A grande imprensa deu uma ênfase
demasiada aos ditos movimentos de rua, afirmando inclusive que o Brasil
iniciava no mês de junho de 2013. Duvidei e duvido. Os protestantes queriam
vantagens e a medida que as vão conseguindo logo esquecem seus protestos e vão usufruí-las
na intimidade do lar.
Toda
a mídia bate muito no caso Natan Donadon, deputado federal pelo estado de
Rondônia, mas não esclarece que o tal rombo de 8 milhões praticados contra a
Assembléia Legislativa daquele estado aconteceu em 1998 e que depois disso o
mesmo Donadon foi condenado em 2010 e nesse mesmo ano foi eleito deputado
federal com quase 50 mil votos dados pelos eleitores de Rondônia.
Serão
esses mesmos eleitores que estão nas ruas exigindo ética na política ou é a
grande mídia que quer fazer a maioria pensar que é assim?
Isso
não é privilégio de Rondônia, mas é uma prática dos eleitores de norte a sul
deste Brasil, pois os exemplos são fartos aqui no município de São Gabriel onde
políticos sabidamente sem ética e sem zelo pelo patrimônio público são os
preferidos da maioria. Sou colaborador, há mais de quarenta anos, da
imprensa falada e escrita deste município e de outros que me honraram com seu
convite e nem essa mesma imprensa que usa microfones para exigir ética e
comportamentos não tem isenção para tanto. Supõe-se que aproximadamente setenta
por cento (70%) do faturamento dos veículos de comunicação deste país provém de
verbas públicas.
E
quando existia uma imprensa independente no Rio Grande do Sul que era a Empresa
Jornalística Caldas Júnior, comandada por um homem da estatura moral do Breno
Caldas, certos governantes tudo fizeram para terminá-la sob a alegação de que
Breno não era companheiro incondicional.
Todos
os veículos de comunicação de São Gabriel, salvo exceção que não sei se existe,
também falam em renovação e ética na política, mas os destaques de primeira
capa são sempre para políticos que já foram prefeitos ou coisa parecida e nem
sempre foram totalmente éticos no exercício de seus mandatos. Não raras vezes
algum desses veículos chega a ironizar das pretensões de um ou outro possível
candidato que esteja fora do círculo Baltazar-Rossano. E a maioria não admite
outra proposta mesmo que seja muito melhor do que a referida dupla patrulhada
pela publicidade comprometida.
Que
povo é este que fala mal dos políticos, mas que apela aos mesmos nas suas
mínimas dificuldades individuais? Que povo é este que exige ética e moral nos
outros, mas que não age dentro da ética e da moral quando persegue seus
propósitos? Que povo é este, meus leitores, que em 50 anos não conhece o Rio
Grande do Sul e o Brasil, mas que em dez (10) dias tem a pretensão de conhecer
a Europa? Que povo é este que a cada dia perde os sentimentos cívicos em
relação ao Brasil, desmoraliza-o, mas nutre quase uma devoção pelos Estados
Unidos da América?
Que
povo é este que estranhamente clama por mudanças, mas a cada eleição que ocorre
de dois em dois anos reelege a maioria dos mesmos detentores de mandatos?
Mas
que povo é este que insiste em manter o seu país sempre colônia?
É,
não dá para acreditar em coisa nova com esse povo escolhendo sempre os mesmos.
Repito:
Não
entendo como uma maioria de anjos delega poderes para demônios administrá-la.
Por que nossos administradores são tão ruins e incompetentes se somos todos
bons e competentes? Pensem e respondam sinceramente.
Afinal
que povo é este?
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