sexta-feira, 27 de abril de 2012

O JOGO DO BICHO E O PODER


Quem lembra do Castor de Andrade? Aos que não lembram, era um bicheiro que desfilava com a maior naturalidade por todos os meandros do Rio de Janeiro. As maiores conquistas do E. C. Bangu, no futebol e da Escola de Samba Independente de Padre Miguel, no carnaval se devem ao dinheiro desse contraventor.

Castor transitou com prestígio e desembaraço pelo poder. No governo militar diversos generais lhe dedicaram atenção especial a ponto de um secretário de Segurança do Rio de Janeiro, daquela época, o general Waldir Alves Muniz, ter recebido instrução para “evitar problemas com Castor de Andrade”. E o ex-presidente João Figueiredo quebrou o protocolo cerimonial certa vez, se afastando do grupo de autoridades que o cercava, para pessoalmente cumprimentar o bicheiro.

É atribuída a Castor de Andrade a seguinte frase: “Contribuo com todos os candidatos, pois qualquer um que ganhe estarei bem no governo”.

O envolvimento de políticos de diversos partidos e da administração de vários Estados com o contraventor Carlos Cachoeira só confirma o que escrevo há muito tempo: chega lá quem vende a alma, pois os financiadores de campanha exigem concessões dos eleitos. São eles que escolhem o seu perfil. Quanto mais sério o candidato menos chances tem de ser eleito. E São Gabriel não foge à regra. Os exemplos são fartos. É só olhar à volta.

Por essa e outras razões que sou a favor da legalização de todos os jogos, do comércio de drogas, pois se o álcool e o fumo têm seu comércio legalizado e são as drogas que mais matam no mundo porque não legalizar todas as outras porcarias? O fato de não ser clandestino evitaria o aliciamento e o enriquecimento ilícito.

Mas reconheço que é difícil legalizá-los, pois temos um Congresso composto por muitos componentes eleitos pelos contraventores. A alegação de que geram emprego e renda não resiste a menor análise, pois dificilmente os arrecadadores do jogo de bicho e os distribuidores de drogas “os mulas” têm carteira assinada para garantir uma aposentadoria por tempo de serviço e o seu respectivo depósito do FGTS.

O Brasil que se orgulha tanto do seu carnaval, que afirmam ser o melhor do mundo e tem a maior cobertura da mídia nacional e da internacional, se supõe, sabe que é bancado na sua quase totalidade pelo dinheiro sujo da contravenção.

O Brasil habitado por um povo que dá maior valor a um simples jogador de futebol do que a um Presidente da República ou a um Governador de Estado e que despreza as pessoas que procuram ser corretas e dignas de apoio não pode esperar nada mais do que essa promiscuidade perversa que existe entre os eleitos e todo o tipo de malfeitor. E não isentem os veículos de comunicação dessa responsabilidade, pois os seus espaços são ocupados por profissionais despreparados que desvirtuam suas finalidades.

A situação é tão grave que certos concessionários do serviço de radiodifusão e de TV recebem recursos públicos para silenciar o grande público. O contraponto fica prejudicado e o povo fica acostumado com as notícias que só beneficiam aqueles que estão sempre cortejando e se beneficiando do poder. É o povo que se deixa manipular por qualquer um que tem um microfone, e lhe diz o que gosta de ouvir, que patrocina essa calamidade moral que assola a Nação.

É extremamente prejudicial o envolvimento de qualquer administrador, pertença a que partido pertencer, com a contravenção e o crime. A ânsia de chegar ao topo faz a maioria escorregar na ladeira e quando isso acontece ela percebe que a adulação não era para si, mas para o poder no qual estava investida. E nesse momento de nada vale choro e ranger de dentes.





terça-feira, 24 de abril de 2012

SONS ABUSIVOS




A publicidade ambulante feita pelas empresas através de sons em veículos motorizados, bicicletas, carroças, etc. chega às raias da estupidez quanto ao seu volume. Os vendedores da publicidade esquecem que se deslocam por todos os lugares e da cidade não havendo necessidade de atrapalhar os demais. O som é tão alto que é capaz de quebrar vidros de janelas e ou portas, além de atrapalhar o diálogo entre as pessoas. Nem a campainha dos celulares se ouve quando passa por perto um “louquinho” com sua publicidade ambulante. Além dos que trabalham nessa área ainda se é obrigado a suportar os “deslumbrados, aloprados e inconseqüentes”, ou coisa que o valha, com suas músicas deterioradas, sem poesia, sem musicalidade e sem melodia em um volume estratosférico dignas de enlouquecer zebu.

A Prefeitura informa que a fiscalização está a cargo da patrulha ambiental da Brigada Militar e que para isso foi adquirido um aparelho chamado decibelímetro.

Não se pode negar os bons serviços prestados que a Brigada Militar presta à coletividade, mas especificamente no controle do volume de sons, sua atuação não se faz sentir, pois os abusos são permanentes por alguns que trabalham como anunciantes e outros motoristas particulares.

O fato de alguém gostar de um determinado gênero de música não lhe dá o direito de obrigar aos demais de suportá-lo. Assim os que trabalham com os seus veículos de propaganda móvel não devem atrapalhar aos demais nas suas diversas atividades do dia a dia. É possível harmonizar as coisas de uma maneira para que todos possam conviver dentro dos princípios da civilidade e da boa convivência.

De outro lado esse tipo de publicidade pode se transformar em uma anti-propaganda pela irritação que produz no possível público consumidor.



Se a maioria dos eleitores que tanto reclama moralidade dos políticos que exercem um mandato prevalecer, nenhum dos atuais vereadores deverá ser reeleito. Os escândalos se sucedem na colenda e todos os dez (10) estão comprometidos; uns pelo envolvimento; outros pela conivência e o resto pelo silêncio e ou indiferença. A promiscuidade existente entre o eleitor e o candidato apodrece todo o processo político.



Prezado Tarso Teixeira, o que nunca existiu não fracassa. A reforma agrária no Brasil nunca existiu, custaste a perceber isso, e nunca existirá. O que existe é um bate-boca estéril sobre o assunto que rende bons dividendos aos que se intitulam defensores de grupos antagônicos. Os acontecimentos no nosso município na década passada me autorizam a dizer que tudo não passa de armação para beneficiar uns poucos.



Omissão involuntária: O primeiro cidadão que se preocupou em esclarecer o equívoco na mudança da data da emancipação política de São Gabriel foi o professor Luiz E. R. Moreira a quem peço desculpas, pois foi ele quem me repassou as informações esclarecedoras do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul a respeito do assunto, inclusive cópia da Acta da Instalação da Câmara Municipal da Villa de São Gabriel com a nomeação dos vereadores. Embora tarde fica o registro.










terça-feira, 17 de abril de 2012

FLORILÉGIO

De POETAS E PROSADORES DE SÃO GABRIEL “ATENAS RIOGRANDENSE” 1859 – 1959 – PREFÁCIO – São Gabriel, que já se engalana para a festa do seu aniversário, está convocando todos os membros da família gabrielense para amplo programa.

Os filhos das musas não poderiam deixar de figurar em lugar de honra, não só os que já desapareceram, mas que continuam exuberantes de vida nas obras que nos legaram como também os que em carne e osso, de lira em punho, cruzam as ruas da cidade.

Daí a feliz iniciativa da douta comissão Cultural dos Festejos do Centenário (o grifo é meu), organizando este oportuno “Florilégio”, espécie de democracia literária que, indistintamente, nivelou poetas implumes com os mais consagrados expoentes da literatura nacional.

É, assim, que os ilustres membros da prestigiosa Comissão, como novos garimpeiros com alma de esteta e mágicas bateias, não tiveram dificuldade em selecionar as pepitas mais refulgentes, bem dignas de serem guardadas com carinho de ourives no escrínio literário do Rio Grande.

E, se o opulento “Florilégio” operou o milagre de fazer ainda conviver conosco Alcides Maya, Homero Prates, Leonel Franca e J. F. Assis Brasil, águias reais que pousaram nos píncaros mais altos do pensamento, deliciou-nos ainda com Sílvio e Manoel de Faria Corrêa, Padre Heitor Rossato, Isabel Pinto Echauri, Antonio Pereira e um punhado de jovens que, embora não tivessem dominado o espaço infindo em arrojados vôos, toda via brindaram os seus conterrâneos com maviosos gorjeios de cantantes rouxinóis.

Não seria justo entronizar-se apenas a espada porque conquistou para São Gabriel o laurel “Terra dos Marechais”.

A pena dos literatos, em torneios da inteligência, como coroa de louros, conquistou-lhe também o brasão de “Atenas Rio-grandense”.

O soldado e o intelectual de ontem foram os mágicos artífices que teceram o seu passado com filigranas de ouro. Os de hoje, para serem os obreiros do futuro, por amor ao seu rincão, terão que repetir Fernando Abbott: “A terra que ouviu meu primeiro vagido, eu quero que recolha meu derradeiro suspiro”.

O soberbo “Florilégio” muito contribuirá para que São Gabriel, Esparta para o soldado e Atenas para o literato, sob a proteção do padroeiro da cidade, entre definitivamente para a História como “ninho de águias e berço de heróis”.

Com a pena que traçou o roteiro de tantas vitórias, com a espada que defendeu o direito, a justiça e a liberdade, com a cruz que farolizou tão nobres ideais, os nossos antepassados alcançaram a merecida imortalidade, como nossos contemporâneos, seus continuadores, como justo prêmio, alcançarão os aplausos e a gratidão da posteridade. São Gabriel, 29 de junho de 1959. Djalma da Silveira.

Como todos podem perceber não foi o jornalista que escreveu o prefácio acima, mas todos podem perceber que o “Florilégio” é um componente dos festejos do Centenário de São Gabriel. Não posso permitir que analfabetos da história, por vaidade ou desconhecimento, queiram anular ou prostituir a verdadeira história da minha terra.

No Brasão de São Gabriel, se os farsantes não mudaram, está inscrito: “15 XII – SÃO GABRIEL – 1859.

Resgatem a verdadeira história ou serão conhecidos como os embusteiros da ignorância, da covardia e do desrespeito aos que antes de nós ajudaram a construir esta cidade.

Por que os defensores do 04 de abril de 1846 não comemoraram o centenário em 04.04.1946? Não há nada que registre qualquer festejo nessa data.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O MAU USO DOS VEICULOS OFICIAIS

Desde que na administração anterior do atual Prefeito um veículo oficial buscava um Secretário Municipal que morava a duas (2) quadras da Prefeitura, se confirmava o gasto desnecessário dos recursos populares. O veículo, devido ao trânsito em mão única, acabava percorrendo oito (8) quadras para deixar o referido no seu gabinete. Esse cerimonial ocorria todos os dias, quase sempre as nove (9) horas. Andando a pé chegaria mais rápido.

Não tenho conhecimento de quais servidores têm o privilégio do transporte nos carros oficiais, mas parece que em uma flagrante injustiça são os que percebem melhor remuneração. A Prefeitura paga vale-transporte aos seus servidores? Por que uns, diuturnamente, se deslocam a pé, de bicicleta ou usam o transporte coletivo para chegar até o local de trabalho e uma minoria é contemplada com transporte especial?

Muitas pessoas não entendem porque alguns veículos oficiais deixam filhos de funcionários nas escolas, o que sabidamente não é função do Município e muito menos caracteriza como serviço ao grande público. Regalias, privilégios, desmandos consentidos, abuso dos funcionários ou falta de fiscalização administrativa?

Os contribuintes esperam que o Senhor Prefeito acabe com essa indisciplina no uso de veículos oficiais, pois ao beneficiar meia dúzia de funcionários é injusto com a grande maioria que ganha menos e permite o desvio da finalidade dos veículos que, se pressupõe, devem ser utilizados na prestação de serviços aos contribuintes. Esses desmandos ajudam a desmoralizar uma gestão.

### Enquanto a CORSAN for a responsável pelo abastecimento de água tratada no Município de São Gabriel, entendo que a ela cabe se manifestar a respeito da necessidade ou não de racionamento. É temerário o Senhor Prefeito, embora na qualidade de gestor do Município, interferir na questão, pois é do conhecimento geral que ele quer ver a Companhia bem longe de São Gabriel e sua atitude pode ser interpretada como uma maneira de desprestigiá-la. Os opositores apostam que é terrorismo contra a concessionária.

Os opositores mais fanáticos do atual Prefeito pedem que escreva sobre suas condenações. Na qualidade de Jornalista não devo julgar, mas sim dar publicidade a fatos verídicos. Não tenho conhecimento de sentença definitiva com trânsito em julgado que condene o Prefeito atual. Aquele que conhecer de tal decisão que a publique e se não for corajoso para tanto que fique quieto, mas não exija que jornalistas responsáveis criem factóide para atender seus anseios. Minha paixão é a verdade. Posso me apaixonar por uma bela e inteligente mulher, porém nunca por homem. Quem dispor de uma condenação do atual Prefeito com trânsito em julgado, sem direito a qualquer recurso, por favor, é só trazer ao meu conhecimento que publicarei. Todas as decisões dos Tribunais são publicadas nas suas páginas na rede de computadores. Portanto... Não me confundam com qualquer Demóstenes Torres. Eles recebem um mandato justamente pelos seus defeitos, enquanto alguns não recebem nenhum pelo fato de serem virtuosos.

terça-feira, 10 de abril de 2012

MATEMÁTICA MODERNA

E que ninguém entende. A grotesca e desmoralizante farsa oficializada pelas autoridades de São Gabriel quanto a verdadeira data de sua emancipação política plena precisa de esclarecimentos convincentes de quem de direito para resguardar a dignidade de todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, participaram dos festejos de seu centenário em 15 de dezembro de 1959. Todos eram lacaios? Ou lacaios foram os que mudaram a data?

Além do articulista desfilaram naqueles festejos professores, militares, historiadores, compositores, literatos, poetas e tantos outros briosos são-gabrielenses orgulhosos de sua terra. Por que o silêncio ante tamanha deturpação? Covardia, acomodação ou omissão?

Não existe o Hino do Centenário? Não foi editada uma obra literária chamada de Florilégio?

Será que só articulista está vivo ou tem coragem para exigir explicações para a mudança por decreto de uma história centenária?

Os professores de matemática que expliquem, se for possível, o cálculo de exceção que faz com que São Gabriel que comemorou seu centenário no dia 15 de dezembro de 1959 tenha cento e sessenta e seis (166) anos no dia 04 de abril de 2012.

Com a palavra os poderes Executivo e Legislativo, pois os registros históricos dizem que não existe concordância entre os historiadores sobre a real independência do executivo municipal em 04.04.1846, parecendo evidente que a autonomia era prejudicada pela TUTELA exercida pelo Conselho e após Assembléia Provincial e, principalmente, pelos Presidentes da Província.

O Prefeito atual não era nascido em 1959, mas na qualidade de maior autoridade da cidade deve reunir pessoas que viveram o centenário da cidade para corrigir essa insensatez praticada por quem pensa ser maior do que a própria história. Não pode um artigo publicado no Jornal Correio do Povo ser documento suficientemente idôneo para mudar a data da emancipação política plena do Município de São Gabriel, pois se existe algum fato marcante e comprobatório além de um escrito do Sérgio da Costa Franco apoiando a data de 04 de abril de 1846 ele não tem a unanimidade dos historiadores.

É necessário que os remanescentes que viveram o Centenário se manifestem para corrigir tamanha distorção. Calar é covardia, aceitar a nova data é retrocesso.

terça-feira, 3 de abril de 2012

PROTESTO

PELA FARSA GROTESCA

QUE DETURPA E

VIOLENTA

A

HISTÓRIA DE SÃO GABRIEL

E QUE

NINGUÉM SE ANIMA A

CORRIGIR.

A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA PLENA

ACONTECEU EM 15.12.1859.

O CENTENÁRIO FOI COMEMORADO

EM 15.12.1959.

ATÉ 15 DE DEZEMBRO DE 1859

SÃO GABRIEL

SOFRIA A TUTELA DA PROVÍNCIA.

QUEM É TUTELADO

NÃO É EMANCIPADO.

NÃO EXISTE CONSENSO HISTÓRICO

QUE JUSTIFIQUE TAL MUDANÇA.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

LEMBRANÇAS

Do passado, quando

estávamos sempre juntos...

Da romântica lua cheia...

Do céu cheio de estrelas...

Dos pirilampos amenizando

a escuridão da noite

com a luz das suas lanternas...

Hoje? Nada.

Saudade...

Da tua doce companhia.

Vivo o dia e a noite

a procurar braços ardentes,

na esperança de que sejam os teus a me enlaçar.

Bereci da R Macedo (09.02.2012)