sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ASNEIRAS CONSAGRADAS

E repetidas por quem não tem opinião própria, não pensa e muito menos conhece o significado do termo inverossímil que quer dizer sem compromisso com a verdade e em que não se deve acreditar.

O advento da televisão, principalmente, trouxe alguma coisa boa, mas propiciou aos que nela trabalham a criação de asneiras já consagradas e adotadas como verdadeiras por grande parcela dos telespectadores.

Ninguém está obrigado a concordar comigo, mas desde jovem tenho bom senso suficiente para avaliar se certas coisas são verossímeis ou não e não será qualquer apresentador de programa na mídia quem modificará minhas convicções sem fundamentos que me convençam do contrário.

Espero que pensem, analisem e estudem se tenho ou não razão.

Selecionei as asneiras que considero brutais e corriqueiras. Lá vão: “O melhor de todos os tempos”. Ninguém vive todo o tempo para avaliar e, além disso, não se pode comparar quem viveu em épocas diferentes. “O melhor jogador de futebol do mundo”. Impossível, não há prática individual dessa atividade. Ela é essencialmente coletiva. “Chute de três dedos”. Ninguém chuta com os dedos, haja vista que quem tem uma lesão no joelho, esquerdo ou direito, não chuta coisa nenhuma. “Chutar com os dois pés ou com as duas pernas”. Risível. “No mundo globalizado de hoje”. Esta é ridícula, pois o mundo sempre foi globalizado. Dispensa comentários. “Jogo de cintura e vivo” para substituir ladrão, safado, ordinário, vigarista, etc. E tantas outras que não vou citar porque já entenderam o espírito da coisa.

Meu aprendizado é produto das ruas, da sabedoria popular e das minhas observações. Os antigos não tinham televisão, não tinham computador, mas eram muito mais sábios e educados do que nós produtos da modernidade por excelência deseducadora. Eles eram criadores, formadores de caráter e não imitadores.

Há poucos dias conversando com senhoras e mães modernas, gosto de dialogar com mulheres, observei que as mesmas falavam em determinada psicóloga que não mora no município, mas aqui tem sua clientela. Anfitriãs e sem filhos, duas das senhoras comentavam do cansaço da referida profissional, pois naquele dia teria atendido muitas mães com seus respectivos filhos. Aparentemente distraído, entre uma dose e outra de uísque, ouvia atentamente o conceito equivocado de educação que externavam. Não me contive, perguntei: O que fazem essas senhoras que não educam seus filhos? Surpresa geral. Uma comentou: pensei que o Bereci estava longe com o seu uísque. Falei às anfitriãs bonitas e educadas: perguntem aos pais de vocês quantos psicólogos eles consultaram para criá-las e educá-las. Emudeceram, porque a resposta só podia ser uma: NENHUM, ao que complementei, porque eles tinham e tem tempo para vocês. Não sou dono da razão, mas sou um idoso que aos sessenta anos de idade viveu e vive certas transformações que deterioraram o universo. A pior delas: A falta de tempo dos pais para com os filhos. Estamos vivendo a era dos avós, das creches e das babás. Isso tudo em nome do enriquecimento material, da desagregação familiar e da imitação do mundo irreal da televisão e dos computadores.

Mais uma vez sou antipático, mas espero que pensem sobre o assunto.

Não imitem, analisem, tenham opinião própria e verão quanta asneira dita por apresentador idiota de qualquer programinha televisivo está esvaziando ou anulando a sua capacidade de pensar.

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