quarta-feira, 9 de julho de 2014

A RENUNCIA E A APOSENTADORIA DO PRESIDENTE DO STF


 

 

            Estou longe, muito longe da Sodoma e Gomorra brasileira que se chama Brasília, mas penso que as mesmas forças que obrigaram o Presidente do STF, como relator da AP 470, a transformar um julgamento daquela Corte em um espetáculo midiático e circense para a condenação dos réus, a maioria do PT, obrigaram-no a renunciar à presidência para não ficar na obrigação de condenar tantos outros réus, tão criminosos quanto os já condenados, só que de outra linha ideológica. É uma hipótese.

            Renunciar à Presidência da mais alta Corte da Justiça brasileira é, deveras, intrigante, quase inexplicável e contraditório.

            Não posso crer que o Presidente do STF, por livre e espontânea vontade, na qualidade de Relator da AP 470 e conhecedor profundo da Lei tenha conduzido o julgamento dos réus da maneira como conduziu, sem ter sido pressionado por forças poderosas e ocultas que o escolheram como testa de ferro.

            O Relator da AP 470 e Presidente do STF sabe onde acertou e onde errou na condenação dos réus e sabe também que mais cedo ou mais tarde teria de se curvar às determinações da Lei na liberação dos presos para trabalharem fora da prisão.

            A renúncia da Presidência do STF é uma coisa, a aposentadoria é outra. O Ministro exerceu seus direitos, nada a contestar.

            O Jânio Quadros renunciou à Presidência da República e tornaram-no um vilão e o JB renunciou à Presidência do STF e querem transformá-lo em herói.  

            O Ministro não é meu herói, ele simplesmente nada mais é do que um profissional que se acertou na sua escolha e na sua decisão ao julgar, nada mais fez do que cumprir com a liturgia do cargo e obedecer à determinação da Lei. Mas se errou propositadamente sua própria consciência o julgará, e ninguém mais.

            Dizem que é inteligente, não sei. Mas prepotente ele é, pois em determinados momentos se outorga o direito de ser superior à Lei, ou melhor, de ser a própria Lei.

            A renúncia à Presidência e a aposentadoria precoce não podem ser um indicativo de que o próprio não mais se julga digno do STF?

            Ameaças de morte? Não creio, pois os heróis se justificam quando morrem por uma causa. Além disso, o mundo moderno cria heróis e reis a todo o momento, independente de terem praticado atos que os recomendem para tanto. Saúde? É outra hipótese. Medo? Peso na consciência?

            Herói, para mim, é quem com um salário mínimo e sem casa própria sustenta a família, se sustenta e não rouba. O Ministro JB está se aposentando muito bem, independente do motivo que o levou a tomar essa decisão estranha e contraditória.

            A explicação? Ele a dará, amanhã ou depois, a que melhor servir aos seus interesses e à sua imagem, pois somente ele a tem. Falsa ou verdadeira, mas somente ele a tem.

 

            ### No Senado também dizem asneiras. A Senadora Ana Amélia quando se referia ao Leonel Brizola: “Meu sentimento para com ele é de gratidão, pois concluí meus estudos em Lagoa Vermelha graças a uma bolsa de estudos que me deu”. Só não explicou se foi o Brizola ou o povo gaúcho (através do governo) quando o dito era Governador. O contribuinte paga, mas os beneficiados nunca se lembram disso. E não só os analfabetos.

         

             

           

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