sexta-feira, 19 de abril de 2013

TELEFONIA, UM CAOS.


 

 

            Respeito a opinião dos outros, pois eles nem sempre vivem a mesma dificuldade do seu semelhante. É o que acontece, na atualidade, com as ditas Operadoras privadas de Telefonia que não respeitam leis e muito menos os cidadãos brasileiros.

            Tenho amigos que são fanáticos defensores da privatização e de nada adianta argumentar os altos preços cobrados por um serviço de péssima qualidade.

            Somos, em São Gabriel, escravos da Operadora OI S. A. na telefonia fixa. Nada contra os funcionários da sua loja, que atendem com presteza e educação quem necessita dos seus serviços. A Operadora OI S. A. está abusando da desonestidade quando na fatura inclui para cobrança serviços não autorizados pelo consumidor. E para retirar a cobrança indevida, meus leitores, é de se supor que a dor seja maior da que sente no parto a mãe de um gorila.

            Os telefones colocados a disposição para resolver quaisquer mal entendidos servem somente para ouvir música de péssimo gosto e perder tempo, pois quase nunca atendem e quando atendem os atendentes nada decidem. Falar com algum responsável pela empresa? Nem pensar, é tudo na base da gravação.

            Cobranças em duplicata de serviços constantes em um plano são comuns. É normal, para ela, a cobrança de serviços não autorizados, ou transtornos do tipo: este número está fora de serviço, ligue mais tarde; ou então este número está indisponível.

            Alguns dos leitores devem ter vivido essas situações que lhes acarretam prejuízo financeiro e desgaste emocional, pois é impossível que tais transtornos só aconteçam com este jornalista.

            Atrevo-me a dar uma orientação aos que têm seus direitos desrespeitados pelas Operadoras Telefônicas: procurem a Anatel, mas para isso é necessário ter em mãos o protocolo de atendimento fornecido quando feita a reclamação ou as reclamações.

            É uma maneira de resolver a safadeza das Operadoras que teimam em lesar a economia popular, embora o amigo Chico Xavier seja um defensor intransigente da privatização da telefonia no Brasil. Para ele, que nunca foi lesado, está 1.000% melhor do que antes quando esse serviço era público. Tudo bem que privatizem, porém que coloquem nos contratos cláusulas que protejam o consumidor das arbitrariedades praticadas por esses grupos que tudo sacrificam em nome do lucro selvagem.

            Até enquanto a censura não me cortar, novamente.

           

terça-feira, 16 de abril de 2013

UMA QUESTÃO DE RESPEITO


 

 

            Trecho de artigo da juíza federal Paula Emília Moura Aragão de Sousa Brasil, do Ceará, sob o título “O Ministro, o respeito e o Poder”, diretamente dirigido a Joaquim Barbosa – e publicado na imprensa de Fortaleza:

            “Todos nós, Sr. Ministro, todos nós juízes merecemos respeito. É apenas o quanto pedimos dos outros, os outros como Vossa Excelência, que nunca foi juiz. Como Vossa Excelência mesmo ressaltou, Vossa Excelência é ministro, ministro-presidente do STF.

         Juíza sou eu, o Dr. Ivanir Cezar, o Dr. Nino Toldo, tantos de nós, que temos nomes, sim, que desejamos e merecemos, como qualquer cidadão respeitado, ser chamado por ele. E que temos voz também, uma voz que repercute profundamente no seio da sociedade e que não precisa de permissão de nenhum homem ou mulher para se fazer ecoar. Uma voz que não pode se fazer calar pelos gritos exaltados do destempero do poder. Uma voz que a Constituição quis que falasse pelo cidadão, no resguardo dos seus direitos, principalmente quando todas as outras vozes calassem ou dissessem o contrário.

         Por fim, ministro, se Vossa Excelência, puder, peço que aceite o desabafo desta juíza de primeiro grau ao senhor ministro-presidente do STF. Com todo o respeito que devo a Vossa Excelência, que é o mesmo que desejo para mim mesma, para os meus pares e para os meus concidadãos. Seja feliz!” (JC. 12.04.2013).

         Nos poucos dias como presidente do STF o ministro Joaquim Barbosa causou um estrago naquela instituição e prejudicou sua imagem interna e externa devido aos seus arroubos de se colocar acima da Lei, de Deus e dos homens. Endeusado pela grande mídia durante o julgamento da ação penal 470 não teve estrutura emocional, como nunca teve segundo dizem os que o conhecem a mais tempo, para absorver um sucesso produzido. Analisem, pois todos os dias na qualidade de ministro-presidente do STF, o que é pior, ele extrapola os limites a que está obrigado respeitar pela liturgia do cargo que exerce. Eis o homem.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

UM AEROPORTO


 

            Modernizar o existente ou construir um novo seria, no meu modo de pensar, o maior propulsor do desenvolvimento de São Gabriel nas suas mais variadas atividades produtivas. Colocar o município no rol dos que são beneficiados com a aviação comercial seria um extraordinário impulso inclusive para nossa industrialização.

            Estamos longe dos pólos tecnológicos mais avançados e isso, sem sombra de dúvidas, dificulta a instalação de indústrias e de grandes empresas nesta região.

            Quando tanto se fala em turismo é bom não esquecer que para transformar São Gabriel em um pólo turístico é imperioso que primeiro se cuide da infra-estrutura que possibilite a visita do turista. Ninguém viajará de Gramado a São Gabriel, por exemplo, de carro ou de ônibus para visitar um complexo faraônico em homenagem a uma figura que não se sabe ao certo se não foi criada por algum pretenso historiador.

            Querer atrair turista para uma cidade que renega sua história e cultiva ridiculamente a vontade de um prefeito analfabeto em história e prepotente o suficiente para criar sua estória por decreto ou lei sem qualquer fundamentação relevante, é deveras muito difícil e complicado.

            Não costumo receber convites para freqüentar o Gabinete ocupado por quem está, transitoriamente, Prefeito, talvez porque tenha idéias que não se coadunam com o que está de plantão, mas segundo informações dos que o freqüentam, o brasão da cidade exposto naquele Gabinete é o que reconhece a data de 15 de dezembro de 1859 como a da emancipação política plena do Município.

            Não se deve começar as coisas pelo fim. Transformem São Gabriel em um pólo turístico, porém não desperdicem o dinheiro público em mostrengos que ficarão inacabados ou então que não cumpram com suas finalidades.

            Um dos meios de incentivar o turismo é dotar a cidade de uma excelente infra-estrutura que atraia o forasteiro e que definitivamente não temos.

            E o Ginásio poli - esportivo? Uma vez terminado deverá proporcionar a realização de eventos que naturalmente chamarão a atenção e a presença da região para nossa São Gabriel. Mãos à obra Senhor Prefeito, mas primeiro devemos terminar o que outros começaram, pois as obras não pertencem aos gerentes de plantão e nem são construídas com o seu dinheiro, mas sim com os tributos pagos pela comunidade.

            Por tudo o que foi escrito, acredito que um aeroporto é muito mais necessário ao desenvolvimento geral do município do que um monumento em homenagem a uma lenda. Além disso, Senhor Prefeito, no último dia 04 de abril corrente o Executivo oficializou atos que agridem a verdadeira história de São Gabriel. E o senhor sabe disso.

            E se um simples artigo de jornal da capital, menos para mim, mudou uma história secular construída pelos meus antepassados, poetas, literatos e povo em geral, tenho o direito de pensar que a existência do Sepé, lenda ou verdadeira, está sendo explorada mais como ranço ideológico do que mesmo como uma fonte para desenvolver o turismo.

            Um aeroporto já.

           

 

           

           

           

terça-feira, 9 de abril de 2013

CARTA DO SUS


 

         Todos os cidadãos que foram atendidos em tratamento ou internação em hospital do Sistema Único de Saúde recebem esta correspondência. Por entendê-la de suma importância para o aprimoramento do Sistema, transcrevo-a para que os leitores deste espaço tenham conhecimento.

            BERECI e familiares.

            O Ministério da Saúde lhe envia esta carta  para saber se você ou seu familiar foi bem atendido durante o tratamento e internação no hospital do Sistema Único de Saúde. Como você sabe, o atendimento foi totalmente custeado pelo SUS, com recursos pagos pelos cidadãos e que devem ser utilizados com toda atenção e respeito. É um direito de todos os brasileiros (o grifo é meu). Por isso, nosso objetivo com esta correspondência é verificar se o recurso enviado pelo Ministério da Saúde foi corretamente utilizado e saber sobre a qualidade e as condições dos serviços oferecidos na sua cidade e/ou local onde foi realizado o atendimento.

            A sua avaliação do serviço vai contribuir para melhorarmos a saúde no seu município e em todo o País. Por isso, pedimos que confira os dados da internação e responda o questionário que enviamos abaixo.

            O Ministério da Saúde quer continuar apoiando a atenção e a recuperação de todos que buscam o SUS. Após a internação é importante seguir o tratamento e adotar, cada vez mais, hábitos saudáveis que vão melhorar a sua qualidade de vida. Se a pessoa atendida não pode responder por algum motivo, como impossibilidade física ou mesmo por falecimento, a carta pode ser respondida por um familiar ou pessoa mais próxima. Esse retorno é muito importante para verificarmos a qualidade do serviço prestado.

 

         Lembre-se de que todo tratamento no SUS é gratuito. Se em algum momento houve alguma cobrança, tenha em mãos o número da carta e denuncie no Disque Saúde 136.

        

         Logo após vem um quadro com todos os dados do Atendimento tais como: nome do paciente, data do nascimento, cartão nacional de Saúde, nome do hospital, município, estado, data da internação, data da alta, motivo da internação e o valor total pago pelo SUS no atendimento.

 

            A carta é finalizada com um Cartão-Resposta ao Ministério da Saúde, com as seguintes avaliações: das instalações físicas do hospital; da equipe médica; da equipe de enfermagem; da maneira como foi tratado; () muito bom () bom () regular () ruim () muito ruim. E por último a pergunta: Você recomendaria o hospital para um amigo ou familiar? () sim () não.

 

            Os usuários são os responsáveis pela melhora no funcionamento dos serviços, porém muitos não preenchem o Cartão-Resposta. Tenho conhecimento de pacientes atendidos pelo SUS que pagaram dinheiro por fora e não denunciaram. Sei de outros que não foram atendidos porque se negaram a pagar dinheiro por fora e também não denunciaram. Cada um é responsável pelos seus atos. Não me autorizaram denunciar e por essa razão não o faço.

            Sei também de gente boa que é credenciada pelo SUS que não atende pelo SUS, mas quando precisa adora ser atendida pelo SUS. Ou seja: Não reconhece o direito dos outros, mas exerce o seu.

           

               

           

terça-feira, 2 de abril de 2013

SAUDAÇÃO


 

 

Ao povo de S. Gabriel

            Chegando o grande dia  que assinala os cem anos de vida de São Gabriel como cidade, cumpro o grato dever de me dirigir a todos os meus conterrâneos, a fim de manifestar o júbilo e a satisfação do governo municipal por tão caro acontecimento e de levar ao povo gabrielense , em nome do mesmo governo, uma palavra de fé em São Gabriel, integrada na grandeza e no progresso do Rio Grande do Sul e, portanto, nos gloriosos destinos do Brasil.

            Desejo, outrossim, externar meu desvanecimento pela honra que foi reservada de encontrar-me à testa da administração da comuna nesta quadra singular em que se cumpre um capítulo tão memorável de sua dignificante história.

            Surgindo de uma maneira um tanto imprecisa, em princípios do século XIX, já em 1859, justamente a 15 de dezembro daquele ano distante, São Gabriel era elevada à categoria de cidade através de ato do governo da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.

            Desde aqueles primeiros tempos até nossos dias, tem esta amável terra se notabilizado por aspectos diversos de sua vida marcante, o que lhe granjeou a admiração, o respeito geral e o justificado orgulho de seus próprios filhos.

            Teatro de lendários acontecimentos e de campanhas heróicas do passado, berço de grandes vultos que projetaram seu nome aos mais variados ramos de atividade humana, São Gabriel, hoje, exulta de labor e de progresso, integrada no ritmo da civilização dos tempos modernos.

            Assim, pois, ao festejar o primeiro centenário, a terra gabrielense apresenta esse valioso e invejável patrimônio consubstanciado na pujança de sua vida social, na magnitude de seu passado histórico, na obra e na vida de grandes vultos, na dignidade de seus padrões morais, na capacidade e no trabalho de seu povo. Essa capacidade  e esse trabalho, fecundo e progressista, conseguiu o milagre de, em um espaço de tempo relativamente curto, de pouco mais de um século, se considerarmos a época dos primeiros povoadores e se tivermos um paralelo com o Velho Mundo, com suas cidades milenares, transformar esta região então selvagem em uma coletividade próspera e organizada e contando já com um tão precioso acervo de tradições.

            Preservar esse patrimônio e zelar por ele é obrigação de todos os gabrielenses. Enriquecê-lo através da busca de aperfeiçoamento, inspirada no modelo de nossos maiores, através do trabalho honesto e produtivo que possibilite novas conquistas e realizações e um grau mais elevado de progresso, eis o caminho que a todos se impõe.

            Esse é o espírito, o senso de responsabilidade de que está imbuído o governo municipal e que tem sido a inspiração delineadora de suas diretrizes. Animado assim por esse critério, tem o governo municipal procurado seguir uma conduta e realizar uma obra em harmonia com esse acervo precioso, tudo fazendo para robustecer as bases asseguradoras do enriquecimento desse mesmo acervo através de um radioso porvir.

São Gabriel, 15 de dezembro de 1959.

Dr. Juraci da Cunha Gonçalves

Prefeito Municipal.