gigantesca de empregos.

As grandes empresas, com mais de 1.000 empregados, representam 0,05% do total. O que realmente movimenta a economia é esse pequeno empreendedor, que está sujeito aos rigores da lei da mesma forma que uma grande multinacional. Daí porque a taxa de mortalidade infantil dessas pequenas empresas é elevadíssima. Porque o sujeito não consegue arcar com os custos e arcar com essa insegurança.

U. I. – Um grande fator de críticas à Justiça do Trabalho é quanto ao seu protecionismo, porque ela parte do pressuposto de que o trabalhador é parte mais frágil da relação de trabalho. Qual sua opinião a respeito?

PAZZIANOTTONão é ela quem diz, é a lei. A lei se baseia no princípio falso de que todo trabalhador é um relativamente incapaz. O sujeito pode ser um gênio, mas, se tiver carteira assinada, para os efeitos da lei ele é relativamente incapaz. Exemplo: um grande jornalista se cansa de trabalhar no jornal e monta uma assessoria de imprensa. Mas para ele prestar serviço, precisa emitir nota fiscal. Ele se estabelece como empresário do setor de comunicações, cria uma empresa e passa a emitir nota fiscal. Essa figura é prevista pelo Código Civil, o famoso PJ. Mas diante do direito do trabalho o PJ é um infrator. Um médico que seja PJ é um infrator, um advogado é um infrator, um jornalista é um infrator. Mas é uma infração pela qual quem será acusada é a vítima, que é o tomador do serviço, que pagou tudo quanto foi combinado, mas continua sujeito a sofrer um processo em que se pedirá relação de emprego. E a Justiça vai conceder, porque ele é relativamente incapaz, um hipossuficiente que não sabia o que estava fazendo, por muito dinheiro que houvesse ganho como PJ.

É mais ou menos o que se passa com a terceirização. É uma prática habitual, o governo pratica a terceirização, mas o Ministério do Trabalho não aceita e a Justiça do Trabalho condena.

 

            Acredito que a transcrição dessa longa entrevista com o senhor Almir Pazzianotto Pinto foi suficiente para os leitores tomarem conhecimento porque na prática se diz que a Justiça do Trabalho é um dos fatores que aumenta o desemprego.

            A legislação atrasada, paternalista e injusta expõe os empreendedores à total insegurança jurídica nas relações com os trabalhadores, fazendo, muitas vezes, com que sejam penalizados por mais corretos que tenham sido no cumprimento de suas obrigações trabalhistas.

            E é com sobradas razões que se diz também que o exercício do direito trabalhista por muitos advogados é uma fonte de riqueza inesgotável.

            Por incrível que pareça o autor dessa entrevista nada mais é do que o advogado trabalhista, ex-Ministro do Trabalho e Ministro do TST. Merece, pois, uma atenção especial.

            A responsável por todo esse atraso na nossa legislação é a maioria dos eleitores que vota em qualquer candidato, menos nos realmente capazes de legislar.