De POETAS E PROSADORES DE SÃO GABRIEL “ATENAS RIOGRANDENSE” 1859 – 1959 – PREFÁCIO – São Gabriel, que já se engalana para a festa do seu aniversário, está convocando todos os membros da família gabrielense para amplo programa.
Os filhos das musas não poderiam deixar de figurar em lugar de honra, não só os que já desapareceram, mas que continuam exuberantes de vida nas obras que nos legaram como também os que em carne e osso, de lira em punho, cruzam as ruas da cidade.
Daí a feliz iniciativa da douta comissão Cultural dos Festejos do Centenário (o grifo é meu), organizando este oportuno “Florilégio”, espécie de democracia literária que, indistintamente, nivelou poetas implumes com os mais consagrados expoentes da literatura nacional.
É, assim, que os ilustres membros da prestigiosa Comissão, como novos garimpeiros com alma de esteta e mágicas bateias, não tiveram dificuldade em selecionar as pepitas mais refulgentes, bem dignas de serem guardadas com carinho de ourives no escrínio literário do Rio Grande.
E, se o opulento “Florilégio” operou o milagre de fazer ainda conviver conosco Alcides Maya, Homero Prates, Leonel Franca e J. F. Assis Brasil, águias reais que pousaram nos píncaros mais altos do pensamento, deliciou-nos ainda com Sílvio e Manoel de Faria Corrêa, Padre Heitor Rossato, Isabel Pinto Echauri, Antonio Pereira e um punhado de jovens que, embora não tivessem dominado o espaço infindo em arrojados vôos, toda via brindaram os seus conterrâneos com maviosos gorjeios de cantantes rouxinóis.
Não seria justo entronizar-se apenas a espada porque conquistou para São Gabriel o laurel “Terra dos Marechais”.
A pena dos literatos, em torneios da inteligência, como coroa de louros, conquistou-lhe também o brasão de “Atenas Rio-grandense”.
O soldado e o intelectual de ontem foram os mágicos artífices que teceram o seu passado com filigranas de ouro. Os de hoje, para serem os obreiros do futuro, por amor ao seu rincão, terão que repetir Fernando Abbott: “A terra que ouviu meu primeiro vagido, eu quero que recolha meu derradeiro suspiro”.
O soberbo “Florilégio” muito contribuirá para que São Gabriel, Esparta para o soldado e Atenas para o literato, sob a proteção do padroeiro da cidade, entre definitivamente para a História como “ninho de águias e berço de heróis”.
Com a pena que traçou o roteiro de tantas vitórias, com a espada que defendeu o direito, a justiça e a liberdade, com a cruz que farolizou tão nobres ideais, os nossos antepassados alcançaram a merecida imortalidade, como nossos contemporâneos, seus continuadores, como justo prêmio, alcançarão os aplausos e a gratidão da posteridade. São Gabriel, 29 de junho de 1959. Djalma da Silveira.
Como todos podem perceber não foi o jornalista que escreveu o prefácio acima, mas todos podem perceber que o “Florilégio” é um componente dos festejos do Centenário de São Gabriel. Não posso permitir que analfabetos da história, por vaidade ou desconhecimento, queiram anular ou prostituir a verdadeira história da minha terra.
No Brasão de São Gabriel, se os farsantes não mudaram, está inscrito: “15 XII – SÃO GABRIEL – 1859.
Resgatem a verdadeira história ou serão conhecidos como os embusteiros da ignorância, da covardia e do desrespeito aos que antes de nós ajudaram a construir esta cidade.
Por que os defensores do 04 de abril de 1846 não comemoraram o centenário em 04.04.1946? Não há nada que registre qualquer festejo nessa data.
terça-feira, 17 de abril de 2012
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