Desde moço estive junto ao poder, mas sem estar no poder e sem usufruí-lo. Essa proximidade, em todos os níveis, me proporcionou grandes conhecimentos que formaram a visão político-administrativa que tenho hoje. Vivi muitos bastidores.
Poucos nesta cidade estiveram tão perto do poder e poucos, muitos poucos, recusaram suas benesses como recusei. Por quê? Pela razão simples e pura de que nunca admiti ser capacho e muito menos admito praticar atos que desabonem minha conduta e atinjam minha personalidade. E o que sou? Um homem, tão somente um homem que vive em paz com sua consciência e que ao longo da sua caminhada prega uma mensagem de que cada cidadão é responsável por um país melhor. A maioria sendo boa, a coletividade será boa; a maioria sendo ruim, a coletividade será péssima.
O poder é podre porque os homens para tê-lo apodrecem primeiro e para mantê-lo perdem todos e quaisquer escrúpulos que por ventura um dia vieram a ter.
Os novos não sabem e quando perguntam as respostas não condizem com a verdade.
Getúlio Vargas foi um monstro, ninguém fala das atrocidades que cometeu para manter o poder, mas os falsos e fracos vão chorar no seu túmulo para tirar proveito político.
Atualmente vozes se levantam contra o atual Presidente da República afirmando ser ele o patrocinador da corrupção antes nunca vista no país. São essas mesmas vozes que esqueceram o frustrado atentado do Riocentro que seria realizado no Pavilhão Riocentro na noite de 30 de abril de 1981 quando no local estava se realizando um ato em homenagem ao trabalhador.
Os encarregados pela plantação das bombas seriam o sargento Guilherme Pereira do Rosário e o capitão Wilson Dias Machado. A bomba explodiu antes, no colo do sargento, matando este e ferindo o capitão. Quantos inocentes morreriam se lograssem êxito? Brincavam com a vida das pessoas com a finalidade de endurecer um regime de exceção. A finalidade do atentado, se consumado, era paralisar a abertura política em andamento.
O fim da ditadura não interessava à comunidade de informações e seus membros temiam um possível revanchismo pela oposição. A idéia predominante entre certos militares era de que a esquerda envolvida na luta armada justificaria uma maior repressão política. Os inquéritos e processos abertos para responsabilizar os culpados pelo atentado foram todos arquivados.
O general Newton Cruz, entrevistado pela Rede Cultura, cometeu o disparate de dizer que preferia morrer a responder à Justiça quem seriam os autorizadores do malogrado atentado que escancarou a estratégia do militares para se manter no Poder.
No Rio Grande do Sul cassaram sete (7) deputados da oposição, em uma eleição indireta, para presentear o Walter Peracchi de Barcelos com a administração geral do Estado.
Direita e esquerda se equivalem nas suas artimanhas para a manutenção do poder e a maior hipocrisia de todas as duas é que uma critica a outra pela prática dos mesmos crimes.
É preciso sim abrir os arquivos da ditadura não para o acirramento de ódios, mas sim para que os novos conheçam e os velhos, que estão esquecidos, relembrem a história do Brasil. Para existir um País é necessário que tenha sua memória para conservar sua história.
## A anarquia tomou conta de São Gabriel. Os sons continuam mais altos; a anomalia do trânsito na frente do 6º BE persiste; andar na contramão é normal; parar em fila tripla também; a ocupação das calçadas é uma realidade; estacionamentos privilegiados tudo sob olhar complacente das autoridades. Será que estas não enxergam o que o povo enxerga ou querem ser simpáticas para não perder votos?
Até enquanto a censura não me cortar, novamente.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
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