A euforia de certas pessoas com a vinda do colégio Tiradentes para o município dá a entender que todas as suas dificuldades foram resolvidas. O Haiti, abalado por um terremoto não tem recebido tanto apoio quanto o referido estabelecimento. É comissão para formar biblioteca; é comissão para angariar fundos financeiros como se em nossa cidade se instalasse o primeiro educandário ou como se não existissem outros que merecessem a mesma atenção. Nem as faculdades quando aqui instaladas foram tão festejadas.
O município conta com escolas sucateadas e sem biblioteca que proporcione aos alunos leitura e pesquisa, porém tal situação nunca preocupou essa parcela da comunidade. Tal assanhamento talvez seja provocado pelo fato do prefeito “segundo se comenta” ter se comprometido com a governadora surpreendentemente paparicada e cortejada pelo mesmo. Ou então é porque o colégio em pauta tem o perfil ideológico da direita, pois parece que se identifica com a Brigada Militar. Paradoxais certas manifestações do prefeito, pois em determinados momentos nega apoio aos assentamentos por serem um projeto do governo federal e como tal a sua sustentação e sua implantação cabe àquele, de outro lado oferece todo o apoio a um colégio estadual que deveria ser sustentado e instalado pela administração estadual. Acredita-se que esse colégio seja estadual, pois ele em um passado não muito remoto foi fechado pelo então governador Olívio Dutra. Ou foi municipalizado para vir para nossa terra?
A razão invocada de que os alunos que freqüentam o Tiradentes tiram boas notas em Porto Alegre, Santa Maria ou onde quer que esteja funcionando ou que são aprovados em vestibulares não resiste a qualquer análise eis que o componente aluno é que faz a diferença e os alunos, é consabido, são diferentes.
O professor ministra a mesma matéria para quarenta (40) alunos, mas existirão os que têm melhor assimilação mercê do interesse individual. Uns dormem, outros escutam. Já fui estudante, levei colega de carona, e ocupei, raras vezes, o lugar do professor e quem é professor ou já foi ratificará o que afirmo.
Colégio nenhum por mais pomposo que seja seu nome faz com que uma turma heterogênea tenha o mesmo aproveitamento. Conquistei meu diploma de técnico em contabilidade no Colégio Comercial São Gabriel, hoje Escola Técnica de Contabilidade. Honro com muito orgulho, até hoje o diploma, os professores e o meu querido colégio municipal. Participei de muitos cursos de aperfeiçoamento profissional dentre diplomados em escolas de várias capitais do Brasil, surpreendi a todos com a capacidade da gente do interior. A escola e os professores mostram o caminho, os alunos precisam se preparar para percorrer o caminho, ou bem ou mal, mas depende destes.
Não importa o perfil ideológico da escola se de direita, de esquerda ou itinerante do MST, sempre haverá bons e maus alunos. Assim como sempre haverá o safado que por trás de todas ou de cada tira proveito dessa massa de manobra.
O interior tem vergonha de suas qualidades e por essa razão pouco ou nada desenvolve.
O que vem para somar sempre é bem vindo, mas não admito que desmoralizem minha gente, minha terra e que digam que os forasteiros são melhores.
Aos benfeitores do recém chegado colégio Tiradentes lembro que existem colégios velhinhos na nossa São Gabriel que estão, há muitos anos, esperando um pouquinho dessa preciosa ajuda.
O Nome? Ah o nome como escreveu um articulista, pouco importa. Para mim importa, pois é por esse pensamento que São Gabriel está sem memória e perdendo sua história. À modernidade e aos interesses materiais a tradição do nome é a primeira sacrificada exceto para mim ainda que me chamem de antiquado.
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
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