quarta-feira, 2 de julho de 2014

CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS


 

 

            Está chegando ao fim o prazo para suas realizações conforme determina o calendário eleitoral. E o que se constata não é o agrupamento de partidos com o mesmo perfil ideológico, mas sim uma mistura de nomes que mais atende aos interesses das cúpulas e das minorias dominantes.

            Em todas as Convenções Partidárias imperam os discursos vazios, corriqueiros e sem nenhum indício de que este ou aquele candidato terá condições de realmente mudar o cenário de um Estado ou do País, pois efetivamente eles não falam para o povo, mas na realidade ele quer realizar sua vaidade pessoal.

            Todos falam contra a corrupção, mas todos têm na composição de suas chapas concorrentes corruptos ou defensores dos “seus” corruptos.

            A dificuldade de votar é muito grande devido às contradições existentes dentro de um mesmo Partido Político nas eleições estaduais e nacionais. Por exemplo: O Partido Progressista, ao qual sou filiado, diz na convenção estadual que é contra a corrupção, mas está coligado com o PSDB aqui e o apóia para a presidência da República, enquanto que o diretório nacional apóia o PT que em matéria de corrupção disputa a hegemonia com o mesmo PSDB. Este comportamento não é privilégio só do meu Partido, mas uso o PP como exemplo porque primeiro tenho de olhar para a minha casa e não para a dos outros, ainda que eles também pratiquem o mesmo erro.

            Em questões partidárias não cultivo o menor respeito pela senhora Ana Amélia Lemos, pois na qualidade de detentora de um mandato de Senadora do PP não se dignou respeitar as orientações do seu partido nas eleições municipais de Porto Alegre (2012), e por essa razão me considero liberado da fidelidade partidária. Sou livre atirador.

            O PT já administra o País há quase 12 anos e para não criar raízes que poderão trazer prejuízos em um futuro bem próximo o ideal seria a alternância. Mas com quem? Quando a maior credencial dos outros candidatos é ser neto de A ou B a coisa fica complicada. Além de netos nenhum merece confiança quando se dizem representantes das mudanças, pois um é defensor do modelo FHC (Aécio Neves) e o outro (Eduardo Campos) até o ano passado de 2013 era apoiador, de carteirinha, do PT.

            E o povo? Este que deveria ser o protagonista das mudanças não as quer porque uma grande parcela teria de abrir mão de privilégios e, além disso, não participa de coisa séria, pois a disciplina e a participação naquilo que beneficiam a coletividade são nulas. O perfil individualista e egoísta do brasileiro que quer tudo para si, salvo exceções, é o que dificulta a promoção de mudanças no país.

            E o que esperar dos eleitores? Absolutamente nada, pois a grande maioria vota nos mesmos políticos desqualificados de sempre, simplesmente para reclamar nos bares e nas esquinas da qualidade dos eleitos.

            A eleição se assemelha ao espelho, pois o eleitor escolhe o candidato no qual ele enxerga a própria imagem.

            As dificuldades de votar estão ligadas diretamente à falta de vontade dos partidos políticos em representar a maioria, mas sim de assumir o poder para beneficiar suas minorias e os seus financiadores.

            E sem um povo consciente, sério e forte jamais teremos políticos conscientes, sérios e fortes porque estes são produtos da vontade da maioria.


           

             

           

 

           

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