quarta-feira, 23 de julho de 2014

OS POLITICOS QUE A SOCIEDADE CRIA


 

 

            Mais uma eleição que se avizinha. A maioria dos candidatos já está com sua publicidade nas ruas. Mas o eleitor que tanto cobra político, sério, competente e honesto, está preparado ou se preparando para uma boa escolha? Eis a questão.

            A grande mídia comenta quase todos os dias que a sociedade está cansada dos maus políticos. Penso que não, pois se fosse verdadeira a afirmativa a cada eleição aumentaria a responsabilidade dos eleitos. O José Roberto Arruda, segundo foi noticiado, esteve preso, foi flagrado recebendo dinheiro mal havido, mas mesmo assim é o líder nas pesquisas para ser eleito governador do Distrito Federal. Será que são falsas as acusações contra ele? Quem lhe dá essa preferência? São os extraterrestres?

            Temos políticos ruins porque a maioria escolhe os ruins.

            Onde está a responsabilidade do eleitor?

            Um vereador ruim jamais será um deputado bom. Lembrem disso quando votarem. A carência de verdadeiros líderes é consequência do comportamento da sociedade que virou as costas para a convivência humana; que agride da mais variada forma o direito dos outros; que aposta no egoísmo e na individualidade para a completa realização dos seus objetivos e que se deixou dominar pelo consumismo.

            Cada candidato tem seu projeto pessoal e usa a coletividade para sua realização. Procura se servir da coletividade quando o ideal de todo líder é se doar para a comunidade. Quem precisa analisar tudo isso é o eleitor, pois ele tem a maior responsabilidade de uma boa escolha que sirva a todos e não somente a ele.

            Sempre recebo bem os candidatos e seus cabos eleitorais, mas nenhum escapa da seguinte pergunta: O (a) senhor (a) está aqui pelo meu ou pelo seu interesse? Porque nunca tive o prazer de receber sua visita noutra ocasião?

            Será que qualquer vereador de São Gabriel que nunca deu atenção ao desenvolvimento do Município modificará seu comportamento se eleito deputado? Duvido. A sociedade, representada pelos eleitores, cria péssimos políticos porque ela vende mandatos. Nem sempre a moeda de compra é dinheiro. Essa moeda pode ser uma carona, uma promessa de emprego, um jogo de camiseta para time de futebol, uma bola, uma promessa de bolsa de estudo, mas nunca um projeto para a cidade que beneficie a todos indistintamente.

            Conheço muito bem minha sociedade, pois fui candidato diversas vezes e em todas fiz poucos votos porque não corrompi ninguém e muito menos permiti que me corrompessem. Há poucos dias uma leitora deste espaço me perguntou, diante de certas críticas que fiz à Câmara Municipal, se não gostaria de ter sido vereador: Respondi logo. Óbvio que sim minha senhora caso contrário não teria me candidatado. Mas gostaria de ter sido o escolhido pelos eleitores e não eu escolhê-los. Fui recusado pelas minhas virtudes. Respeitei e respeito a decisão popular, mas sempre com a convicção de que para trabalhar pela minha cidade não preciso de mandato popular e muito menos de remuneração pública. Faço a parte que rende antipatias; a que rende simpatias e votos eu deixo para os vereadores. Esta eles gostam de fazer.

            Resumo: Não culpem os maus políticos antes de olhar para si próprio, pois eles são produtos dos maus eleitores e da omissão da sociedade. Maioria boa, bons políticos; maioria ruim, maus políticos.

            Vamos trabalhar pelo voto responsável e exercê-lo.

           

 

 

 

           

           

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