A finalidade maior deste espaço é esclarecer seus leitores de que nada acontece ao acaso. Após minha aposentadoria uso meu tempo para estudar e me comunicar com as autoridades de todas as instâncias administrativas do país. Trabalho muito mais porque se inteirar das canalhices exige tempo. Converso com um grande número de pessoas que nada fazem para melhorar as coisas e se escondem atrás do não adianta. Adianta desde que haja uma iniciativa. De que maneira uma pessoa vai ter respostas se não faz perguntas a quem de direito?
A nomeação de políticos de vida pública pregressa duvidosa para desempenharem cargos importantes na administração pública fez com que me dirigisse aos ministérios através dos meios de que disponho. Recebi a devida resposta com bastante agilidade e não a publico porque é muito longa, mas procurarei transmitir aos leitores.
Os partidos políticos ou seus dirigentes indicam os correligionários que lhes servem e não os melhores, embora a vida pública pregressa dos mesmos não os recomende nem para porteiro de cabaré. O responsável pela nomeação solicita um parecer do respectivo departamento jurídico para avaliar se o indicado pode ou não ser nomeado. Na pesquisa feita pelo jurídico aparecem 10, 20 ou 30 ações judiciais movidas em desfavor do indicado, mas sem o devido trânsito em julgado. O relatório do jurídico finaliza invocando o artigo 5º. LVII, o princípio da presunção da inocência, o que recomenda a nomeação.
É assim que os péssimos políticos são contemplados com cargos públicos que lhes rendem polpuda remuneração e outras benesses do poder.
A pergunta que faço é: Por que indicar os piores? Por que nomear os piores? Por que não indicar e aproveitar os melhores? Os que não estão processados? Todos sabem a resposta.
Os grandes responsáveis por esse descalabro são os partidos políticos que mentem nos programas apresentados na televisão, usam jovens incautos para pregar moralidade e transparência, mas nos bastidores podres agem qual abutre quando devora a carniça. Uns acusam os outros, mas todos têm a mesma prática fedorenta de se aproveitar do poder para realização de seus nem sempre lícitos propósitos através de seus líderes acostumados a viver a custa pública.
Parem de falar em faxina moral, pois sob o manto do princípio da presunção da inocência as administrações públicas vão enchendo seus porões de políticos comprovadamente incapazes e sem resquícios de dignidade que os recomende para o exercício de qualquer função, pois quando a exerceram em instância inferior praticaram um vendaval de irregularidades. Os tribunais assim dizem, mas são ignorados.
Tudo é calculado, tudo é premeditado, tudo é combinado, pois quem indica sabe que o protegido é safado e quem nomeia sabe que vai ter problemas, mas tudo é feito em nome da governabilidade e da presunção da inocência. E depois? Vocês já viram laranja podre voltar a ser sadia? Jamais. Assim também o político que é podre no município será podre por onde andar.
Mas a maioria da sociedade aplaude desde que seja seu conterrâneo ou da sua simpatia e a imprensa silencia quando é do seu interesse silenciar. É por isso que eles são sempre os mesmos na administração da direita, do centro ou da esquerda. Eles não têm pátria e quem não tem pátria não tem escrúpulos. Para eles tanto faz Deus ou o Diabo.
É assim que funciona a maracutaia, começa no Município, cresce no Estado e se solidifica na União para a infelicidade geral dos que sustentam a máquina pública pagando impostos.
Salvo honrosas exceções, é óbvio.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
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